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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-01-2011

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Incontinência urinária – um problema com soluções

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    Foto ROBERT LERICH - FOTOLIA
    Foto ROBERT LERICH - FOTOLIA
    A incontinência urinária é definida como a “perda involuntária de urina, que pode ser demonstrada objectivamente, constituindo um problema social ou higiénico”, este problema é muito comum, contudo continua a ser um tema tabu na nossa sociedade. Ainda persistem alguns mitos e pensamentos erróneos à volta deste assunto, tais como: “A incontinência urinária é um problema específico dos idosos”, “Não posso contar a ninguém”, ou “Isto só me acontece a mim”. Neste artigo vamos explorar e desmistificar este assunto, assim como, falar das possíveis soluções.

    A incontinência urinária pode ocorrer nos dois sexos e em qualquer idade, não é unicamente um problema das mulheres idosas, como a maior parte da população pensa. É certo que as mulheres apresentam maior predisposição para o desenvolver, e que existe problemas associados à idade que proporcionam o seu agravamento, todavia as causas da incontinência urinária são diversificadas.

    A classificação dos tipos de incontinência urinária é variada. Podemos classificá-la segundo o modo e o momento do início da mesma: incontinência recente e repentina (súbita) e incontinência de início gradual e persistente (crónica). De acordo com esta classificação, as incontinências súbitas associam-se a factores momentâneos que despoletam a perda de urina involuntariamente, tal como infecções da bexiga ou medicação com este efeito colateral. Por outro lado, as incontinências crónicas, mais comuns e frequentes, decorrem de alterações vesicais ou uretrais, lesões cerebrais ou dos nervos que inervam a bexiga. Este tipo de incontinência é mais comum nos idosos e mulheres pós-menopausa.

    Por outro lado, a forma mais comum de classificação da incontinência urinária é de acordo com o seu motivo. Assim sendo, existe: incontinência acompanhando a urgência miccional ou incontinência urinária de urgência (eliminação involuntária de urina acompanhada da urgência em urinar); incontinência urinária de esforço (eliminação involuntária de urina devido a incompetência do mecanismo de oclusão da uretra); e incontinência de tipo misto (combinação entre a incontinência de urgência e a incontinência de esforço).

    As pessoas com incontinência de urgência referem uma súbita vontade de urinar, muito intensa, que podem ou não ser capazes de contrariar. Nessas situações, conforme a reacção de contrariar a contracção da bexiga, pode não haver perda de urina, ou esta ser parcial ou total. Por vezes, os episódios de perda de urina estão relacionados com situações específicas como introduzir a chave na fechadura ao chegar a casa, lavar as mãos, ouvir água a correr, entre outros. Este tipo de incontinência é mais difícil de se contornar, pois os episódios são imprevisíveis. Por outro lado, na incontinência de esforço, as perdas são previsíveis e as doentes podem defender-se, evitando determinados gestos ou manobras quando têm alguma urina na bexiga.

    Na incontinência de esforço, as pessoas queixam-se de perdas de urina quando realizam força que aumenta a pressão dentro do abdómen, o que ocorre quando tossem, espirram, riem-se, pegam em pesos ou, em casos mais graves, simplesmente caminham. Nestas situações não existe perda de urina quando a pessoa está em repouso, habitualmente urinam em número normal e não têm perdas quando dormem. É o tipo de incontinência urinária mais comum nas mulheres.

    No caso da incontinência urinária mista, existem perdas com o aumento da pressão abdominal e também se verifica urgência e incontinência de urgência. Geralmente existe um padrão dominante.

    Todas as pessoas com este problema podem e devem procurar ajuda para a sua resolução ou atenuação. Infelizmente, estima-se que apenas 50% das mulheres afectadas procura ajuda, sendo que muitas tentam viver com o problema, recorrendo a fraldas ou outros produtos absorventes, ou mudando o seu estilo de vida. Esta atitude, provavelmente relaciona-se com o facto de se sentirem embaraçadas ou envergonhadas em admitir esta condição perante alguém. Existem soluções! Em primeiro instante, uma consulta de urologista é indispensável. O médico irá diagnosticar a doença e identificar a sua causa, para poder aplicar a melhor forma de tratamento farmacológico e não só. Em muitos casos é necessário a intervenção de um Fisioterapeuta e Psicólogo.

    Existem várias formas eficazes de combater esta condição, tais como: modificação do comportamento e exercícios (treino vesical), exercícios de fortalecimento dos músculos pélvicos (que suportam a bexiga e fecham os esfíncteres), fortalecimento com biofeedback, medicação, cuidados alimentares e cirurgia.

    A intervenção da fisioterapia ainda é pouco conhecida pela população, contudo a fisioterapia é importante para o controlo e melhor funcionamento dos músculos pélvicos, embora os exercícios de fortalecimento e consciencialização não curem a incontinência, entre 50 a 75% dos pacientes relatam melhorias substanciais nos seus sintomas.

    Como medidas de prevenção da incontinência urinária, podemos adoptar pequenos cuidados, como o controlo de tosses persistentes, obesidade, tensão abdominal e outros factores que aumentem a pressão sobre os músculos pélvicos. Isto envolve uma mudança no estilo de vida que inclui: deixar de fumar; procurar tratamento para qualquer tosse persistente; manter um peso saudável; evitar a obstipação; evitar levantar grandes pesos. Para além de tudo isto, o urinar regularmente e frequentemente, mesmo se não se tem vontade, pode ser benéfico.

    Por: Cristina Camacho (*)

    (*) Fisioterapeuta

     

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