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    Arquivo: Edição de 15-11-2009

    SECÇÃO: Psicologia


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    A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL

    Distúrbio de Défice de Atenção (DDA)

    Este é um espaço de reflexão e diálogo sobre temas do domínio da Psicologia, que procurarei dinamizar com regularidade, trazendo para aqui os principais problemas do foro psicológico que afectam pessoas de todas as idades.

    Na qualidade de psicóloga estou disponível para os leitores de “A Voz de Ermesinde” me poderem colocar as questões que desejarem ver esclarecidas, através de carta para a redacção deste quinzenário ou para o seguinte “e-mail”: [email protected]

    O Distúrbio de Défice de Atenção (DDA) ocorre na sequência de uma disfunção neurológica que atinge o córtex pré-frontal. As pessoas que sofrem deste distúrbio, quando tentam concentrar-se, a actividade do seu córtex pré-frontal diminui, em vez de aumentar. Assim, as pessoas que sofrem de DDA mostram fraca supervisão interna, distracção fácil, desorganização, hiperactividade (apesar de que só metade destas pessoas sejam hiperactivas), problemas em controlar impulsos, dificuldade de aprender com erros anteriores e falta de projectos.

    Os estudos feitos mostram que as pessoas que sofrem de DDA quanto mais se tentam concentrar, pior ficam. A actividade no córtex pré-frontal, não funciona quando devia e se esperava que funcionasse. Quando os pais, os professores, os tutores ou os patrões, pressionam estas pessoas, para que elas melhorem o seu desempenho, elas ainda ficam piores, o que, normalmente, provoca problemas sérios. Estes pacientes funcionam muito melhor com recurso a elogios e estímulos do que a coacção.

    As pessoas que sofrem de DDA têm muita dificuldade em manter a atenção e o esforço durante períodos de tempo demasiado longos. A sua atenção desaparece e acabam por se envolverem numa actividade completamente diferente daquela que tinham em mãos. Mesmo assim, uma das coisas que muitas vezes engana os clínicos mais inexperientes é que as pessoas que sofrem deste distúrbio, são capazes de se concentrar em coisas que consideram bonitas, que são novidades para si, isto é, que sejam altamente estimulantes, interessantes ou até assustadoras, porque têm estimulação intrínseca suficiente a ponto de activarem o córtex pré-frontal, de modo a que a pessoa consiga interessar-se e concentrar-se.

    A distracção, para uma pessoa que sofra de DDA, torna-se frequente em muitos locais diferentes, como na escola ou no local de trabalho (durante as reuniões ou nas aulas). Quando ouve um colega ou um superior, a pessoa que sofre de DDA tende a pensar noutras coisas que a preocupa, e tem dificuldade, muitas vezes, em concentrar-se no assunto que está a ser tratado. As pessoas que sofrem de DDA tendem a olhar, dispersamente, pelo espaço em que se encontram, parecem aborrecidas, esquecem-se do tema que estavam a tratar e são capazes do interromper com uma intervenção totalmente descontextualizada. A distracção e o pouco tempo em que são capazes de estar atentas podem fazer com que levem muito mais tempo que as outras a completar um trabalho.

    A incapacidade de controlar impulsos faz com que muitas destas pessoas se metam em situações mais ou menos complexas, pelo facto de dizerem coisas inadequadas aos pais, amigos, professores, colegas ou simples interlocutores.

    Em vez de pensarem bem no problema, muitas pessoas que sofrem de DDA pretendem uma solução imediata e acabam por decidir sem pensar bem nas questões. Esta impulsividade pode acarretar, igualmente, comportamentos problemáticos como mentir (dizendo qualquer coisa que lhe venha à cabeça). A desorganização é outra característica importante do doente do DDA, que se manifesta quer no espaço físico, (como salas, escrivaninhas, malas, gabinetes de arquivo e armários), quer quanto ao tempo. Frequentemente, quando se olha para as áreas de trabalho de pessoas com DDA, encontram-se montes de "coisas": a papelada é algo que elas têm muita dificuldade em organizar; e parece que têm um sistema de organização que só elas entendem. Muitas destas pessoas têm atrasos habituais ou adiam as coisas até o último momento, noutros casos, tendem a perder a noção do tempo.

    A energia e o entusiasmo destas pessoas faz com que comecem muitos projectos, mas raramente os completem. Muitos doentes com DDA são mal-humorados, irritadiços e negativistas. Como o córtex pré-frontal está pouco activo, ele não pode moderar totalmente o seu sistema límbico, que fica hiperactivo, provocando problemas no controlo do seu humor.

    Por: Joana Dias

     

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