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    Arquivo: Edição de 15-03-2012

    SECÇÃO: Opinião


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    O verdadeiro Poder

    Alegando razões pessoais e familiares, o secretário de Estado da Energia apresentou a sua demissão, sendo substituído por Artur Trindade, que deixa o cargo de director da ERSE. Que terão sido razões pessoais que impeliram Henrique Gomes a “bater com a porta” não duvidamos. Como pequena é a incerteza que também razões familiares terão estado presentes na sua decisão. Felizmente que ainda há famílias preocupadas com a honra e o prestígio dos seus.

    Com efeito, sendo público que o demissionário apostou numa política de reestruturação do setor que tutelou e no corte dos custos que têm impacto na tarifa energética, ao não conseguir vencer a batalha com as operadoras, só lhe restava duas hipóteses: manter-se no cargo a fazer figura de tonto, ou ser coerente e deixar o “pântano” para outros, que sempre os há, disponíveis para servir interesses particulares a coberto de falacioso discurso de que o que os move é a defesa do bem público.

    Não sabemos se a decisão de abandonar o Governo é recente ou tomada há meses, aguardando, apenas, que o primeiro-ministro escolhesse o substituto. Fica-nos, no entanto, a convicção de que o episódio do secretário de Estado dos Transportes em mandar pagar os 4,4 milhões de euros à Lusoponte terá apressado a saída do seu colega, que se terá apercebido que o verdadeiro poder não está nas mãos dos governantes, porque outros maiores “se alevantam”.

    Se não se lembrou antes, Henrique Gomes recordar-se-á hoje da “famosa” expressão de Jorge Coelho. Disse ele na circunstância: quem se mete com o PS leva. Com os casos ocorridos nas secretarias de Estado da Energia e dos Transporte, o aviso continua atual e ativo: quem se mete com os poderosos leva.

    Os portugueses devem estar gratos ao ex-administrador da REN por, seguindo o exemplo de Campos Cunha, ex-ministro das Finanças de Sócrates, ter tido a coragem de enfrentar os poderosos “lobbies”. E, levando o seu combate até ao ponto de dar visibilidade ao que se passa nos corredores da governação, obrigar Passos Coelho a ter de optar por um dos lados: a defesa do bem público ou dos interesses particulares. Infelizmente optou por estes últimos, para desgraça dos portugueses e desfortuna do regime democrático.

    Por: A. Alvaro de Sousa

     

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