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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-03-2017

    SECÇÃO: Património


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    Ainda a palavra “Ermesinde” (3)

    Neste contexto, marcado pelo enfraquecimento e descrédito da autoridade condal de Barcelona, teve de enfrentar a revolta dos barões e senhores feudais que, com epicentro no Penedès, desafiando a potestas condal e a sua política de manter a paz com os sarracenos, em troca pelo cobro de parias. Tomando eles mesmos o controle das fortalezas das quais chegaram a dispor como se fossem sua propriedade, isto é, sem a supervisão da cúria condal. Entre estes aristocratas, antigos Veguers que chegaram a senhores, em Penedés destaca-se Mir Geribert quem se dá a si mesmo o título de príncipe de Olèrdola.

    Ermesinda apoiou o seu neto Raimundo Berengário I na sufocação da revolta nobiliária, e conseguiram-no, mas não por retornarem a ordem vigente na época de Raimundo Borrell, e sim por aceitarem as novas práticas feudais, as convenientiae .

    INTERIOR DA CAPELA DE SANTA HELENA NA CATEDRAL DE GIRONA. ESTÁTUA JACENTE DA CONDESSA ERMESENDA, E, AO FUNDO, O SEU SEPULCRO ORIGINAL. FOTO PUBLICADA NO WIKIPEDIA
    INTERIOR DA CAPELA DE SANTA HELENA NA CATEDRAL DE GIRONA. ESTÁTUA JACENTE DA CONDESSA ERMESENDA, E, AO FUNDO, O SEU SEPULCRO ORIGINAL. FOTO PUBLICADA NO WIKIPEDIA
    Durante o cogoverno surgiram novos desentendimentos, que se agravaram quando seu neto, Raimundo Berengário I, repudiou a política matrimonial desenhada pela sua avó, e casou-se com Almodis de la Marche. Então Ermesinda pressionou as hierarquias eclesiásticas para excomungarem seu neto, o que foi obtido em 1055. A excomunhão enfraqueceu ainda mais a autoridade dos condes de Barcelona e voltou a instigar a revolta nobiliária. Durante este conflito, Ermesinda moveu todas as suas influências entre as hierarquias eclesiásticas, até que conseguiu do Papa Vítor II uma sentença de excomunhão contra Raimundo Berenguer I e Almodis de la Marca, por adultério, por esta viver maritalmente com Raimundo Berenguer I, pois havia abandonado o seu marido, o conde de Tolosa.

    Depois de quarenta anos, sempre ligada ao poder, e figura omnipresente no domínio do condado de Barcelona, chave na evolução política de Barcelona-Girona-Osona. Finalmente em 1057, ela vendeu o seu domínio sobre os condados ao seu neto, e afastou-se do poder, isolando-se no castelo remoto de Sant Quirze de Besora, começando a definhar, morreu poucos meses depois, em 1 de Março de 1058, a pensar no passado glorioso que tivera. Foi inumada num sarcófago de pedra situado na galilé (ou pequena galeria) exterior da Catedral de Girona.

    Tal como a primeira está completamente fora do contexto nacional.

    SEPULCRO GÓTICO D' ERMESENDA, EM GIRONA
    SEPULCRO GÓTICO D' ERMESENDA, EM GIRONA

    1 Potestas é uma palavra latina que significa poder, competência ou faculdade. Ela é um importante conceito no direito romano.

    2 Parias (em latim vulgar: pari?re, 'saldar, pagar') era um tributo ou imposto que pagavam os reinos das taifas (1031-1492) aos reis cristãos para que não os atacassem e para que os protegessem de outros inimigos, tipo aliança, inclusive de outros reinos cristãos.

    3 Mir Geribert (Gavá - Tortosa, 1060) foi um nobre catalão, que protagonizou uma revolta contra o conde de Barcelona, Ramón Berenguer I. Chegou a intitular-se príncipe de Olérdola.

    4 Anteriormente, feudo era sinónimo de fisco ou terra fiscal, sendo concedido por o titular de poder público, em regime de tenência administrativa. Quando se entra no período 1020-1040, uma conjuntura de quebra do poder público e fortalecimento da nobreza militar, devido a uma crise de crescimento. A nobreza através de pactos privados o "convenientae", consegue estabelecer um regime jurídico de uso da terra, em que se a concede como elemento integrante de um complexo de relações jurídicas pessoais.

    Bibliografia

    Albertí i Casas, E. (2007). Dames, Reines, abadesses, 18 persanalitats femenines a la Catalunya medieval. Barcelona: Albertí Editor.

    Aurell, M. (s/d). Ermessenda de Carcassona o el poder del viudatge. (V. Cicle "Girona a l'abast, Ed.) Girona: Editat per Bell-lloc del Pla.

    Farreras, J. N., & i altres. (2002). La Catedral de Girona. Girona: Ajuntament de Girona/Lunwerg Editores.

    Gil i Roman, X. (2004). Diplomatario de Ermesèn, condesa de barcelona, Girona y Osona (c.991-1 de ,arzo de 1058) (http://www.tdx.cat/TDX-1124104-170009/ ed.). Barcelona: Departament de Ciències de l'Antiguitat i de l'Edat Mitjana de la UAB.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Ermesinda_de_Carcassonne. (s.d.). Obtido em 18 de 12 de 2016, de wikipedia.org: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ermesinda_de_Carcassonne

    Jubany, M. S. (2005). Catedral de Girona. Girona: Edicions Aldeasa.

    Sobrequés, S. (1985). Els grans comtes de Barcelona (4ª ed.). Barcelona: Ed. Vicens-Vives.

    Por: Carlos Marques

     

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