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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 28-02-2022

    SECÇÃO: Ciência


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    O flagelo das alterações climáticas

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    Neste mês de fevereiro trazemos uma notícia sobre o impacto das alterações climáticas no ciclo de vida do robalo. Infelizmente o robalo é apenas uma das espécies, das muitas, que são afetadas pelas alterações do clima provocadas, indubitavelmente, pelo homem desde o início da era industrial. Atualmente, o aquecimento global e as restantes alterações climáticas constituem uma das nossas maiores ameaças ambientais, sociais e económicas. Se dúvidas houvesse, o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC), organização científico-política da ONU, defende que o aquecimento do nosso planeta é inequívoco e apoiado pelas mais recentes observações que confirmam o aumento global da temperatura do ar atmosférico e dos oceanos, o derretimento generalizado da neve e do gelo, assim como a subida dos níveis dos mares, que tanto pode afetar o nosso país. Este aquecimento pode em grande medida ser atribuído às emissões dos gases com efeito de estufa, principalmente Dióxido de Carbono e Metano, produzidas pelas atividades humanas.

    No último século, a temperatura média global subiu cerca de 1ºC, tendo os últimos anos sido os mais quentes desde que há registo fidedigno instrumental da temperatura de superfície global, desde 1850. O certo é que se não forem tomadas medidas preventivas a nível global para limitar as emissões, prevê-se que a temperatura média global poderá aumentar entre 2ºC a 4ºC até 2100, podendo ocorrer alterações irreversíveis e catastróficas a nível mundial.

    Todos os dias, como demonstra o nosso artigo deste mês, observamos os impactos das alterações climáticas e prevê-se que com o passar do tempo se tornem ainda mais evidentes afetando todas as espécies vivas do planeta. Quando mencionamos as alterações climáticas não podemos esquecer as situações meteorológicas extremas, incluindo ondas de calor, secas e inundações, que serão cada vez mais frequentes e intensas. Portugal regista já hoje um período de seca extremamente prolongado, afetando quase todo o território.

    Mesmo que parássemos hoje a queima de combustíveis fósseis e a emissão de gases efeito de estufa, algumas mudanças climáticas seriam já inevitáveis. Assim, cabe-nos a nós desenvolver estratégias e ações de adaptação e mitigação desses efeitos. A poupança de água, a aposta de uma economia circular de resíduos e o respeito por todos os ecossistemas naturais devem ser uma prioridade nos próximos anos.

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    “Estudo conclui que as alterações climáticas afetam o ciclo de vida do robalo

    Um estudo conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) permitiu compreender, pela primeira vez, como o início do ciclo de vida do robalo é influenciado pela temperatura da água do mar e pela variabilidade atmosférica e oceânica, medida pelo índice da Oscilação do Atlântico Norte (NAO, na sigla em inglês).

    Os resultados da investigação, coordenada por Miguel Pinto, Filipe Martinho e Miguel Pardal, do Marine Research Lab do Centro de Ecologia Funcional (CFE), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), indicam que, com o aumento da temperatura do mar, os robalos nascem cada vez mais tarde, «o que pode ser prejudicial devido à possível quebra da sincronia entre as larvas recém eclodidas e a sua fonte preferencial de alimento – zooplâncton. De igual modo, uma eclosão mais tardia poderá coincidir com os fenómenos de afloramento costeiro típicos da primavera e verão, e que podem impedir as larvas de chegar aos estuários, e assim completar o seu ciclo de vida», afirma Filipe Martinho.

    «Em anos de NAO negativo, reconhecidos como períodos de produtividade oceânica muito reduzida, o atrasar da eclosão poderá contribuir para uma elevada mortalidade dos juvenis, com efeitos negativos nos stocks pesqueiros a longo prazo», salienta.

    Este estudo, publicado na revista científica Marine Environmental Research, avaliou a variabilidade interanual das datas de eclosão e crescimento do robalo na costa portuguesa, ao longo de um período de sete anos (2011-2017).

    Para conseguir esta análise, uma vez que o acesso a amostras no ambiente marinho é bastante complicado, foram utilizados os otólitos de robalos juvenis, permitindo assim maximizar a informação obtida sobre as espécies ao longo da sua vida. Os otólitos, que existem no ouvido interno de todos os peixes ósseos, são compostos por «carbonato de cálcio e desempenham uma função importante na audição, orientação e equilíbrio. Para além disso, são consideradas as melhores ferramentas ao dispor dos cientistas, pois é depositada uma nova camada de material em função dos ritmos circadianos, sazonais e anuais, formando um anel distinto, e que permite a reconstrução da história de vida dos peixes com elevada resolução, do mesmo modo que conseguimos determinar a idade de uma árvore contando os anéis do seu tronco», explica Filipe Martinho.

    No caso da espécie em estudo, a «deposição de um novo anel a cada dia permitiu determinar com precisão a sua data de nascimento, a sua idade, bem como a taxa de crescimento diária, obtida através da distância medida entre cada anel», refere o investigador do Departamento de Ciências da Vida da UC.

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Cristina Pinto – Assessoria de Imprensa – Universidade de Coimbra – Comunicação de Ciência”

    Por: Luís Dias

     

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