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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-05-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    Fisioterapia respiratória

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    Nos últimos anos, principalmente pelo aparecimento de inúmeras resistências bacterianas e pelo aumento da sensibilização à prescrição abusiva de antibióticos, cada vez mais a fisioterapia respiratória tem vindo a afirmar-se como uma terapia complementar ou alternativa de sucesso na prevenção e resolução de casos de infecções respiratórias. No entanto, não é só nestas situações clínicas que esta terapia tem sucesso.

    A fisioterapia respiratória, muitas vezes denominada pelos médicos por cinesioterapia respiratória, pode ser realizada em todas as idades, contudo é mais conhecida pela sua aplicação a bebés e crianças com problemas respiratórios.

    Foto DAN RACE - FOTOLIA
    Foto DAN RACE - FOTOLIA
    Esta área da fisioterapia pode actuar tanto na prevenção como no tratamento de alterações respiratórias através de técnicas manuais e/ou instrumentais, do exercício, posicionamento, educação e aconselhamento. O seu principal objectivo é optimizar a função respiratória do paciente, através da promoção de uma respiração funcional com redução dos gastos energéticos durante a mesma, capacitando o indivíduo de realizar as actividades de vida diária sem limitações. Para que isto ocorra é necessário melhorar o fluxo e transporte do muco (clearance mucociliar), melhorar a ventilação (entrada e saída de ar dos pulmões) e prevenir ou eliminar a acumulação de secreções. Desta forma são favorecidas as trocas gasosas (entrada de oxigénio e saída de dióxido carbono), além de se manter ou melhorar a mobilidade da caixa torácica e parede abdominal.

    A actuação do fisioterapeuta é baseada na anamnese, exame, tratamento e avaliação dos resultados. Para uma intervenção eficaz é essencial uma avaliação precisa, que permita identificar, relacionar e hierarquizar os problemas. Para tal, o terapeuta recorre a meios e técnicas de avaliação como a auscultação, percussão, avaliação da frequência respiratória, saturação de oxigénio, entre outros. Na intervenção, as técnicas manuais aplicadas podem ser divididas consoante os seus objectivos, desta forma, em termos gerais, podemos classificá-las como técnicas de desobstrução brônquica (ou de higiene brônquica) e técnicas de expansão pulmonar. Estas técnicas são combinadas com outras que visam o fortalecimento da musculatura respiratória, correcção postural e melhora do condicionamento físico geral. Além disso, o fisioterapeuta pode trabalhar o aparelho respiratório com o auxílio de material, como a ventilação mecânica não invasiva, oxigenioterapia, aerossoloterapia, entre outros.

    Desta forma, a fisioterapia respiratória pode ser aplicada às mais diversas patologias, tais como: asma brônquica, bronquiolite, bronquite, fibrose cística, pneumonia, atelectasias, pneumopatia, infecções respiratórias, rinite alérgica, sinusite, bronquiectasias, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doenças neuro-musculares com afecção respiratória, sequelas de tuberculose, pré e pós cirurgia torácica (ex: recessão pulmonar), alterações esqueléticas graves do tórax e coluna (ex: cifoescolioses), enfisema pulmonar, insuficiência respiratória aguda, pneumotórax, entre outros.

    Ainda nesta área, o fisioterapeuta, juntamente com outros profissionais, pode realizar reabilitação pulmonar, que é um programa transdisciplinar e contínuo, que envolve abordagens terapêuticas, suporte emocional, educação e condicionamento físico. Este é aplicado a pacientes com alteração respiratória crónica (como por exemplo na DPOC), sendo individualmente delineado e modelado. A reabilitação pulmonar é indicada pelo médico pneumologista, a pacientes que apresentem dispneia (falta de ar), reduzida tolerância ao exercício e restrição nas suas actividades da vida diária.

    Estudos evidenciaram como principais benefícios da reabilitação pulmonar a melhoria na qualidade de vida, a redução da ansiedade e depressão, a melhoria na tolerância ao exercício, a redução da dispneia e outros sintomas associados e aumento da autonomia nas actividades da vida diária.

    Resumindo, o fisioterapeuta tem um papel fundamental junto dos pacientes com alterações do sistema respiratório, sendo que a fisioterapia respiratória é, hoje em dia, utilizada na maior parte dos países desenvolvidos como um importante meio de redução do número de recidivas e agudizações de patologias respiratórias.

    Por: Cristina Camacho (*)

    (*) Fisioterapeuta

     

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