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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-10-2010

    SECÇÃO: Saúde


    Dores de crescimento: mito ou realidade?

    O seu filho acorda a meio da noite a chorar com dores nas pernas? Por muito que procure e lhe faça exames não encontra equimoses, vermelhidão nem inchaço? No dia seguinte acorda sem dores e faz todas as suas actividades normais sem nenhuma queixa? Não parta do princípio que é invenção, o seu filho poderá estar a sofrer com as chamadas “dores de crescimento”.

    Este tipo de dor é muito frequente, constituindo cerca de 1/3 dos novos casos de Reumatologia Pediátrica.

    O termo “dores de crescimento” foi introduzido em 1823 por Duchamps e mais tarde essas dores foram também designadas por “dores benignas recorrentes dos membros” ou ainda “dores benignas da infância”. Actualmente utiliza-se o termo dores de crescimento por ser serem dores apresentadas durante o processo biológico do crescimento, mas na realidade, embora estas dores sejam reais, não estão relacionadas directamente com o crescimento da criança, visto que não se iniciam nem tem maior incidência nas fases de maior crescimento e que raramente afectam os membros superiores ou outras zonas do corpo também em crescimento.

    Estas dores não têm uma origem conhecida, mas sabe-se que atingem maioritariamente os membros inferiores, podem surgir entre os 3 e os 15 anos de idade e tem um ligeiro predomínio em meninas. Normalmente as dores são intermitentes ocorrendo ao fim da tarde ou na primeira metade na noite, nunca de manhã, ao acordar. Cada episódio pode durar cerca de 30 minutos e pode surgir várias noites por semana, durante meses ou anos. A dor ocorre habitualmente nos dois membros e é vaga, a criança não consegue dizer especificamente o ponto onde lhe dói.

    É fundamental referir que o componente emocional e psicológico da criança está muitas vezes relacionado com as dores de crescimento, podendo predispor ao seu aparecimento. Frequentemente as crianças afectadas têm pesadelos, medo do escuro, estão a passar por conflitos familiares, o nascimento de um irmão ou simplesmente a entrada para a escola. Há também o componente hereditário que não podemos esquecer, o facto de os pais terem sentido dores semelhantes na infância, aumentam a probabilidade de os filhos passarem pelo mesmo.

    Em relação ao diagnóstico, ele é feito normalmente por exclusão de partes visto que os exames radiológicos e laboratoriais não apresentam alterações. O mesmo tipo de dor poderia ser provocada por problemas a nível endocrinológico, hematológico ou outros mas, nesses casos seriam registadas alterações nos exames de laboratório.

    Apesar das várias teorias existentes, a verdadeira origem deste problema permanece ainda obscura, não havendo nenhuma explicação cientificamente provada para o seu aparecimento.

    No entanto, se estar a passar por esta experiência com os seus filhos, fique tranquilo, estas dores são de carácter benigno, não deixam qualquer tipo de sequelas e não deve limitar a criança das suas actividades físicas normais.

    As dores aliviam com uma massagem e calor local, podendo ser recomendado a toma de analgésicos no decorrer de um episódio doloroso. Também ajuda a realização de alongamentos dos grupos musculares dos membros afectados.

    Assegure-se que a alimentação da criança é equilibrada e rica em lacticínios para assegurar um bom crescimento ósseo!

    Por: Diana Silva/Joana Viterbo (*)

    (*) Fisioterapeutas

     

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