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    Arquivo: Edição de 21-10-2013

    SECÇÃO: Opinião


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    Galp compra barato, vende caro

    No caderno “Dinheiro Vivo” distribuído com o Jornal de Notícias do passado dia 28 de setembro, há uma entrevista ao Professor João César das Neves, conduzida por Sílvia de Oliveira e Hugo Neutel, e um artigo assinado por Ana Baptista, que bem podem ser associados para dizer que alguma coisa ter de urgentemente ser feito para que as reformas que Portugal tem que fazer para enfrentar os seus problemas económico-financeiros, sejam distribuídos por todos e não apenas por aqueles que não têm possibilidades de influenciar o poder político.

    Na extensa mas interessante entrevista, como regra geral são as intervenções do economista, o docente da Universidade Católica lembra a dada altura que para Portugal honrar os seus compromissos era “preciso que os portugueses colaborassem, e o que temos aqui é uma data de gente que faz birra”, esclarecendo que a maioria dos portugueses até já está a apertar o cinto e dar a volta”, mas “existe um grupinho de elite, que todos conhecemos, que está a fazer birra, como se isso fosse uma coisa imposta pela Europa”.

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    Ana Baptista pelo seu lado faz eco do sentimento dos empresários do ramo das Cerâmicas que se queixam do elevado custo da energia fornecida pela Galp, cujos preços comparados com a média praticada nos 27 países da UE são mais elevados entre 5% e 10%, nos últimos quatro anos, salientando que a margem praticada em Portugal pela Galp é de 43,3%, mais elevada que os 37,9% em França, 28,8% em Espanha e 11,7% em Itália.

    Não sendo de negar os parabéns à Galp pela sabedoria de comprar barato, já outro sentimento se nutre quando se constata as abissais diferenças das margens de lucro por ela contabilizadas, quando comparadas com os três países que nos são próximos, não sendo, certamente, estranha a circunstância de concorrência muito mais agressivas naqueles mercados que os obriga a “esmagar” preços para neles se manterem, ajudando, assim, os empresários na competitividade, nomeadamente os do setor cerâmico.

    Para que a Galp não deva ser englobada no grupo da gente que “faz birra” manda a solidariedade nacional que se proceda a uma de duas medidas urgentes: convencer a Galp a praticar preços com margens que se aproximem da média daqueles três países ou, em alternativa, o governo criar um imposto extraordinário a vigorar enquanto durarem outras medidas extraordinárias suportadas por trabalhadores e pensionistas, aplicável aos proveitos da energética provenientes dos preços que, tendo por base as margens obtidas pelos referidos três países, excedam a respetiva média, que na situação aqui relatada, seriam os lucros obtidos acima de 26%.

    Numa altura em que o governo procura medidas alternativas aos “chumbos” do Tribunal Constitucional, a que aqui preconizamos, aplicável a outras empresas que beneficiam de estatuto equivalente (EDP, por exemplo), certamente que contribuirá fortemente para encontrar a solução.

    Por: A. Alvaro de Sousa

     

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