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    Arquivo: Edição de 10-07-2012

    SECÇÃO: Opinião


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    Prestígio e responsabilidades das universidades

    Há tempos pudemos viver o “folhetim” de uma licenciatura atribuída por uma das universidades de criação recente, ficando na dúvida de cada um o que de verdade se terá passado: se um injusto labéu sobre um cidadão que exibe justamente um título académico, se um título académico atribuído a alguém de forma imerecida.

    Quando este género de comportamento de responsáveis universitários estava a caminho do esquecimento, eis que surge um novo episódio com iguais similitudes: cidadão exibindo um título académico que é suposto exigir a frequência de trinta e seis cadeiras semestrais, distribuídas por três anos, mas que para si, apenas precisou de esperar praticamente um ano para obter o certificado de licenciado em Ciência Política e Relações Internacionais.

    Não estando em condições de apreciar o rigor e a qualidade da decisão dos órgãos da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Lisboa) relativamente ao seu veredito na apreciação do “currículo profissional” do candidato, proporcionando-lhe ao fim de um ano possuir um “canudo”, desejamos apenas salientar a injustiça que estas decisões causam aos alunos que durante pelo menos três anos “queimam as pestanas” e desembolsam milhares de euros em propinas para poderem, em pé de igualdade com os “privilegiados” de outras vias de acesso, exibirem “currículos vitae” de igual valia.

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    Com isto queremos salientar, não o eventual oportunismo dos “privilegiados”, mas antes a falta de consideração dos responsáveis das instituições universitárias que, nas suas decisões, não ponderam os danos que causam aos milhares de alunos que nas diversas faculdades se “esfolam” por vencerem as vicissitudes dos exames, devorando os “calhamaços” e pagando as pesadas propinas para obterem um certificado de licenciatura desvalorizado por práticas gestionárias lesivas do bom nome dos títulos académicos atribuídos pelas instituições que representam.

    Com efeito, como se sentirão os alunos “regulares” da Lusófona quando interpelados por alguém que lhes pergunte onde obtiveram a licenciatura, tiverem de referir a Lusófona e de ouvir qualquer coisa parecida com um comentário deste “jaez”: é uma daquelas que proporciona aos políticos a concessão de uma licenciatura praticamente sem porem os pés nas aulas ou nos exames? E a tua? É dessas, ou das suadas e pagas?

    O legislador deveria rapidamente punir exemplarmente quem se põe a jeito neste tipo de “trapalhadas”, expulsando-os das instituições a benefício da ética académica, do prestígio das universidades e do respeito pelos direitos dos verdadeiros estudantes e licenciados. O “lamaçal” em que a política tem transformado a sociedade portuguesa reclama medidas que acabem com os “brandos costumes” e implementem práticas de rigor e sanções exemplares.

    Admitindo que o legislador, por interesses corporativos, não se mostre lesto a modificar o atual quadro, apelamos aos responsáveis universitários que introduzam nas suas instituições regulamentos que impeçam situações como a que atualmente vivemos na comunicação social, livrando-se, e protegendo os alunos, de eventuais prevaricadores.

    Por: A. Alvaro de Sousa

     

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