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    Arquivo: Edição de 30-11-2021

    SECÇÃO: Património


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    Contributos para o estudo de S. Lourenço d’Asmes (parte 2)

    O Arquivo Distrital do Porto tem disponível para consulta, na sua plataforma online, os livros de assentos de batismos, óbitos, casamentos e rol de crismados, relativos à Paróquia de Ermesinde/São Lourenço d’Asmes. A escolha das duas denominações, da anterior vila, não são, neste caso, inocentes; sabemos que o pedido da Junta de Paróquia para a alteração do nome da vila, para o atual, ocorre a 6 de novembro de 1910, estendendo-se o processo de aprovação até ao dia 6 de fevereiro de 1911. A datação dos livros que passamos a referir termina, nos assentos mais tardios, no dia 31 de dezembro de 1910, pelo que estes documentos além de representarem um testemunho fulcral do movimento demográfico e acontecimentos que ocorreram na Paróquia da vila, permitem-nos compreender como São Lourenço d’Asmes se desenvolveu, ainda antes da alteração toponímica e consequente ascensão a cidade, em 1990.

    A segunda parte do nosso artigo dá continuidade aos dados analisados no número anterior, nomeadamente, os registos que se encontram disponíveis para consulta online no Arquivo Distrital do Porto sobre S. Lourenço d’Asmes/Ermesinde.

    Elaborada uma primeira análise sumária sobre os registos de batismos e casamentos, passamos aos registos de óbitos e crismados que se encontram disponíveis nesta plataforma.

    3. Óbitos

    À semelhança do que verificamos com a listagem de casamentos, a listagem de óbitos encontra o seu início em termos digitais no ano de 1587, ao passo que a monografia de Manuel Augusto Dias e Manuel Conceição Pereira, onde foi feita uma consulta presencial do mesmo Arquivo, nos indica como data de início janeiro de 1586, pelo que passamos a transcrever o enterramento datado de agosto de 1586 desta publicação:

    Em cinquo dias do mes de agosto do anno de mil E quinhentos e oitenta e seis annos que foi de nossa Senhora das neves faleceo Caterina da Cacélla, molher solteira irmaa de Antonio Gonçalvez e se enterou no adro desta Igreja de São Lourenço tendo no dia do seu enterramento quatro Padres fes testamento ficou por seu testamenteiro Antonio Gonçalvez da Cacella seu irmão e por verdade fiz eu Hieronymo Freire Cura da dita Jgreja este por mim feito e assynado era sobredita, pareceu com testamento.

    Seguindo-se, posteriormente, a primeira nota de enterramento que encontramos no arquivo digital:

    Rol de crismados de 1594 (Arquivo Distrital do Porto)
    Rol de crismados de 1594 (Arquivo Distrital do Porto)

    Em vinte e dous dias do mes de feverereiro do anno de mil quinhentos e oitenta e sete se faleceo Maria filha de Pero Annes da Cãcella não fez testamento enterrou-se no adro d’esta Igreja de São Lourenço teve no dia de seu enterramento quatro missas e por verdade fiz este e o assyney F. Hieronymo Freire

    Quando estudamos estes registos tentamos compreender de que forma foram incorporados os alvarás de criação dos cemitérios públicos, datados de 27 de março de 1805 e de 18 de outubro de 1835. Apesar de haver um hiato temporal entre os livros de óbitos, encontrando-se ausência destes registos entre 1742 e 1817, sabemos que em 1817 os enterramentos continuavam a acontecer no adro da igreja, indicando-nos os registos:

    No dia dezoito de Maio de mil oitocentos e dezassete faleceo somente com o Sacramento da Extrema Unção ex cauza Manoel solteiro, filho de Custodio de Souza e Maria da Silva do lugar de Sam Payo desta freguezia de Sam Lourenço d’Asmes, e foi sepultado nesta igreja na sepultura cincoenta e hum, com assistencia de sinco Padres, que lhe fizerão officio de corpo prezente no dia seguinte e para constar fiz este assento que assignei era ut supra O Abb.e João de Figueirº (Figueiredo) Fragozo e Abreu

    Compreendemos, ainda, que além de se manterem os enterramentos no adro da igreja de Ermesinde, esta possuía um número considerável de campas, ascendendo a mais de cinquenta.

    É a 28 de Setembro de 1844 que Costa Cabral faz aprovar e obriga, por motivos de saúde pública, que terminem os enterramentos nos adros das igrejas. Pelo que tentamos compreender se estas ordens aconteceram e foram assimiladas desde logo em S. Lourenço d’Asmes. Ao realizar as consultas deste ano, encontramos um registo anterior à ordem que nos indica que:

    No dia onze de Junho de mil oitocentos e quarenta e quatro falleceo da vida presente com todos os Sacramentos Manoel de Souza Neves, do Lugar de S. Paio desta freg.ª de S. Lourenço d’Asmes e foi acompanhado de casa até à Igr.ª com o numaro de quatorze Pades e com os mesmos e lhe fez officio de corpo presete no diz treze e sepultado dentro da Igrej.ª e satisfezerão seus herdeiros às ofertas do costume e para constar fiz este era ut supra Em (ilegível) Manoel Moutinho d’Assunção

    Infelizmente, através dos registos que se seguem à lei de Costa Cabral não conseguimos compreender se a ordem foi desde logo respeitada na Paróquia de S. Lourenço d’Asmes, porque não é descrito o local de enterramento, limitando-se a uma descrição do pároco indicando que o «acompanhou (o defunto) até à sepultura». Contudo, consideramos curioso o facto de podermos registar que no ano de 1844, e volvidos mais de trinta anos das leis que criavam os cemitérios públicos, sabermos que os enterramentos além de acontecerem no adro da igreja, também se mantinham no seu interior.

    Incluímos ainda, e à semelhança do que realizamos para os batismos e casamentos, o último registo de óbitos que se encontra digitalizado, do ano de 1910:

    Aos dezanove dias do mez de Dezembro do anno de mil novecentos e dez às oito horas da noite no lugar de São Paio d’esta freguezia de São Lourenço d’Asmes Concelho de Valongo Diocese do Porto faleceu tendo recebido o sacramento do baptismo de necessidade de um indivíduo do sexo masculino recém nascido filho legítimo de Custódio Ferreira Lima, pedreiro, e de Conceição Gonçalves, doméstica, ambos naturaes d’esta freguezia e n’esta moradores no lugar de Villar, digo de São Paio, e foi sepultado no cemitério desta freguesia.

    E para constar lavrei em duplicado este assento que assigno. Era ut supra / O Abbade Paulo António Antunes

    4. Crismados

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Bibliografia:

    Arquivo Distrital do Porto:

    - Registos de óbitos de 1856 a 1672 – Cota: E/27/4/4-14.5 (Disponível em: http://pesquisa.adporto.arquivos.pt/details?id=500559 )

    - Registos de óbitos de 1817 a 1859 – Cota: E/27/4/5-18.11 (Disponível em: http://pesquisa.adporto.arquivos.pt/details?id=500576 )

    - Registos de óbitos de 1910 – Cota: G/32/1/3-2.10 (Disponível em: http://pesquisa.adporto.arquivos.pt/details?id=1414909 )

    - Registos de crismados de 1589 a 1685 – Cota: E/27/4/4-14.5 (Disponível em: http://pesquisa.adporto.arquivos.pt/details?id=500619 )

    DIAS, Manuel Augusto. PEREIRA, Manuel Conceição (2001). Ermesinde – Registos Monográficos. Vol. 1. Ermesinde: Câmara Municipal de Valongo

    Por: Mariana Filipa Lemos

     

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