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    Arquivo: Edição de 30-07-2011

    SECÇÃO: Local


    José Silva Peneda no Rotary Club de Ermesinde

    Fotos MANUEL VALDREZ
    Fotos MANUEL VALDREZ
    Na noite do passado dia 11 de julho o Rotary Club de Ermesinde acolheu no seu habitual jantar, na Churrasqueira de Ermesinde, um convidado de peso, José Silva Peneda, ministro do Emprego e da Segurança Social nos XI e XII Governos Constitucionais, ex-presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte, ex-deputado ao Parlamento Europeu, militante destacado do PSD, presidente do Conselho Económico e Social (CES).

    No seu discurso perante os rotários ermesindenses, o presidente do CES insistiu na ideia de que as sociedades de hoje se encontravam muito fragmentadas, e que qualquer tentativa de governação não podia deixar de ter em conta a existência de uma muito maior mobilidade relativamente a outros tempos, com o aparecimento de novos grupos de interesse, e de uma muito maior diversidade.

    Torna-se assim, mais do que nunca uma necessidade, a capacidade de previsão dos problemas e que toda a atividade seja orientada para o diálogo entre os vários intervenientes.

    Os governos, hoje, seriam apenas um entre vários atores e a concertação, agora, numa situação de crise, tornava-se ainda mais necessária.

    O maior problema da nossa sociedade, hoje, é o desemprego, apontou Silva Peneda, indicando que, com ele, surge também uma questão de perca de confiança.

    «Combater o medo não é fácil», apontou ainda o presidente do CES, «quem tem medo é rígido», mas se houver uma melhoria dos níveis de confiança, isso pode ajudar a melhorar a situiação das pessoas.

    «O diálogo social é uma expressão da cidadania», apontou ainda, e salientando o papel da concertação e do diálogo, inclusive entre governantes e cientistas, apontou o bom exemplo do tempo das Descobertas portuguesas (em que governantes, cartógrafos e navegantes, todos juntos, se envolveram num mesmo empreeendimento).

    Apontou depois a necessidade de passar do campo dos princípios à prática social, e considerou, de seguida, que a proposta neo-liberal não tinha mostrado adequada à realidade de hoje. Defendeu assim a necessidade de uma regulação central dos mercados, criticando «a pouca transparência do setor financeiro» e o seu papel excessivo na definição de políticas. «Os meios financeiros têm que ser retirados à especulação financeira», avisou.

    E avançou depois para um outro aspeto, defendendo a importância do cumprimento rigoroso dos compromissos. «Os compromissos nunca podem ser violados (o que aconteceu com o Governo anterior)», acusou.

    «Quando surge uma circunstância nova, é necessário voltar à mesa de negociações, não se podem rasgar os acordos», considerou.

    «A economia tem que ser constantemente escrutinada», defendeu ainda, e «tem que se banir o discurso político cor-de-rosa e descer à terra».

    Seguidamente Silva Peneda abordou uma outra questão, a necessidade «do recato das negociuações», sendo que nestas todos deverão a ter que ganhar com o negócio.

    Apontou depois, como conselho aos governantes, que estes deverão sempre apresentar a explicação das suas políticas, e ter muito cuidado com a sua concretização no terreno.

    «Como é que os sacrifícios vão ser distribuídos? E em nome de quê?».

    Relativamente à situação político--económica atual avisou também que «mesmo que se cumpram rigorosamente todos os acordos e se façam todos os sacrifícios, nada garante o sucesso».

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    Falando depois do seu pensamento e das suas previsões apontou que ele mesmo tinha indicado (na passagem dos 10 anos do euro) que, relativamente ao sucesso da moeda única, tudo iria correr bem até que viessem ao de cima as diferenças de competitividade.

    Agora estaríamos perante um problema sistémico, que só pode ser resolvido com uma solução sistémica.

    E deixou a questão: «Terá sido um erro ter criado uma moeda única num espaço não politicamente federado?». Este é um problema político profundo, considerou.

    José Silva Peneda entrou então na fase final da sua intervenção apontando que as grandes ideias da Humanidade tinham nascido sempre da interação entre as pessoas.

    «Nenhuma grande ideia foi uma ilha», apontou.

    E focou depois aquilo que considerou uma debilidade portuguesa: «Nós, portugueses, temos dificuldade em dizer de uma forma aberta o que defendemos».

    E outra ideia ainda a finalizar: «Território e recursos hoje já não são tão determinantes», salientou.

    E, finalmente, destacou o papel do diálogo como um caminho de modernidade e ainda a importância da contribuição pessoal de cada um para um processo verdadeiramente comum.

    Por: LC

     

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