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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-04-2012

    SECÇÃO: Editorial


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    A Direita de cravo na lapela

    O 25 de Abril fez-se para libertar o País do peso de uma política obscurantista de direita abrindo caminho a uma democracia que o povo referendou na rua.

    A direita conservadora nunca conseguiu lidar com esta situação com grande à-vontade.

    Assistimos ao longo destes 38 anos a várias formas de encarar as festividades do 25 de Abril, em que alguns tentaram retirar-lhe o significado, os valores, ou acrescentando outros que nada têm a ver com esta revolução ímpar vivida em festa e com uma compreensão e respeito pelos direitos fundamentais da humanidade.

    O protagonismo de alguns, uma pseudomodernidade de outros, foi-lhe retirando a sua simbologia, os seus valores. Mudaram-lhe a cor, deixaram-no murchar e quando ninguém esperava, eis que resolveram assumi-lo na lapela, a flor…, é claro!

    De qualquer forma foi bonito, o povo gostou, porque a maioria do povo deste país aprovou na rua a revolução, e o poder precisa de ter sempre presente esse referendo popular.

    Pena é que apenas se lembrem desse povo nas coisas formais.

    Foto ARQUIVO
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    Todos de cravo na lapela, mas todos diferentes…

    Tentar esconder ou passar ao de leve sobre os graves problemas deste país é de uma falta de responsabilidade inadmissível, e parece-me nesta situação, uma verdadeira perda de tempo discutirmos se este ou aquele partido, este ou aquele discurso foi mais ou menos apelativo, se estas comemorações do 25 de Abril foram mais ou menos solenes. Cravos não faltaram, o Governo apareceu bem enfeitado na Assembleia da República, mas tem sido exatamente nesse local, que vemos nos últimos tempos desfolhar todos os dias os cravos de Abril, as conquistas alcançadas ao longo destes últimos 38 anos, com uma total falta de respeito e sensibilidade, como se a vida humana e os seus problemas se resolvam apenas e somente com números.

    Mudaram-se os governantes, mudaram-se as políticas, em Portugal e na Europa, e a Europa contínua a afundar-se e Portugal também.

    Não admira que alguns pensem que «Abril não se fez para isto».

    Cometeram-se muitos erros, certamente que temos de mudar de vida, aprender com os erros numa perspetiva evolutiva e mais igualitária e não num retrocesso que nos conduza a uma pobreza insustentável.

    Estamos a ficar pobres, deprimidos e sem esperança.

    Estão a dar cabo da classe média, a destruir uma juventude intelectualmente preparada que nunca terá oportunidade de mostrar o que vale, nem contribuir para o enriquecimento do País.

    Resta-nos a liberdade de poder dizer o que pensamos, mas começa a ser muito pouco quando sentimos que não somos ouvidos.

    Por: Fernanda Lage

     

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