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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-12-2020

    SECÇÃO: Ciência


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    Natal em tempos de pandemia

    O ano de 2020 tem sido um ano de enormes desafios a todos os níveis. A pandemia trouxe episódios que jamais sonhávamos ser possíveis de acontecer e, já com o ano na sua fase final, temos mais um desafio: viver o espírito de Natal com a máxima segurança possível!

    O certo é que a pandemia da Covid-19 obrigou a uma reorganização ímpar do nosso modo de vida e da nossa sociedade. Após a Organização Mundial da Saúde declarar que o surto do novo coronavírus era uma pandemia global, um dos assuntos mais debatidos entre a comunidade e os especialistas foi a utilização das máscaras comunitárias como forma de proteção. Inicialmente, os profissionais de saúde, os líderes políticos e a OMS transmitiram a mensagem de que as pessoas não deviam utilizar máscaras protetoras, a menos que estivessem doentes ou a prestar cuidados a alguém infetado. Hoje em dia sabemos que, como há a possibilidade de indivíduos infetados serem assintomáticos, esta recomendação mudou.

    Também no Natal, a orientação é que as pessoas só tirem a máscara no momento da refeição. Importa ainda realçar, dizem os especialistas, o uso correto da máscara: tapar o nariz e a boca, e não o queixo ou o pescoço!

    Poderá o uso generalizado da máscara alterar a maneira como observamos as outras pessoas? Poderá fazer com que a mensagem de paz, harmonia e o desejo de um próximo ano cheio de esperança não se transmita? Um bom Natal a todos, e não deixem de sorrir…mesmo por baixo da máscara!

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    “RECONHECER EMOÇÕES EM TEMPOS DE PANDEMIA

    Ser capaz de reconhecer as expressões faciais é fundamental durante as interações sociais, uma vez que estas transmitem informações sobre as emoções dos outros, permitindo regular as nossas respostas em conformidade. Mas o que acontece quando parte do rosto está coberto por uma máscara cirúrgica?

    As faces humanas são uma fonte rica de pistas sociais sobre os outros, nós próprios e a nossa relação com os outros e com o mundo. Ao olharmos para o rosto de alguém, conseguimos fazer uma série de inferências sobre essa pessoa, tais como identidade, sexo, idade, etnia, estado de saúde, atratividade, dor e emoções. A forma como estas pistas (e outras pistas sociais, como vozes) chegam ao nosso cérebro, são codificadas e representadas pelo mesmo, e guiam a nossa atenção é designada por processamento emocional e representa uma das áreas mais estudadas da Psicologia.

    Apesar de os mecanismos subjacentes a estes fenómenos não serem ainda completamente conhecidos, as faces são tão importantes que existem determinadas áreas cerebrais especificamente dedicadas ao seu processamento.

    Um dos aspetos mais fascinantes das faces humanas é o facto de veicularem pistas importantes sobre as emoções mediante determinados movimentos dos músculos – expressões faciais. Através das expressões faciais, conseguimos inferir sobre os estados emocionais outros, prever as suas ações e regular os nossos comportamentos em concordância. Da mesma forma, os outros conseguem inferir sobre os nossos estados emocionais, prever as nossas ações e regular os seus comportamentos. Esta partilha ajuda-nos a navegar no mundo social de forma adequada. Por exemplo, olhar para alguém com uma expressão facial de “raiva” – que sinaliza uma ameaça direta para o observador – está associado com respostas de aproximação (“luta” ou confronto) ou de evitamento (“fuga”).

    Em 1994, Paul Ekman identificou seis categorias básicas de expressões faciais, com base no movimento dos músculos faciais: alegria, nojo, surpresa, medo, raiva e tristeza. Por exemplo, uma cara alegre é tipicamente caraterizada pelo sorriso; uma cara de raiva pelas sobrancelhas franzidas, boca tensa e narinas dilatadas; e uma cara de nojo pelo nariz enrugado e lábio superior levantado.

    De forma geral, somos bons a reconhecer as expressões faciais e, por conseguinte, a regular o nosso comportamento em conformidade. Contudo, ocasionalmente e em situações particulares, o processamento de expressões faciais pode ser comprometido quando as faces, ou parte dessas, estão ocludidas. É isso que ocorre no atual contexto pandémico, em que a utilização generalizada de máscaras cirúrgicas (ou comunitárias) é uma medida inegável para diminuir a propagação no novo coronavírus, obrigatória em muitos países e recomendada pela maioria das organizações de saúde. Não obstante, que impacto traz esta medida no reconhecimento dos estados emocionais dos outros? Já deu por si a sentir dificuldade em “ler” a expressão facial de alguém que está a usar uma máscara cirúrgica?

    Um estudo recente, revisto por pares e publicado na revista Frontiers in Psychology (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyg.2020.566886/full), procurou perceber qual o efeito da máscara na forma como reconhecemos as expressões faciais. Através de uma tarefa simples de reconhecimento emocional – na qual é solicitado aos participantes que indiquem qual a emoção representada por determinada expressão facial – os investigadores descobriram que a presença de máscaras cirúrgicas dificulta o reconhecimento de emoções específicas, como é o caso da alegria, do nojo, da raiva e da tristeza, mas não de outras, como o medo e do estado neutro (nenhuma emoção em particular).

    Quando usamos a máscara cirúrgica, uma grande parte do nosso rosto fica coberta, incluindo a área do nariz e da boca – especialmente relevante para o reconhecimento da alegria e do nojo. A limitação no acesso à informação visual é uma das explicações apontadas pelos investigadores para a dificuldade em reconhecer certas emoções com a máscara. Estes resultados contrastam com alguns estudos anteriores que indicam que somos igualmente bons a reconhecer emoções mesmo quando a área do nariz e da boca está ocludida, reforçando a importância da região dos olhos na comunicação das emoções. Contudo, nestes estudos, as regiões do rosto estão cobertas por estímulos sem carga emocional, tais como lenços ou retângulos. É possível que as máscaras, ao simbolizarem a pandemia e o potencial perigo de contágio, confiram um significando mais ameaçador às faces, contribuindo assim para a perceção distorcida da expressão facial.

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Joana Grave

    Ciência na Imprensa Regional

    – Ciência Viva”

    Por: Luís Dias

     

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