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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2022

    SECÇÃO: História


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    A PROPÓSITO DA 1.ª EDIÇÃO DO “ENTRELINHAS” – FESTA DO FERROVIÁRIO:

    Recordamos a Inauguração das linhas do Douro e do Minho em Ermesinde

    A propósito da 1.ª edição do “EntreLinhas – Festa do Ferroviário”, que se realizou na nossa cidade nos passados dias 26, 27 e 28 de agosto, recordamos nesta edição a inauguração das linhas do Douro e do Minho. Antes disso, fazemos nesta introdução um breve resumo do que foi o “EntreLinhas – Festa do Ferroviário”, uma nova iniciativa cultural lançada pela Câmara Municipal de Valongo com o objetivo de perpetuar a ligação do território e da comunidade à história da ferrovia e dos ferroviários. Além do reconhecimento da importância da ferrovia e dos ferroviários na história da Cidade de Ermesinde, o objetivo deste evento visa contribuir para a promoção do conhecimento sobre o património material e imaterial ligado à ferrovia e aos ferroviários, através do aprofundamento e difusão do conhecimento sobre a importância transversal dos caminhos-de-ferro, envolvendo toda a comunidade ferroviária em Portugal.

    A primeira edição do “EntreLinhas – Festa do Ferroviário” - que teve como palcos o Parque Urbano e Fórum Cultural, o Largo da Estação e a zona da Gandra - teve como comissário o deputado à Assembleia da República, José Carlos Barbosa, que é também quadro sénior da CP. A programação incluiu animação itinerante e dinâmicas culturais variadas com espetáculos, gastronomia, exposições e espaços para conferências/debates/mesas redondas. No campo das exposições destaca-se a mostra «A Todo o Vapor – uma Viagem pelas Linhas da Memória», que esteve patente no espaço público entre a Praça da Estação e o Fórum Cultural, e que no início deste mês teve de ser cancelada devido a atos de vandalismo; bem como a exposição “Comboios à escala H0” de Jorge Osório.

    No que concerne a conferências realizadas, realce para a conferência “A importância do comboio em tempos de crise climática”. Ainda no âmbito da iniciativa foi exibido o documentário produzido pela CMV e realizado por Ritshall Ramescha, intitulado «Entrelinhas da Memória».

    Destacou-se ainda a Mostra turística dos Municípios das linhas do Douro, Minho e de Leixões, sendo que os concertos musicais que abrilhantaram esta edição inaugural ficaram a cargo de NOBLE, Gisela João e HMB.

    IMAGEM DA ANTIGA ESTAÇÃO DE ERMESINDE QUE INTEGROU UMA DAS EXPOSIÇÕES NO ÂMBITO DA FESTA DO FERROVIÁRIO
    IMAGEM DA ANTIGA ESTAÇÃO DE ERMESINDE QUE INTEGROU UMA DAS EXPOSIÇÕES NO ÂMBITO DA FESTA DO FERROVIÁRIO
    Inauguração das linhas do Douro e do Minho

    1875 é um ano de ouro para os Caminhos de Ferro de Portugal e também para Ermesinde – é o ano da inauguração das Linhas do Minho e do Douro e também o ano em que se iniciaram as obras de construção da ponte de ferro sobre o Douro, D. Maria Pia, da autoria de Gustavo Eiffel, que seria inaugurada em 1877, permitindo, pela primeira vez, viajar de comboio desde Lisboa ao Porto.

    A Linha do Minho, entre Ermesinde e Braga, foi a primeira a ser inaugurada, no dia 20 de maio de 1875. Foi dia de uma enorme festa, com bandas de música, discursos e foguetes. O povo sabia bem o quanto representava o caminho de ferro, para a valorização das suas terras, e das respetivas produções que, a partir de então, poderiam socorrer-se daquele excelente e rápido meio de transporte, para chegarem ao Porto.

    O comboio revelava-se também um esplêndido meio de viajar. Alberto Pimentel, grande poeta e romancista, quando fez a sua primeira viagem na Linha do Minho, fez algumas considerações que passamos a transcrever: «A alegria da Natureza, a variedade das cores, a animação do trabalho, a atividade da terra, numa palavra, tudo quanto Deus permite e os homens conseguem, entra pelos olhos e pelos ouvidos, em viagem de dia, à luz do Sol, como numa invasão de saudade e esperança, doce, consoladora, vivificante (...). / Já te disse, leitor adorado, onde, na cidade, no Porto, podias tomar o americano que te há-de conduzir à Estação do Pinheiro, ponto de partida para o Minho ou para o Douro, como quiseres; tens tempo de pensar até à Estação de Ermesinde, que é o entroncamento das duas linhas. Ah! Mas tu queres ir primeiro ao Minho, cuja suave beleza conheces de entusiásticas narrativas de muitos viajantes poetas (...)».

    A Linha do Douro, entre Ermesinde e Penafiel, foi inaugurada dois meses mais tarde, mais concretamente no dia 29 de julho de 1875, mas sem a pompa e luzimento que caracterizaram a inauguração da Linha do Minho, sobretudo na Estação de partida. Em Ermesinde a festa repetiu-se.

    EXPOSIÇÃO "COMBOIOS À ESCOLA H0"
    EXPOSIÇÃO "COMBOIOS À ESCOLA H0"
    Fiquemos com alguns excertos da notícia que, sobre o acontecimento, o “Primeiro de Janeiro” publicou no dia seguinte: / «Como se anunciara teve ontem lugar a inauguração do Caminho de Ferro do Douro e por certo que ainda não houve no Porto festa mais desanimada, nem menos expansiva.

    Nem um viva a Sua Majestade, nem uma saudação ao progresso (...). / Às 12 e 10 minutos, partiu a máquina n.º 21 – “Douro” – tirando seis carros de 2.ª classe em que tomaram lugar várias pessoas convidadas; seguia-se um vagon de mercadorias com empregados, quatro carros de 1.ª classe com vários membros dos corpos docentes da Escola Médica e Academia Politécnica, alguns deputados, direcções de bancos e companhias, directores de caminho de ferro de Viana e Póvoa, directores das Obras Públicas do Porto, Braga e Viana e representantes da imprensa. Após, ia um carro salão, pintado a vermelho, conduzindo os srs. Andrade Corvo, Taibner de Morais, o General Vasconcelos, e duas carruagens de 1.ª classe em que iam os srs. Administradores dos bairros, delegado do Tesouro, ajudante do Procurador régio, oficial maior do Governo Civil, ajudantes do General, alguns oficiais da guarnição e da guarda municipal e várias outras pessoas.

    Fechava o comboio com um carro-salão, pintado de verde, em que se viam os engenheiros, directores dos Caminhos de Ferro do Minho e Douro e os ajudantes do sr. Corvo. / A guarda de honra era feita por uma força de Caçadores 9, com a respectiva banda, e outra da guarda municipal, ambas comandadas por capitão, e a polícia mantida por guardas civis e cavalaria da municipal.

    Rompeu o Hino da Carta, que nenhuma voz intercortou, excepto o silvo e o rolar da locomotiva, que se afastava da estação, arrastando uma caravana que mais pareciam os convidados para um enterro do que os romeiros duma festa de progresso (...).

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

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