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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-01-2010

    SECÇÃO: Educação


    O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)

    A área da Intervenção Precoce

    O nosso desafio é esclarecê-lo e ajuda-lo a superar os obstáculos da vida para ser feliz. Somos uma equipa transdiscipliar e é para isso que existimos. Tem o nosso apoio em www.felicity.com.pt ou [email protected]

    Foto MAYA KRUCHUCOVA
    Foto MAYA KRUCHUCOVA
    Os primeiros anos da criança são de grande crescimento e recheados de novas experiências, que promovem a maturação nas diferentes áreas. Estes primeiros anos são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro. É importante ter estes aspectos em atenção, principalmente se existe um atraso ou uma restrição ao desenvolvimento. A Terapia Ocupacional é uma das áreas que intervém para optimizar o desenvolvimento, numa perspectiva de Intervenção Precoce.

    O objectivo da Terapia Ocupacional é satisfação da pessoa com a sua vida, promovendo a sua participação no dia-a-dia com o máximo de funcionalidade, autonomia e bem-estar. Neste sentido, o terapeuta ocupacional, tal como os outros profissionais, intervém com bebés e crianças dos 0 aos 6 anos, com atraso do desenvolvimento psicomotor, paralisia cerebral, alterações do comportamento, perturbações do espectro autista, hiperactividade com défice de atenção, síndromas malformativos, etc. Para crianças com problemas no desenvolvimento, com problemas físicos ou mentais conhecidos (com probabilidade alta de atraso), a Terapia Ocupacional ajuda a promover as competências motoras, cognitivas, de processamento sensorial, de comunicação e de brincar, sempre em conjunto com os restantes profissionais e pessoas importantes na vida da criança (pais, educadores, avós, etc.) O objectivo é promover o desenvolvimento, minimizar o grau de atraso e ajudar as famílias a responder às necessidades especiais das crianças. A intervenção ocorre sempre em contexto natural, isto é, no domicílio, jardim-de-infância/creche, ou outro local considerado importante.

    Por base na intervenção do terapeuta ocupacional estão as teorias do brincar, o desenvolvimento infantil, a teoria de integração sensorial, e as teorias do neurodesenvolvimento. Para além desses princípios, na intervenção também se realiza a adaptação de materiais e contextos, e recomendações de ajudas técnicas. Mas, a intervenção do terapeuta ocupacional depende sempre dos objectivos da família. O terapeuta realiza uma avaliação, traçando um perfil do desenvolvimento, e identifica os aspectos a trabalhar com a criança e com a família. Este trabalho é feito no sentido de fomentar novas aprendizagens, de melhorar o desempenho no contexto, e de permitir que haja participação no que a criança e a família consideram importante. Por exemplo, o terapeuta ocupacional pode realizar o treino e recomendar ajudas técnicas a uma criança com problemas motores, para que esta coma sozinha; pode arranjar estratégias para que criança utilize um outro método para aprender a escrever, como o computador, quando há uma deficiência; pode ajudar a ensinar a vestir, se a criança não perceber como se processa a tarefa; pode colaborar nos currículos adaptados de crianças com necessidades educativas especiais; etc..

    Algumas actividades que realiza relacionam-se com Integração Sensorial (estimulação táctil, visual, auditiva, vestibular...), com o desenvolvimento psicomotor (p.ex. encorajar o sentar no bebé, através do brincar); com motricidade fina (desenvolver as pegas correctas para encaixe); com competências sensório-perceptivas (por, exemplo, recolher o corpo em relação ao espaço), com o posicionamento (cadeiras e sistemas correctos de colocar a criança), com a mobilidade (adaptar cadeiras de rodas, triciclos, etc.), adaptar o contexto (recomendar alterações em casa ou no jardim, etc.)..

    Importa referir que existem alguns sinais que se pode ter em atenção, porque podem significar problemas no desenvolvimento e podem interferir com as aprendizagens das crianças. As competências, na criança, são adquiridas por patamares, pelo que se a criança encontrar dificuldades numa certa fase, pode não conseguir realizar outras aquisições posteriormente. Um dos aspectos que menos atenção se tem relaciona-se com a coordenação. Para uma criança ser coordenada, é necessário que integre aquisições sensoriais, perceptivas e neuro-motoras. Além disso, é através do corpo e da forma como este interage com o espaço que se integram muitos dos conceitos básicos, como discriminação direita/esquerda, posição no espaço, noções de quantidade, etc. Por isso, quando há problemas de coordenação há maior probabilidade de dificuldades nas aprendizagens escolares. Alguns aspectos que podem significar problemas na coordenação são: dificuldades em libertar os braços para brincar, quando aprende a estar sentado, não conseguir realizar jogos de construção, como torres com dois ou mais cubos, após os dois anos; não conseguir subir degraus a partir dos dois anos e meio; não conseguir copiar o círculo, a partir dos quatro anos. Estes sinais devem ser avaliados, pelo terapeuta ocupacional ou outro profissional de saúde envolvido no desenvolvimento da criança, por forma a despistar situações de risco.

    Para que a intervenção no âmbito da Intervenção Precoce seja completa, todas as áreas de reabilitação deve estar envolvidas. Um dos princípios fundamentais desta forma de intervenção é o trabalho de equipa, entre os profissionais e a família. No próximo artigo, será explorado o papel da Fisioterapia, na equipa de Intervenção Precoce.

    Por: Magda Lomba (Terapeuta Ocupacional)

     

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