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    Arquivo: Edição de 15-04-2010

    SECÇÃO: Editorial


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    Este país… “a armar ao fino”

    Ao contrário do que muitos afirmam, não acredito que a simples estabilidade governamental e social contribua para a mudança necessária e urgente do crescimento da nossa economia. Acredito que neste Portugal – «apesar das dificuldades e dos esforços já feitos, seja possível ir mais longe no combate às desigualdades, à pobreza, às assimetrias e ao mais importante de todos os défices, o défice social». (1)

    Não há modelos perfeitos e estes só poderão ser corrigidos com a participação de todos.

    «(…) Sem crítica é inconcebível a criação do novo, a proposição do diverso, a coesão consciente que queira evitar a simples homogeneização mecânica ou mesmo orgânica. (…) Sem crítica a mediocridade e a vilania crescem e florescem, tentaculares e florestais, por onde podem e querem (…). Sem critica o pântano apodrece cada vez mais até ao nauseabundo insuportável». (2)

    Ouvir os outros, aceitar as críticas, cultivar a verdade parece-me fundamental como princípio para enfrentar a vida com alguma confiança e criatividade capaz de inovar com seriedade e realismo, dando respostas às verdadeiras necessidades das pessoas. Se continuarmos neste consumismo, nesta vida hilariante do faz de conta, vivendo acima das nossas posses, nunca mais ultrapassamos a crise.

    A contradição entre uma sociedade individualista, dum extremo narcisismo onde cada um tenta ser mais do que o outro, usando todo o tipo de armas e artifícios, sempre apoiados pela classe dominante; em que cada um tenta imitar custe o que custar a vida dos privilegiados dos regimes, vivendo como num conto de fadas em que um dia a fada madrinha há-de resolver os problemas. Somos como dizem os brasileiros, uns “deslumbrados”, eu acrescentaria e “a armar ao fino”.

    É nossa obrigação, obrigação dos políticos dum regime democrático, realizar o bem comum, «o bem comum é igual a dignidade e solidariedade entre e para os membros de uma comunidade». (2)

    E agora que tanto se fala em avaliação, será que os nossos chefes, os nossos gestores, também são avaliados pela sua participação solidária para com a comunidade?

    Ou, pelo contrário, continuamos “a armar ao fino” porque somos o primeiro, o único, o legítimo, porque ganhamos mais dinheiro, como não importa!, e o país cada vez mais pobre…

    (1) Mário Soares.

    (2) Manuel Antunes, in “ Repensar Portugal”.

    Por: Fernanda Lage

     

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