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    Arquivo: Edição de 30-01-2008

    SECÇÃO: Gestão


    As PME´s em Portugal

    O tecido empresarial português é formado maioritariamente por pequenas e micro empresas.

    Cerca de 97,2 por cento do tecido empresarial português e 55,4 por cento dos postos de trabalho são ocupados pelas micro e pequenas empresas, de acordo com dados do IAPMEI.

    Em Portugal tem-se assistido a um aumento significativo da importância das empresas de menor dimensão. Isto deve-se a três ordens de razão:

    Em primeiro lugar, prende-se com o facto das multinacionais – que representavam relevantes quadros de emprego e importantes volumes de negócio – deixarem o país em busca de custos mais baixos de mão-de-obra.

    Em segundo lugar, os empresários medem cada vez mais o risco de um investimento.

    Por último, a legislação laboral aconselha prudência na hora de definir o potencial humano a contratar num processo de criação de uma sociedade.

    Um estudo promovido pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) mostra, por exemplo, que em 2000, as micro e pequenas empresas representavam 96,3 por cento do total de unidades empresariais em Portugal. Em 2003, o peso das PME tinha aumentado para 97,2 por cento.

    Este incremento de importância das empresas de pequena dimensão não se fica somente pelo peso que representavam na estrutura empresarial portuguesa. Este movimento foi acompanhado por outro tipo de valências.

    Em primeiro lugar, no emprego em 2000, as micro e pequenas empresas eram responsáveis por 50,2 por cento do emprego total em Portugal. Três anos mais tarde, passaram a representar 55,4 por cento dos postos de trabalho existentes no país.

    A importância do volume de negócios que realizam cresceu também de 32,5 por cento do total nacional para 36,2 por cento. Mas o estudo do IAPMEI assinala que o principal contributo para este indicador surge das pequenas empresas e não das micro. Foram aquelas unidades que viram o seu ritmo aumentar em 14 por cento, enquanto o das de menor dimensão registava um ligeiro decréscimo.

    A evolução do tecido empresarial conduz, designadamente porque as dinâmicas de crescimento do número de empresas se têm revelado superiores às de crescimento do emprego e do volume de negócios, a que a dimensão média das empresas portuguesas tem vindo a diminuir nos últimos anos.

    Esta realidade mostra a importância e a atenção que as Micro e PME’s merecem em sede de politicas económicas orientadas para a sua promoção e desenvolvimento.

    O facto é que muitas destas empresas praticam uma economia de subsistência para além de actividades em sede de IRS – Trabalho Independente que não está contemplada nesta análise e que dilata ainda mais esta realidade.

    Por outro lado, as grandes empresas representam quer em volume de negócios, quer em volume de emprego, valores significativos, mas em muito menor número. Situações de concentrações e fusões a que temos assistido nestes últimos anos agravam também esta realidade, conduzindo muitas vezes a situações de monopólio ou de cartelização e negociação de interesses, no sentido de aproveitarem lucros fáceis e preços especulados.

    Se por um lado as Micro e PME’s aumentam em número e as grandes empresas se concentram, com economias de subsistência e economias de lobby, respectivamente, o fosso entre estas duas realidades atira para um modelo terceiro mundista, onde as empresas médias não têm espaço de se revelarem, onde as novas ideias e o espírito empreendedor não vinga.

    Aqui o Estado também tem responsabilidades, designadamente de promover e pulverizar o tecido empresarial com pequenas e médias empresas, distribuindo geograficamente os centros de decisão, fomentando a livre concorrência, leal e descomprometida, e permitindo às PME’s criar reservas e condições para o desenvolvimento do capital humano e inovação.

    Situações como as que temos assistido, designadamente no sector bancário, de modelos de concentração e algum compromisso e dependência de politicas publicas e submissão a interesses e lobby’s, que sub-repticiamente se infiltram nestas grandes empresas, não é o caminho aconselhável e leva, inevitavelmente, ao enfraquecimento da nossa Economia.

    Por: José Quintanilha*

    * Director Técnico da JMBQ – Contabilidade e Gestão Unipessoal, Lda.

     

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