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    Arquivo: Edição de 30-12-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Dor crónica

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    Foto LAURIN RINDER - FOTOLIA
    Foto LAURIN RINDER - FOTOLIA
    Pela sua frequência, sofrimento e incapacidade que causa, a dor, enquanto síndrome clínica, transformou-se num verdadeiro problema de saúde pública. As suas graves consequências ao nível da vida pessoal e familiar fazem com que a dor se constitua como uma das grandes áreas temáticas inscritas no domínio da saúde.

    A dor pode ser definida como uma experiência subjectiva que pode estar associada a um dano real ou potencial nos tecidos, podendo ser descrita em qualquer uma ou em ambas as dimensões. A dor é considerada como uma experiência genuinamente subjectiva e pessoal.

    A dor pode ser crónica ou aguda, dependendo da causa e da duração. A dor aguda é aquela resultante de cirurgias, procedimentos diagnósticos e terapêuticos (por exemplo infusão de algumas drogas quimioterápicas), traumas em geral, inflamações e infecções. A dor aguda está relacionada com a existência de uma lesão. Curando a lesão, a dor desaparece.

    Uma dor é considerada crónica sempre que a sua duração seja igual ou superior a seis meses. As queixas dolorosas podem ocorrer em qualquer parte do corpo.

    A dor crónica merece maior atenção por parte da medicina moderna, pois é a dor crónica que interfere mais com a qualidade de vida, é ela que limita a movimentação, a agilidade, a actividade e o bem-estar das pessoas.

    Na dor crónica as principais reacções psicofisiológicas que se verificam são: habituação das respostas do sistema nervoso simpático; aparecimento de sinais neurovegetativos crónicos; distúrbios do apetite; obstipação; irritabilidade; distúrbios do sono; astenia; lentidão psicomotora; alteração do humor e da personalidade; isolamento social, familiar e profissional; limiar de tolerância à dor mais baixo; exagero da dor; fuga na doença; comportamento de invalidez e sintomatologia depressiva “disfarçada”.

    O processo avaliativo na dor crónica tem uma especial importância visto que permite estabelecer um diagnóstico que, por sua vez, determinará o tipo de tratamento a seguir. A avaliação da dor é essencial para a controlar, uma vez que a partir dela se determina a necessidade e a natureza da intervenção terapêutica bem como a eficácia do seu resultado.

    A psicologia é uma das áreas que avalia a dor crónica com o objectivo de compreender o impacto da dor no contexto de vida do paciente.

    A avaliação psicológica da dor inclui a realização de entrevistas clínicas que permitem a formulação de objectivos de tratamento (por exemplo, redução do sintoma, redução de stressores emocionais, melhoria do funcionamento físico, social e vocacional) e exploração das expectativas do paciente para o tratamento útil de retorno a um funcionamento óptimo. A entrevista possibilita-nos reconstituir a história completa da dor; e é através dela que nos apercebemos de factores como: factores que aumentam/ diminuem a tolerância à dor e mesmo aqueles que a desencadeiam. Para além da entrevista é também importante a administração de questionários específicos para a avaliação da dor.

    Depois de uma avaliação adequada, existem vários tipos de intervenções clínicas na área da psicologia no tratamento da dor crónica, tais como condicionamento operante, abordagens psicodinâmicas, biofeedback, hipnose, terapia cognitivo-comportamental, entre outras.

    A intervenção em doentes com dor crónica depende sobretudo, da percepção da dor e da sua intensidade, mas depende igualmente da idade, do sexo, de factores culturais, socioeconómicos, da existência de sintomas depressivos e da forma como a dor afecta as actividades diárias nos diferentes cenários sociais em que os sujeitos se integram.

    A terapia cognitivo-comportamental é o tipo de intervenção mais utilizado na dor crónica e ensina estratégias e competências para resolver os problemas criados pela presença de uma síndrome crónica da dor. Os psicólogos ajudam os pacientes nos seus interesses sobre o futuro, no regresso ao trabalho e nas limitações físicas. Ajudam os clientes a ganhar um sentido do controle sobre a sua dor; lidam com o medo da dor ou das frustrações devido às respostas de outros (pessoas significativas, médicos, empregos); e ensinam técnicas (por exemplo, o relaxamento, visualização) que podem ajudar aliviar os sintomas.

    Tendo em conta que a dor crónica é uma experiência subjectiva e que cada pessoa a vive de forma diferente a intervenção psicológica deve ser adequada a cada pessoa, tendo em conta a individualidade de cada um.

    Por: Joana Pinto (*)

    (*) Psicóloga clínica

     

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