As mulheres são as primeiras a sentir na carne os efeitos da crise
A crise passa, em primeira mão, pelas mulheres, mas são elas as primeiras a inovar para a vencer. Tem sido assim ao longo dos tempos e mesmo hoje continuam, na sua maioria, a serem elas as primeiras a sentir na carne as dificuldades geradas pelo desemprego, pelos baixos salários, tentando que o essencial não falte, especialmente aos filhos.
A data de 8 de Março foi adoptada pelas Nações Unidas, em 1977, para lembrar tanto as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, como as discriminações e as violências a que muitas mulheres ainda estão sujeitas em todo o Mundo. Portugal não é excepção e nunca é demais lembrar o lugar que a violência doméstica ocupa nos media, no discurso político, nos trabalhos de investigação e estudos académicos.
A mulher tem vindo a conquistar a sua independência económica, mas carrega na maior parte das vezes com uma sobrecarga de trabalho e responsabilidade, quer em relação ao bom funcionamento da casa, encarregando-se das tarefas domésticas, quer no próprio acompanhamento e educação dos filhos.
Mas a luta pela igualdade ainda faz todo o sentido, as mulheres têm cada vez melhor formação, mas ocupam muitas das vezes trabalhos mais precários e frequentemente mais mal pagos o que acentua a dependência económica das mulheres em relação aos maridos.
Este ano de 2009 em todo o lado a crise esteve bem presente nas comemorações do dia 8 de Março. Festejou-se com manifestações e luta.
Hoje recordo todas as mulheres que sofrem e estou ao lado delas…
Aos nossos leitores deixo-os com um poema que diz muito do que são na sua essência as mulheres.
Mulheres
Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.
Elas brigam por aquilo em que acreditam.
Elas levantam-se pela injustiça.
Elas não levam “não” como resposta quando
acreditam que existe uma melhor solução.
Elas andam sem sapatos novos para
as suas crianças poderem tê-los.
Elas vão ao médico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando as suas crianças adoecem
alegram-se quando as suas crianças ganham prémios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversário ou um novo casamento.
Pablo Neruda
Por:
Fernanda Lage
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