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    SECÇÃO: Literatura


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    LER É O MELHOR REMÉDIO (3)

    “Vozes de Chernobyl”, de Svetlana Alexievich

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    Este ano passaram trinta e seis anos desde o acidente nuclear de Chernobyl, efeméride já extensamente alvo de livros, documentários, filmes, incluindo um do ano passado (“Chernobyl: O Filme”), e séries, como a minissérie homónima lançada pela HBO em 2019. No entanto, Svetlana Alexievich conseguiu habilmente construir um livro original acerca do desastre e da própria condição humana. Com efeito, a escritora bielorussa (a Bielorrússia foi o país mais afetado pelo acidente em termos de percentagem de território contaminado, embora a central se localizasse na Ucrânia), Prémio Nobel da Literatura em 2015, tece habilmente uma prosa composta por monólogos de pessoas que entrevistou. Ela recolheu o quotidiano dos sentimentos e pensamentos de intervenientes diretos e indiretos do desastre: antigos trabalhadores da central, cientistas, liquidadores, crianças, “samosely” (cidadãos que residem ilegalmente na zona de exclusão de Chernobyl), etc.

    Extravasa para o leitor, de forma flagrante, a inconsciência e ignorância do povo e a impreparação das autoridades face aos efeitos deletérios da radiação: como foram enviadas milhares de pessoas para a morte para tentar mitigar as consequências do desastre, como os camponeses continuaram a cultivar solo contaminado, como as pessoas comiam alimentos radioativos. Há relatos que chocam. Um deles remete para um liquidador que andou sempre de barrete enquanto trabalhava nas imediações do reator e cujo filho, após o seu regresso a casa, pedira-lhe muito o barrete e andava sempre com ele; dois anos depois foi-lhe diagnosticado um tumor cerebral. Noutros, as pessoas revelam que perceberam sinais estranhos vindos da Natureza: as abelhas não saíam das colmeias, as minhocas enterraram-se profundamente e os pescadores ficaram sem isco. Em vários outros testemunhos fala-se da educação soviética para ser soldado, como estava incutido nas pessoas o sentido de estar onde a situação é difícil e perigosa, defender a pátria, mostrar a sua grandeza em situações limite. Também por esta mentalidade se percebe que tenha havido voluntários para trabalhar lá, para além do efeito persuasor das recompensas prometidas pelo Estado. Muitos destes voluntários adoeceram e morreram, mas receberam uma condecoração. “Contra o átomo – com uma pá”, era um aforismo popular da época. Destaco ainda duas passagens específicas do livro:

    (...)

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    Por: Eduardo Tavares

     

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