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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-02-2011

    SECÇÃO: Gestão


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    O panorama de um futuro próximo

    A crise já vem de trás e os contornos não são apenas económico-financeiros. O corporativismo de alguns sectores da sociedade que sentem perdas dos direitos adquiridos nas décadas de pós-revolução, a globalização da economia e a penetração dos produtos vindos dos países emergentes, o acentuar das diferença sociais – apesar de uma propaganda constante do estado social –, a precariedade e a pobreza associada ao declínio de uma classe média, todos estes factores e outros colocam-nos perante um cenário e um futuro pouco risonho.

    Se observarmos o que vai acontecendo por esse mundo fora, quer nos países árabes, onde o petróleo tem vindo a suster muitas das crises sociais que agora se vêm despoletar, ou por essa Europa onde as manifestações de protesto face à degradação dos tais direitos adquiridos, a crise do estado social e o confronto de gerações perspectivam uma situação de instabilidade. Se a estes factos juntarmos outros como os efeitos demográficos e o envelhecimento da população, e um novo elemento preocupante que deriva do desemprego, prevê-se tempos de insegurança e de convulsões sociais que já se começaram a fazer sentir nos países próximos do sul da Europa.

    O desequilíbrio das contas publicas incapazes de financiar o Estado Social que nos propusemos implementar, determina uma certa inviabilidade do sistema político que urge reformar e reformular. A este nível concorre para o estado de degradação do nosso sistema, leia-se regime politico, uma certa deterioração de valores morais, onde vinga o individualismo e a competição obsessiva em detrimento dos antigos comportamentos onde uma palavra valia mais do o reconhecimento de uma assinatura.

    O Mundo está de facto a atravessar uma fase de mudança e os seus efeitos são imprevisíveis. A ver pela atitude da justiça que assume um papel auto-regulado sem ter em conta a sua função disciplinadora da sociedade, promovendo uma ideia de ineficácia em que as questões têm que ser resolvidas fora dos tribunais, porque estes não resolvem! Esta circunstância, a par de fenómenos de instabilidade social, pobreza e criminalidade, remete para um ambiente em que cada um tem que individualmente tratar da sua segurança e dos seus bens, pois caso contrário são criadas situações de prejuízos que isoladamente não tem eco na consciência pública, mas que começam a ser sentidos cada vez mais e cada vez mais perto de nós.

    Este cenário é preocupante e com a recessão que se avizinha encontra-se cada vez mais perto da realidade, com consequências económicas dramáticas. Cabe a cada um de nós tomar consciência das evidências que todos os dias vêm noticiadas (e amplificadas) na comunicação social, tomando as devidas precauções numa atitude de contenção, quer ao nível económico e previdencial (promoção de poupanças), quer ao nível da própria educação e dos valores, onde a retoma das virtudes de antigamente serão um apoio fundamental para assegurar nestes tempos de mudança os menores danos decorrentes desta transição.

    Por: José Quintanilha

     

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