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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-11-2011

    SECÇÃO: Editorial


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    Para que serve a escola

    Já lá vai o tempo em que a escola se resumia a ensinar a ler e a contar.

    É fundamental que a escola promova o ensino da nossa língua e da matemática mas não é suficiente, como muitos apregoam.

    Ao pensarmos que a formação dos jovens se resume a saber matemática e português estamos a retirar das cadeiras da escola grande parte da formação cultural e científica, a esquecer valores e referências fundamentais na formação social dum indivíduo, a estagnar e até a matar toda a capacidade imaginativa e de criatividade fundamentais para o desenvolvimento da sociedade.

    Hoje é vulgar as pessoas queixarem-se de falta de ética dos políticos, dos governantes, dos profissionais, das pessoas em geral, ora esses valores deviam também ser transmitidos nas escolas, através de uma prática de ensino centrada em deveres e direitos e no respeito pelo ser humano.

    Uma formação baseada no êxito rápido, na obtenção de classificações elevadas para ser superior ao outro a qualquer custo, tem vindo a formar indivíduos desprovidos de quaisquer preocupações éticas nas suas práticas profissionais e sociais.

    O desconhecimento da nossa história, dos valores do nosso povo, é assustador. E verificou-se ainda há poucos dias a propósito da eliminação de feriados.

    O debate sobre os feriados não se pode resumir a uma questão de mais ou menos um dia de trabalho.

    Poucos se deram ao cuidado de pensar o que são estes feriados, o que se comemora ou o que significam, certamente porque, para muitos, já não significam nada, o que é duplamente mau, porque não só não iam trabalhar como nem sabiam porquê.

    Ouvi muito boa gente dizer que o 1º de Dezembro já não tem sentido nenhum. Pois eu penso exatamente o contrário, nunca como hoje, desde 1640, vivemos tão dependentes de outros países, lembrar e comemorar a nossa liberdade devia ser um dia de reflexão sobre o atual momento na procura de uma resposta para a perda de soberania que se vem verificando no dia a dia.

    Se uma grande maioria não sabe o significado do 1º de Dezembro isso deve-se à forma como muitos dos nossos educadores entendem a escola, como tratamos a nossa história, como ignoramos os grandes movimentos sociais, culturais, económicos e políticos.

    Alguém dizia que num momento de falta de autoestima, de profunda crise de valores cívicos, de diminuição da liberdade a favor dos centros de decisão políticos e económicos, um pouco de patriotismo vinha mesmo a calhar.

    Eu também penso assim, e espero que continue a haver espaço nas nossas escolas para comemorar e lembrar, feriados ou não, todos os momentos, crenças, e valores da nossa cultura e da nossa tradição.

    Por: Fernanda Lage

     

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