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    Arquivo: Edição de 30-09-2009

    SECÇÃO: Educação


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    O DESAFIO DA EDUCAÇÃO

    Aprender a gerir as emoções na Infância

    O grande desafio que se coloca aos pais é a procura de melhores respostas para as diferentes situações ao longo do desenvolvimento dos seus filhos.

    Este espaço pretende informar e responder a questões generalizadas na área do desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem e suas implicações no percurso escolar. Para um maior esclarecimento: [email protected] ou www.elisabetepinto.com

    Estudos recentes apontam para a importância de se aprender a gerir as emoções a partir da 1ª infância. A par do seu crescimento biológico, a criança depara-se com um encadeamento interminável de experiências pessoais que exigem tomadas de decisão com qualidade e, algumas, imediatas. Existe, de facto, uma influência entre a forma como a criança (indivíduo) gere as suas emoções e as atitudes/comportamentos que adopta em cada situação.

    O investigador Cardoso (2004) acrescenta a possibilidade da informação emocional interferir positiva ou negativamente no processo de tomada de decisão, isto porque a vivência de estados afectivos positivos reduz a disposição para assumir riscos no momento de se decidir. Por outro lado, os estados afectivos negativos, como a raiva, aumentam a impulsividade do comportamento e, por consequência, a tendência para assumir riscos. Estes últimos podem ainda influenciar o número de opções e o grau de auto-exploração em que as crianças se envolvem. Por outras palavras, significa que as decisões tomadas no presente são conduzidas pelas consequências emocionais das decisões anteriores. «Fica claro que o papel das emoções funciona como fonte de significações geradoras de auto-conhecimento e adaptação na estruturação do comportamento humano». (ibidem)

    Foto SONYA ETCHISON
    Foto SONYA ETCHISON
    Na intervenção, os indivíduos são estimulados a focar a sua atenção nas emoções, identificando-as e fazendo emergir novas representações da realidade mediante o que for confrontando. Este é um trabalho levado a cabo por profissionais da psicologia, no entanto, os professores devem tê-lo em conta quando incidem nesta área. Isto porque, tal como tivemos oportunidade de verificar, as emoções dependem das vivências de cada um e a forma de lidar com elas depende do meio em que este se insere. Portanto, e remetendo para a infância, é fundamental que se compreenda a realidade de cada criança, dando relevo às variáveis que efectivamente poderão influenciar a tomada de decisão, com especial atenção sobre as crianças com origem em grupos de minorias (étnicas, culturais, entre outras).

    Ao longo do seu crescimento, aumenta a competência para a tomada de consciência das suas emoções e paralela integração das mesmas, de forma a ser capaz de as expressar e flexibilizar. Este processo é conseguido à medida que o jovem estudante se vai deparando e lidando com situações que implicam emoções e sentimentos.

    Ferreira, et. al. (2001), com base na teoria de Chickering, salienta que «a integração das emoções consiste na procura de consciência entre as diferentes emoções, na sua expressão e na sua gestão, de tal forma que sejam congruentes com aquilo que o indivíduo é e no qual se está a formar. Esta integração estrutura-se, no sentido de uma maior aceitação das emoções, de um maior conhecimento interno e de uma maior flexibilidade de expressão das mesmas». Acrescenta ainda que «a integração dos sentimentos e das emoções com o conjunto das decisões e do comportamento do sujeito requer várias tentativas de acção, de representação simbólica e de reflexão sobre as consequências que daí advêm para si e para os outros. Este processo culmina na expressão adequada dessas emoções, o qual, por sua vez, necessita de um período imprescindível de experimentação, de ensaio e de investimento, onde novos padrões de expressão e gestão podem ser aprendidos e, deste modo, aumentar a auto-confiança do indivíduo, pré-requisito para a expressão adequada das suas emoções». (Ferreira, et. al, 2000).

    O dever da Escola prende-se, não só mas, também com o descobrir de fragilidades nas relações que o aluno tem com ele próprio e com os outros. Ultrapassado qualquer entrave a este nível, geram-se oportunidades para um crescimento pessoal bem sucedido com influências positivas no percurso escolar.

    Por: Elisabete Pinto

     

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