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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-11-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Comunicar sem falar

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    Foto IQONCEPT - FOTOLIA
    Foto IQONCEPT - FOTOLIA
    Um número significativo da população não consegue comunicar através da fala.

    O que fazer?! Como podem estas pessoas, crianças ou adultos, comunicar? Como podemos nós, indivíduos falantes, comunicar com eles? Quem falha nesta partilha? – quem não consegue falar ou quem desconhece a sua forma especial de “falar”?

    Bem, primeiro que tudo, não devemos subestimar os seus sentimentos e ideias, e não devemos tomar decisões por eles. Desde a infância, a capacidade de expressão está intimamente associada à auto-estima e autonomia. As únicas coisas que iremos despoletar serão a passividade e o sentimento de inferioridade. Todavia, esta parceria comunicativa requer alguma paciência, respeito e empenho.

    Na verdade são muitas as situações em que é necessário recorrer a outros meios comunicativos. Quando a fala não é possível, porque ainda não foi aprendida ou por condicionantes motoras, cognitivas, visuais ou auditivas, surge a comunicação aumentativa e alternativa. A comunicação aumentativa apoia e promove a fala, sendo útil por exemplo, em crianças com dificuldades de fala. A comunicação alternativa é qualquer forma de comunicação diferente da fala e que a substitui, seja ela gráfica, gestual, escrita ou táctil.

    Imaginemos então alguns casos em que a comunicação alternativa é necessária e com que certamente em algum momento já nos deparámos. Primeira situação, o caso do indivíduo hospitalizado que, por exemplo, por lesão ou cirurgia de laringe está temporariamente incapaz de falar. À partida comunicará através da escrita com uma caneta e papel - resolvido. Segunda situação, uma pessoa que após um A.V.C. apresenta afasia e não consegue expressar-se mas percebe tudo. Ora, ele poderá ter uma tabela com símbolos para as suas necessidades básicas do dia-a-dia, mas não consegue partilhar acontecimentos ou pensamentos. Podemos desenhar e escrever para que ele aponte, podemos ter uma tabela manual ou no computador. O mesmo pode ser requerido na terceira situação: um indivíduo com paralisia cerebral. Mas este pode ainda recorrer ao gesto (Makaton ou Língua Gestual Portuguesa), tal como um surdo – quarta situação. A comunicação táctil, não sendo tão comum em Portugal, consiste em símbolos com formas e texturas facilmente identificadas pelo tacto, podendo ser usada por um indivíduo invisual ou por uma pessoa com multideficiência – quinta situação.

    Existem muito mais situações, especificidades e recursos. O importante é percebermos que temos de estar sensíveis e disponíveis para nos adaptarmos a uma forma diferente de falar. Amanhã podemos ser nós, os nossos filhos ou os nossos pais a precisar de contornar esta limitação que é não conseguir falar.

    O papel dos profissionais de educação ou de saúde, dos cuidadores, da família, dos vizinhos ou do senhor do café, deverá ser o de tentar aprender aquela “Língua”.

    Estas formas esquisitas de comunicar não são assim tão complicadas! Podemos começar por tentar perceber como funciona, as palavras mais importantes para começar e, saber esperar pelo que aquela pessoa nos quer dizer. Caso contrário, podemos perder a oportunidade de “ouvir” um: Obrigado.

    Por: Rita Regêncio (*)

    (*) Terapeuta da fala

     

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