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    Arquivo: Edição de 15-06-2009

    SECÇÃO: Educação


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    O DESAFIO DA EDUCAÇÃO

    O “NÃO” que as crianças precisam de ouvir

    O grande desafio que se coloca aos pais é a procura de melhores respostas para as diferentes situações ao longo do desenvolvimento dos seus filhos.

    Este espaço pretende informar e responder a questões generalizadas na área do desenvolvimento da linguagem e da aprendizagem e suas implicações no percurso escolar. Para um maior esclarecimento: [email protected] ou www.elisabetepinto.com

    É comum, hoje em dia, os pais sentirem dificuldade em controlar as “birras” dos seus filhos, quer estas surjam em casa ou em locais públicos. Dizer “não” resulta, muitas vezes, em situações embaraçosas para os pais, incutindo-lhes um sentimento de impotência e de desorientação para controlar os impulsos dos filhos.

    Tem-se vindo a verificar que o verdadeiro sentido da palavra “não” é ignorado pela maior parte das crianças e que é cada vez mais difícil de ser dito pelos pais. Tendo em conta as últimas investigações, o “não” tornou-se mais importante que o “sim”. Segundo Walsh (2008) o “não” cria uma base para a autodisciplina, o auto-respeito e o respeito pelos outros, bem como para a integridade, a perseverança e alguns traços de personalidade que poderão proporcionar uma vida mais eficaz e produtiva. A verdade é que, na vida, não se pode ter sempre o que se quer, por isso, só quem compreende o “não” se sente mais realizado. Porém, a certeza de que o “não” é dito no momento certo, depende de factores como: (1) a relação que têm com os filhos; (2) as expectativas sobre o futuro dos filhos; (3) o exemplo de comportamentos e atitudes que dão aos filhos.

    Mas porque é que só agora se deparam os pais com esta realidade? A justificação apresentada por investigadores baseia-se no aumento de estímulos para o consumo promovidos pelos meios de comunicação (publicidades, filmes, jogos, etc.). Perante isto, só lhes resta adaptar as velhas regras de educação aos novos interesses das suas crianças.

    Para começar, é sugerido aos pais que preencham a “Caixa de Ferramentas” da autoria de Walsh (2008), com o intuito de descobrirem de que forma têm consciência das normas culturais que reforçam constantemente o Sim:

    Foto JUNIAL ENTERPRISES
    Foto JUNIAL ENTERPRISES

    Sim Não Atitudes dos pais

    (?) (?) 1. Tentamos ler aos nossos filhos o máximo que podemos.

    (?) (?) 2. Escolhemos livros que os nossos filhos gostam, que educam e divertem.

    (?) (?) 3. Identificamos as subtis mas poderosas mensagens do Sim contidas nos meios de comunicação.

    (?) (?) 4. Falamos com os nossos filhos acerca dos valores que os meios de comunicação promovem.

    (?) (?) 5. Prestamos atenção aos filmes, programas de televisão e jogos de vídeo dos nossos filhos.

    (?) (?) 6. Acreditamos que virtudes como a perseverança, paciência e generosidade são fundamentais.

    (?) (?) 7. Discutimos as nossas prioridades educativas de tempos em tempos.

    (?) (?) 8. Tentamos não sobrecarregar o nosso horário e o dos nossos filhos.

    Análise dos resultados: se responderam não à maior parte das perguntas, é porque se sentem muito mais influenciados do que julgam para dizerem sempre sim, em função da pressão cultural.

    E agora, o que devem ou não fazer? A resposta depende de caso para caso. Nada melhor do que serem os próprios pais a questionarem-se e a reflectirem sobre o que pretendem ou não modificar na educação dos seus filhos e sobre o tipo de relação que têm com eles. Saber amar, cuidar e orientar os filhos é também saber ajudá-los a dominarem os seus próprios impulsos, necessidades e desejos. Assim sendo, coloca-se o desafio aos pais para escreverem sobre as qualidades pessoais que gostariam de ver desenvolvidas nos seus filhos e se lhes estão a criar as condições ideais para que as mesmas se desenvolvam.

    Na próxima edição, serão dadas algumas dicas para melhorarem ou complementarem as reflexões dos pais.

    Este artigo tem por base o livro “NÃO” de David Walsh (2008), dirigido aos pais e cuja leitura é recomendada.

    Por: Elisabete Pinto

     

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