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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 10-12-2010

    SECÇÃO: Editorial


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    À procura de uma estrela

    Muitas vezes dou comigo a olhar o céu sempre na procura de uma estrela que, pelo seu brilho, se distinga das outras, não sei porquê!...

    Talvez procure um caminho, um sinal que me ajude a entender um pouco melhor este mundo onde me encontro. Para que serviu a cultura, o avanço tecnológico, as grandes descobertas, se continuamos a viver num mundo cada vez mais injusto, mais hipócrita, mais desigual, onde a miséria funciona como moeda de troca para alguns?!

    Portugal atravessa um período muito difícil da sua existência, quer no que diz respeito à sua liberdade e soberania, à sua frágil economia, a uma crise financeira aparentemente sem saída para os próximos anos. Apertado entre os países que comandam a União Europeia pouco mais nos resta do que obedecer-lhes.

    Mas terá que ser mesmo assim?

    Uma coisa é certa, ninguém pense que os povos se ajudam, eles negoceiam, cada um tenta tirar os seus dividendos e, por vezes, lá nos vamos safando, quando a sorte, as alianças, os interesses de terceiros correm a nosso favor.

    Internamente as políticas são em tudo semelhantes, joga-se com tudo, o que hoje é verdade amanhã já não o é. Começa-se a não acreditar em nada e essa descrença pode-nos conduzir ao caos.

    Tentamos resolver as situações mais prementes como a fome, alguns ainda são solidários, mas será que quem tem obrigação e poder para implementar estruturas capazes de criar novas dinâmicas que criem e estruturem o emprego está no bom caminho?

    Haverá condições objectivas capazes de alterar as estruturas deste país nos próximos anos?

    Por mais que procure não encontro soluções, muito discurso, uns mais bonitos que outros, mas na sua maioria cada um tenta sacudir a água do capote, procurando sempre os culpados nos outros – às vezes até penso que a culpa foi de alguns marcianos que por aí andaram – mas não foram marcianos, fomos nós todos, mas uns mais do que outros.

    As sucessivas eleições – sejam elas presidenciais, legislativas ou autárquicas – têm contribuído para nos enterrarmos cada vez mais, os partidos do poder têm muita dificuldade em esquecer esse jogo, independentemente das consequências sociais e económicas que têm acarretado para o país. Esta democracia está demasiado adormecida, não se esclarece, não se discute o essencial, andamos todos enredados em tricas e jogos de bastidores a ver quem fica melhor na fotografia.

    Este é sem duvida um Natal sem esperança para um grande número das famílias portuguesas, mas vamos acreditar que uma luz brilhará e nos conduza por bons caminhos, eu vou continuar a olhar o céu, porque nesta terra cada vez é mais difícil.

    Ainda há poucos dias eu tive a ilusão de que era possível. Tal como a natureza que cobriu a terra com um manto de neve purificadora pensei: tudo vai mudar, todo o lixo vai desaparecer, os campos vão rebentar de novo, as folhas ficaram enterradas e vão adubar a terra que renascerá na Primavera…

    Mas os homens são muito complicados e por mais crise que exista pensam sempre que vão ganhar a deles…

    Eu cá por mim continuo à procura da minha estrela…

    Por: Fernanda Lage

     

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