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    Arquivo: Edição de 31-03-2023

    SECÇÃO: Editorial


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    O correio

    A origem da distribuição do correio no nosso país tem mais de meio milénio, pois remonta a 1520, quando reinava D. Manuel I. Nestes pouco mais de 500 anos beneficiou de sucessivos progressos, sempre no sentido de tornar mais imediata, e atempada, a distribuição das cartas a todo o espaço português (o que incluiu, obviamente, o espaço colonial, na América, África e Ásia).

    Um dos mais significativos melhoramentos, com este objetivo, ocorreu no período da Regeneração, quando Fontes Pereira de Melo (na segunda metade do século XIX) estabeleceu uma taxa postal única (selo) para a distribuição do correio em todo o Reino.

    Ermesinde, há 265 anos (conforme consta da Memória Paroquial de 1758), não tinha correio próprio, por isso, era servida pelo correio do Porto. Muito provavelmente, o serviço seria assegurado de forma mais eficaz do que acontece hoje.

    Já aqui tecemos críticas ao serviço de distribuição de correspondência dos CTT. A entrega dos jornais aos leitores, cujo serviço é pago atempadamente (e não é tão pouco como isso), deveria ter tratamento igual ao do correio azul, mas infelizmente não é isso que acontece. A título de exemplo, devo dizer que, já no decurso deste ano de 2023, eu só recebi um número de “A Voz de Ermesinde” exatamente 31 dias depois de ter sido colocado no correio. Contudo, na zona da Grande Lisboa, o mesmo número, do mesmo jornal, por feedback de um leitor, chegou no dia seguinte. Ou seja, aqui o serviço de correios funciona mal, mas na capital funciona bem! Porque será?

    O grande problema é que não é só com a distribuição dos jornais, é com a entrega das cartas que anunciam consultas (a que os destinatários faltam porque não tiveram a informação no tempo devido), com as cartas que trazem referências para pagamentos diversos (e que as pessoas não cumprem por desconhecimento absoluto), com notificações das autoridades e todo outro género de serviços, cujo cumprimento, é da exclusiva responsabilidade dos CTT - Correios de Portugal, S.A..

    Esta empresa era, efetivamente, de grande prestígio e reconhecimento público, tendo até merecido a distinção, que lhe foi concedida a 6 de outubro de 2000, de Membro-Honorário da Ordem do Mérito (ordem honorífica para distinguir serviços meritórios ao serviço da comunidade). Mas, desde a sua privatização, nos anos 2013 e 2014, da responsabilidade do governo de Pedro Passos Coelho, deixou de assegurar com eficácia, o serviço universal postal, que pressupunha a obrigatoriedade de assegurar a troca de correspondência em todo o país. Todos nós sabemos que em terras mais pequenas são as autarquias que asseguram a existência de um Posto de Correios local e a distribuição do correio, que antigamente era diária, passou a fazer-se de forma irregular e por vezes errónea (isto é, o correio não é colocado no local certo).

    Para além do correio normal, criaram o Correio Azul, o Correio Expresso (Amarelo), o Correio Verde, surgiu o Banco CTT, aos balcões vendem lotaria, livros, etc., etc.. A empresa dá lucro, mas, em nome desse lucro, esquecem o cumprimento do serviço para que nasceram, a distribuição eficaz da correspondência, que nos tempos atuais até é em menor número do que foi no passado, já que agora milhões de pessoas recorrem às sms, aos emails e às redes sociais para comunicarem.

    Esta chamada de atenção pretende apenas que os Correios façam jus ao lema que ainda mantêm: “A Nossa Entrega é Total”.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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