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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2022

    SECÇÃO: Editorial


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    Radicalismos

    O nosso jornal volta hoje ao convívio dos leitores, após o tradicional período de férias, que espero tenham sido reconfortantes para todos.

    O título do editorial transporta-nos o espírito para as preocupações do momento, que convergem na afirmação de radicalismos de ordem política, que julgávamos completamente afastados com o derrube do Muro de Berlim, em novembro de 1989.

    A História ensina que os regimes totalitários, pelo que têm de impositivo são redutores das liberdades individuais e diminuem a solidariedade social do Estado, ao mesmo tempo que reforçam valores nacionalistas fazendo perigar a multiculturalidade e a interculturalidade que são princípios defendidos por uma democracia plena.

    Um simples relance de olhos sobre a Europa e o mundo mostra-nos um mapa político marcado pelo crescimento de forças extremistas que podem pôr em causa a desejada paz e segurança dos cidadãos.

    A presidente do partido “Fratelli Itália” venceu as eleições legislativas do passado dia 25 de setembro e vai liderar o próximo governo em Itália. Por cá, o Chega não só se congratulou com a vitória da direita na Itália, como se apressou a prever para o nosso país, a chegada destes ventos de mudança. Na Hungria, Víctor Orbán também elogiou esta vitória, o mesmo acontecendo, em França, com o partido de Marine Le Pen.

    Enquanto isto, a Federação Russa prossegue com a invasão da Ucrânia (já lá vão 7 meses), endurecendo as ameaças ao ocidente com o eventual recurso ao seu poder bélico nuclear e mobilizando cada vez mais efetivos para as suas hostes; a China põe Taiwan (e o mundo) de sentinela; e a Assembleia Geral das Nações Unidas está reunida na sua 77.ª sessão, sendo a Guerra da Rússia à Ucrânia, um dos temas incontornáveis das intervenções ali produzidas, por dirigentes de todo o mundo.

    A título de exemplo, lembro a intervenção do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no passado dia 23 de setembro, que pôs o dedo na ferida ao afirmar, referindo-se à Rússia «que, quando um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas inicia uma guerra não provocada, o mesmo deverá ser automaticamente suspenso do Conselho de Segurança». Na verdade, assim deveria acontecer. Na mesma Assembleia Geral, o primeiro-ministro português já antes havia afirmado «a invasão injustificada e não provocada da Ucrânia, em flagrante violação do Direito Internacional» e considerado que a intenção do presidente russo, Vladimir Putin, de mobilizar reservistas para a guerra na Ucrânia, era «uma grande desilusão».

    A ONU necessita de reestruturação. Se o mundo valoriza os princípios democráticos no funcionamento das instituições políticas (e outras) como pode continuar a aceitar que o Conselho de Segurança da ONU (o órgão mais importante em termos de garantia da paz, que é o principal objetivo desta organização mundial) continue a funcionar como no pós-Guerra, com 5 membros permanentes e com direito de veto, como acontece ainda hoje com os Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Federação Russa? A declaração de veto de um destes países anula a decisão dos outros 14.

    Urge mudar a ONU em termos de funcionamento e competências para que a Democracia e os Direitos Humanos sejam valores perenes!

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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