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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-12-2022

    SECÇÃO: Ciência


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    Conseguiremos controlar as infestantes sem prejudicar a natureza?

    Desde a descoberta da agricultura que os agricultores tentam controlar tudo o que possa prejudicar as colheitas, nomeadamente, as plantas infestantes e as pragas de forma a conseguir obter a maior rentabilidade possível. Com o desenvolvimento da química e a introdução de pesticidas e herbicidas nas culturas agrícolas, há muito que o principal problema passou a ser tentar controlar os problemas ambientais inerentes à utilização destes produtos nocivos ao meio ambiente. A utilização destes produtos na prática agrícola, para além de poderem ser prejudiciais à saúde a longo prazo, provoca ainda diversas formas de poluição, como são os casos da poluição atmosférica, poluição dos solos e a poluição das águas subterrâneas. De forma a tentar controlar este problema surgiu a Agricultura Biológica, desconstruindo a ideia em que apenas é possível obter uma boa prática agrícola através de produtos químicos agressivos ambientalmente. Nesse sentido, neste final de ano, trazemos mais um artigo do contributo de uma instituição portuguesa para a sustentabilidade do nosso planeta.

    A agricultura biológica pode ser descrita como um modo de produção no solo que visa produzir alimentos de boa qualidade, saudáveis, promovendo simultaneamente práticas sustentáveis e de impacto positivo no ecossistema agrícola. Deste modo, através do uso adequado de métodos preventivos e culturais, tais como as rotações, os adubos verdes, a compostagem, as consociações e a instalação de sebes vivas, entre outras opções, fomenta a melhoria da fertilidade do solo e a biodiversidade local. Nesta prática agrícola, não se recorre à aplicação de pesticidas sobre as culturas, nem adubos químicos, ao mesmo tempo que não são utilizados organismos geneticamente modificados. Com a evolução da agricultura biológica garante-se o direito à escolha do consumidor e é salvaguardada a sua saúde, ao evitar resíduos químicos nos alimentos produzidos. É, além disso, salvaguardada a saúde dos produtores, que evitam o contacto com químicos nocivos e preserva-se o ambiente da contaminação de poluentes. Esta prática pode, ainda, ser aplicada à pecuária através de normas de ética e respeito pelo bem-estar animal, praticando uma alimentação adequada à sua fisiologia e facultando condições ambientais que permitam aos animais expressar os seus comportamentos naturais e não recorre ao uso de hormonas nem antibióticos como promotores de crescimento. Os produtos desta prática agrícola são reconhecidos pelo logótipo europeu de Agricultura Biológica.

    Na agricultura biológica a proteção das plantas é baseada na prevenção, tal como no artigo que podemos ler em seguida em que se aposta na gestão agroecológica das plantas infestantes e de pragas.

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    “Universidade de Coimbra coordena projeto internacional que aposta na gestão agroecológica de infestantes e pragas

    Promover a transição agroecológica para a gestão de infestantes e pragas em toda a Europa é a principal ambição do projeto internacional GOOD, coordenado por Helena Freitas, professora catedrática do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), e que acaba de obter 5 milhões de euros de financiamento.

    «Ao implementar uma abordagem multidisciplinar, o Agroecology for Weeds – GOOD pretende criar, implementar e avaliar práticas, sistemas e protocolos de Gestão Agroecológica de infestantes e demonstrar, em condições reais, como a adoção desta gestão pode reduzir fortemente o uso de herbicidas sintéticos, aumentar a sustentabilidade, produtividade e resiliência dos sistemas agrícolas», explica a coordenadora do projeto, que envolve mais de uma dezena de países europeus.

    Atualmente, os sistemas agrícolas da União Europeia (UE) enfrentam desafios crescentes de sustentabilidade e produtividade devido ao impacto das alterações climáticas em toda a cadeia de valor agroalimentar, agravado pelos efeitos negativos da pandemia de Covid-19 e, mais recentemente, pelas instabilidades geopolíticas. Estes «são dois fatores que ameaçam a estabilidade do setor agrícola e enfatizam a necessidade de mudança na perspetiva/agenda agrícola europeia», observa Helena Freitas.

    As infestantes são consideradas um dos fatores mais importantes para determinar a produtividade, rendimento e sustentabilidade da produção agrícola. Portanto, os agricultores dependem fortemente de herbicidas devido à sua alta eficácia contra estas ervas nocivas e constituem a segunda categoria de pesticidas mais vendida na UE-27, representando, de acordo com o EUROSTAT, 35% de todas as vendas de pesticidas em 2020.

    Perante esta realidade e reconhecendo a necessidade de acelerar a transição para sistemas alimentares sustentáveis, seguros e saudáveis, e enfrentar a ameaça da crise da biodiversidade, várias iniciativas políticas da UE, incluindo o EU Green Deal e sua Farm to Fork (F2F) e Estratégias de Biodiversidade, definiram como meta reduzir em 50% o uso de pesticidas sintéticos até 2030. Estas iniciativas serão transpostas para os Planos Estratégicos dos Estados-Membros da Política Agrícola Comum (PAC) através dos eco-esquemas.

    «De acordo com a nova proposta sobre o uso sustentável de pesticidas, o foco deve ser direcionado para a promoção de adoção de métodos alternativos de controle de infestantes», considera a investigadora, acrescentando que, ao fazê-lo, «está a estabelecer-se pela primeira vez uma forte iniciativa para atingir os ambiciosos objetivos da Comissão Europeia (CE) com metas juridicamente vinculativas para a redução de pesticidas na UE».

    Além disso, e segundo a professora da FCTUC, os aspetos socioeconómicos concomitantes envolvendo a gestão de ervas daninhas, simultaneamente com o papel dos agricultores na tomada de decisão, a preocupação pública com o uso e a resistência a pesticidas, a segurança alimentar, as questões gerais de saúde humana e as regulamentações governamentais resultantes exigem a redução da dependência excessiva de herbicidas e o desenvolvimento de abordagens de sistemas alternativos usando estratégias preventivas, mecânicas, culturais e biológicas combinadas com ferramentas de agricultura de precisão num contexto de Gestão Agroecológica de infestantes.

    Com a duração prevista de quatro anos, este projeto desenvolverá uma

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Sara Machado

    Assessora de Imprensa

    – Universidade de Coimbra – Faculdade de Ciências

    e Tecnologia Associação

    Portuguesa de Imprensa”

     

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