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    Arquivo: Edição de 27-09-2013

    SECÇÃO: Opinião


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    Duas visões de idêntico problema

    São diversos os países que se revelam altamente preocupados, e bem, com o que consideram genocídio praticado pelo Governo sírio que, utilizando armas químicas, terá provocado a morte de alguns milhares de cidadãos indefesos. E, neste quadro, americanos, franceses, ingleses e outros, usando a tribuna das Nações Unidas, procuram que a comunidade internacional se una num processo que puna exemplarmente o Governo sírio para que o criminoso uso de armas químicas não fique impune e sirva, igualmente, para desencorajar outros a seguirem tão trágico caminho.

    Percebendo e concordando com as iniciativas de todos quantos querem algo fazer no sentido de defender a humanidade de atos loucos de governantes que não se contêm perante a superior defesa das populações que lhes cabe defender, já nos causa alguma estranheza a falta de coerência das mesmas potências perante o lento e silencioso morticínio de milhões de pessoas vítimas de atos não menos bárbaros, como seja a redução à condição de miseráveis: sem emprego, sem cuidados de saúde dignos desse nome, desapropriados de serviços de educação que já tiveram, roubados de pensões que compraram ao longo de largas dezenas de anos em que descontaram o que lhes disseram ser necessário para assegurar a realização deste elementar direito, tudo em contraponto com milhões de euros canalizados para as instituições bancárias europeias a troco de juros por empréstimos que nos induziram a contrair nos tempos em que para essas instituições era do seu interesse conceder os financiamentos que ajudaram a vender os produtos das suas economias e, consequentemente, assegurar o normal funcionamento das suas unidades produtivas evitando graves problemas de emprego.

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    No estádio em que Portugal se encontra, depois de ter arruinado a classe média pela via do desemprego e inimaginável carga fiscal, o que será preciso fazer para que os protagonistas das políticas europeias percebam que, usando armas não menos mortíferas que as químicas dos sírios, estão a condenar ao genocídio milhões de portugueses que, tal como na Síria, há crianças, mulheres e velhos a morrer diariamente em consequência de políticas praticas pelos governos nacionais a mando de países do norte da Europa que vão enriquecendo com a pobreza dos povos do sul através de fabulosos juros e de compras a “pataco” de empresas lucrativas que ainda restam do espólio português.

    Nesta altura do campeonato é urgente que alguém perceba (Presidente da República, Governo, líderes partidários, representantes das universidades, das associações patronais e sindicais, diretores da comunicação social, etc.) que o que está em marcha é um diabólico programa das economias prósperas do Norte da Europa visando apropriar-se de todo o património nacional que tenha interesse económico para os seus países para, ato contínuo, “chutar-nos” para fora da Zona Euro por não conseguirmos produzir riqueza que pague os exorbitantes juros da dívida que nos impuseram através dos programas da Troika e, menos ainda, reembolsar em período curto, o respetivo capital.

    É, pois, urgente que Portugal diga claramente aos seus parceiros europeus que, ou a UE é uma instituição de solidariedade onde os mais ricos ajudam os menos favorecidos, pela via de financiamentos do Banco Central Europeu a juro praticado para as instituições bancárias, ou Portugal segue o caminho há muito aconselhado por reputados economistas, de saída do “Clube” Euro, acompanhado de declaração de pagamento da dívida ao longo de cinquenta ou cem anos, com uma taxa de juro equivalente ao crescimento do PIB e de medidas legislativas que sujeite os rendimentos obtidos em Portugal, pelas empresas com sede em paraísos fiscais, aos impostos aplicáveis como se a sede o fosse em território nacional, a fim de evitar que Portugal fique cada ano mais pobre pela evasão fiscal.

    Por: A. Alvaro de Sousa

     

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