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    Arquivo: Edição de 28-02-2010

    SECÇÃO: Gestão


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    Os PME Invest em tempos de crise (1)

    Em linhas gerais, os financiamentos de capital servem para três tipos de aplicações:

    • Para financiar Investimentos de Capital fixo;

    • Para financiar a Exploração através do activo circulante;

    • Para saneamento financeiro das Empresas.

    As primeiras facilmente se entendem, pois qualquer investimento tem que ter por base o recurso a fundos financeiros, que podem se próprios ou alheios. Neste último caso estamos perante os conhecidos financiamentos bancários, sob a forma de mútuo, que têm um prazo alargado de pagamento; ou até outros instrumentos financeiros, como o leasing, que não é mais do que um empréstimo sobre um equipamento que se adquire e se dá como garantia. Neste caso o retorno desses investimentos tem um ciclo alargado, e prolonga-se por vários anos. São portanto financiamentos de médio e longo prazo.

    Quando se fala em financiar a exploração trata-se do capital de giro, ou seja, aquele que entra e sai todos os dias e alimenta as actividades das Empresas. Assim, para adquirir, por exemplo, mercadorias, que se espera vender num prazo curto e realizar o dinheiro investido, é preciso avançar com um determinado capital. Nestes casos, são por vezes os próprios fornecedores dessas mercadorias que esperam algum tempo, de forma a que se realize a venda dessa mercadoria, e fique disponível aquele valor para se pagar ao fornecedor (caso das grandes superfícies, que realizam a venda antes desta ter sido paga aos fornecedores).

    Ora, na generalidade das Empresas isto não se passa. De facto os fornecedores financiam a exploração das Empresas, mas não o suficiente para cobrir todo o tempo de realização da venda, uma vez que a mercadoria passa tempo no armazém e quando é vendida, normalmente acresce o tempo de cobrança do cliente. Quando o cliente paga determinada mercadoria, já esta foi paga há muito ao fornecedor.

    Há portanto um financiamento estrutural por parte dos fornecedores, que não é suficiente para suportar os activos circulantes: Mercadorias e Clientes.

    A outra parte que é preciso financiar de forma estrutural chama-se fundo de maneio. É para este fundo de maneio que se justifica o recurso ao financiamento de capital, dado o seu carácter estrutural de Médio e Longo Prazo.

    Quando se trata de Empresas com actividade industrial, o ciclo ainda é maior, pois acresce ainda o tempo de produção e tempos de armazenamento intermédios. Neste caso o financiamento de fundo de maneio mais se justifica.

    Ao nível da Exploração existem outras operações financeiras de grande agilidade que permitem ajustar necessidades de tesouraria, por exemplo temos o caso das letras, das livranças ou contas caucionadas, com tempos de exigibilidade inferiores a um ano.

    Por fim, o objectivo de saneamento financeiro tende a fazer equilibrar os cash-flows da actividade com as respectivas responsabilidades financeiras. Acontece, por vezes que, por razões diversas, o ritmo de entradas de dinheiro decorrente da actividade é inferior aos compromissos financeiros assumidos, criando verdadeiras asfixias financeiras, para além de outro tipo de custos, como juros de mora, descobertos bancários, ou indemnizações.

    Nestas circunstâncias, impõe-se reduzir os compromissos financeiros periódicos, através da sua diluição no tempo. Isto é, responsabilidade que se tinha que assegurar em 2 anos, por exemplo, se se transformasse em 5 ou mais anos, iria aliviar a pressão e a asfixia de tesouraria e tornar a actividade mais fluida. A este processo de transformação de financiamentos de relativo curto prazo em prazos alargados chama-se processo de saneamento financeiro e tem por fim ajustar os níveis das entradas financeiras decorrentes da exploração da Empresa aos níveis das respectivas saídas financeiras e compromissos financeiros assumidos.

    Por: José Quintanilha

     

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