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    Arquivo: Edição de 15-06-2008

    SECÇÃO: Psicologia


    A IMPORTÂNCIA DA SAÚDE MENTAL

    Stress pós-traumático

    Este é um espaço de reflexão e diálogo sobre temas do domínio da Psicologia, que procurarei dinamizar com regularidade, trazendo para aqui os principais problemas do foro psicológico que afectam pessoas de todas as idades. Na qualidade de psicóloga estou disponível para os leitores de “A Voz de Ermesinde” me poderem colocar as questões que desejarem ver esclarecidas, através de carta para a redacção deste quinzenário ou para o seguinte “e-mail”: [email protected]

    O Stress Pós-Traumático é uma perturbação de ansiedade causada pela exposição a uma situação traumática intensa.

    Circunstâncias que constituem uma ameaça à vida ou à integridade pessoal podem causar lesões graves, continuando a afectar o indivíduo muito depois de terem ocorrido. Casos disso são, por exemplo, a experiência de episódios de guerra, abusos sexuais, maus-tratos físicos ou psíquicos, catástrofes naturais...

    A experiência traumática é experimentada não só no momento, como repetidas vezes, sob a forma de pesadelos ou imagens recorrentes que acedem à memória, podendo causar uma enorme disfuncionalidade na vida da pessoa. Não raras vezes, estes sintomas só se manifestam meses ou anos após a vivência do acontecimento.

    O sujeito evita persistentemente que lhe recordem o episódio, pois isso despoletará o reavivar da situação ou o aumento da intensidade dos sintomas (ansiedade, inquietação, pânico, medo, insónia, depressão...). Os sintomas depressivos são muito frequentes neste subgrupo da população.

    Afecta cerca de 1% das pessoas, e ocorre pelo menos uma vez na vida.

    As pessoas em maior risco são os veteranos de guerra, vítimas de abusos sexuais, ou de outros actos violentos.

    Pode tratar-se de uma doença de carácter crónico, especialmente se a pessoa não for condicionada a um tratamento específico.

    Os tratamentos incluem terapias farmacológicas e psicoterapêuticas.

    É comum a resistência do doente a este último tratamento, especialmente numa fase inicial, pois implica o retorno dos pensamentos traumáticos recalcados, e com isso um franco aumento dos sintomas a ele a associados. É doloroso para o paciente rememorar essas experiências, mas esse é um passo fundamental no processo de cura.

    Ao mesmo tempo, o terapeuta deve trabalhar técnicas de controlo da ansiedade, o que ajuda o paciente a modular e integrar as recordações dolorosas na sua personalidade.

    É igualmente importante dar-se azo à libertação de recordações reprimidas, às quais podem estar associados sentimentos (infundados) de culpa.

    Portanto, em termos psicoterapêuticos, incide-se especialmente numa terapia comportamental de dessensibilização progressiva ao trauma.

    A empatia, aceitação incondicional e confiança no técnico são fundamentais ao longo de todo o processo, pois o setting terapêutico é o lugar fundamental de procura e experimentação de novas respostas adaptativas que devem ser trabalhadas em conjunto, permitindo o desenvolvimento do paciente ao longo do tratamento.

    Apesar de cada paciente ser idiossincrático, normalmente esta doença implica um acompanhamento progressivo e continuado, podendo até manter-se ao longo de toda a vida.

    Por: Joana Dias

     

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