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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2009

    SECÇÃO: Gestão


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    Os Super-Bancos e a função Capital (2)

    Em conclusão, existe uma relação entre o calvinismo e o capitalismo, mas não necessariamente uma relação de causa e efeito. Provavelmente, mesmo sem o calvinismo teria surgido alguma forma de capitalismo. Se é verdade que a teologia e a ética reformadas se adequavam às novas realidades económicas e as estimularam, todavia, o tipo de calvinismo que mais contribuiu para fortalecer o capitalismo foi um calvinismo laicizado, que havia perdido de vista os seus princípios básicos. Entre esses princípios devem reflectir uma ética baseada na justiça, compaixão e solidariedade social.

    Esta reflexão histórica, faz todo o sentido se projectada para os dias de hoje e avaliada numa base de resultados. Assim, verificamos que os agentes centrais do sistema capitalista em que vivemos, são as instituições bancárias, cuja função económica é de potenciar a função Capital como factor de produção determinante para o crescimento e desenvolvimento das Economias. O que verificamos?

    Verificamos que o seu papel tem sido amplamente adulterado, quer no seu papel económico e social, quer ao nível dos fundamentos ideológicos que estiveram na sua base.

    A banca dos dias de hoje, assume um papel de monopólio, impondo as suas condições aos seus clientes, que por questões de necessidade se encontram numa posição mais fragilizada; Por outro lado, não avaliam convenientemente, não assumem riscos financeiros e se os assumem obrigam a garantias desproporcionadas e condicionam o Investimento e o desenvolvimento económico, com os conhecidos efeitos mundiais a que assistimos.

    Depois, face à concorrência actuam em múltiplos sectores, “secando” tudo à sua volta. Vendem os mais diferentes bens e serviços, como computadores, jóias, automóveis, serviços de louça, faqueiros, viagens etc… uma variada gama de negócios, que não dominam nem [para os quais] estão tecnicamente preparados. Mas o pior, é a atitude, a forma como praticam essa concorrência, onde mais uma vez se colocam os princípios éticos, e as próprias competências.

    Esta realidade atinge níveis extremos face à concorrência no sector dos Seguros. Apesar de se tratar também duma actividade de natureza financeira, tem uma abordagem completamente distinta da actividade bancária, até pela diversidade de situações que encerra.

    Pois os Seguros estão a ser objecto duma concorrência feroz dos bancos, mas o problema é que não é leal. O cliente consumidor, é forçado a optar e subscrever determinados seguros nas instituições bancárias, sob pena de serem penalizados com mais altos spreds nos seus financiamentos. Esta situação não é legal … nem leal.

    Com a nova lei da mediação foi criada uma nova figura: Mediadores ligados, que não têm que cumprir, com requisitos exigidos à generalidade dos mediadores, constituindo-se assim, uma “porta aberta” para os bancos actuarem sem as necessárias garantias de informação e serviço.

    Convém referir a propósito, que 40% das comissões de seguros de massa auferidas pelo sector da mediação, são arrecadadas por mediadores ligados…. que são naturalmente os bancos. Importa também referir que a maioria das vezes, a subscrição desses seguros é imposta ou sob ameaça. Tudo isto com a cobertura do poder politico, que consente e abriga a tais interesses… veja-se ultimamente a campanha dos painéis solares, com uma forte incidência de lobbies e interesses… sempre financeiros.

    Não era seguramente este o sistema defendido por João Calvino.

    Por: José Quintanilha

     

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