SECÇÃO: Educação

Associação de Pais de Ermesinde paga livros escolares aos alunos

Consciente das dificuldades económico-financeiras que o atual contexto de crise acarreta, a APEAEC – Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas da Costa (Costa, Montes da Costa e Saibreiras) entendeu pagar os livros escolares aos alunos mais carenciados do 1º Ciclo.

De acordo com o compromisso assumido com o Agrupamento Vertical de S. Lourenço, a Direção da APEAEC, pautando-se por uma participação ativa em prol da comunidade educativa, assumiu o seu papel de base de apoio às crianças e alunos mais necessitadas, consubstanciando práticas que possibilitem, em ambiente escolar, maior igualdade e equidade educativa, didática e pedagógica.

Neste sentido, atendendo às carências demonstradas por famílias com filhos em idade e frequência escolar, José Manuel Pereira, presidente da Associação de Pais refere que esta medida «não só se torna um dever para com a comunidade educativa como é igualmente o garante de que a apreensão dos saberes e conhecimentos por parte dos alunos é devidamente assegurada». Apesar de reconhecer que esta não é missão específica do movimento associativo, «a APEAEC, que não conta com qualquer tipo de apoio de subsídios, não podia ficar indiferente e insensível perante uma matéria da exclusiva competência social e educativa da Câmara de Valongo». Acrescenta que havendo alunos carenciados e que não tendo sido contemplados pelo apoio social, a Associação de Pais não poderia permitir que, por falta de dinheiro e adequadas opções políticas «houvesse alunos onde a sua aprendizagem fosse condicionada com graves repercussões no desenvolvimento inteletual e cultural».

Em estreita colaboração com cada uma das professoras coordenadoras das escolas associadas, a APEAEC, depois de ser informada do universo das crianças sinalizadas, procedeu à compra dos livros recomendados, desconhecendo a identidade dos seus destinatários. Ao proceder desta forma, «a Associação de Pais resolveu dois problemas: ajudou as famílias e os alunos mais carenciados e, o mais importante, não permitiu que dentro da mesma sala de aulas fosse criado nos alunos mais carentes o estigma de serem diferentes perante a indiferença».

Sabendo a Associação de Pais que a realização de outros eventos e iniciativas didáticas e pedagógicas estavam condicionadas pela contenção orçamental, a APEAEC conseguiu implementar em todas as escolas EB1/JI do Agrupamento, novos serviços à comunidade escolar, oferecendo as receitas dos mesmos para financiamento em prol da escola e dos alunos que a frequentam.

Bastante crítico em relação “à cada vez maior desresponsabilização dos Pais na aprendizagem e formação educativa dos seus filhos” acredita que só com a implementação destas práticas inclusivas, é possível consciencializar os pais para o seu papel como parte integrante da comunidade educativa.

Por: José Manuel Pereira - Presidente da Direção da APEAEC