Osteoporose, a solução passa pela atitude
Muitas são as vezes em que ouvimos falar da osteoporose como um factor limitante… No entanto, a osteoporose deve ser encarada como um compromisso com o seu corpo, de forma a diminuir os efeitos prejudiciais e ao mesmo tempo melhorar o seu bem-estar com uma vida activa.
A osteoporose é uma doença que está directamente relacionada com o envelhecimento e que atinge os ossos diminuindo a massa óssea (desmineralização). Isto provoca uma maior fragilidade. A diminuição da robustez dos ossos é inversamente proporcional à probabilidade de fracturas, ou seja, quanto maior o índice de osteoporose maior o risco de fracturas.
Esta patologia atinge maioritariamente as mulheres: cerca de uma em cada três mulheres e um em cada doze homens apresentam complicações provenientes da osteoporose.
Os nossos ossos são compostos por uma proteína específica chamada osteóide, que se organiza em dois tipos de osso: cortical e esponjoso. Estes dois tipos têm funções diferentes mas ambos são afectados pela osteoporose. Durante a nossa vida as células dos ossos vão sendo renovadas, isto é, as mais velhas morrem e são substituídas por células mais novas. Este fenómeno é muito lento e imperceptível para cada um de nós, começando logo na infância e evoluindo até ao pico máximo de mineralização, por volta da 3ª década. Até esta altura, excepto em algumas situações, existe um equilíbrio entre a remoção e a criação de células nos ossos. No entanto, no início da 4ª década este equilíbrio começa a ceder, existindo uma maior remoção em função de uma menor criação de células. Contudo, este fenómeno pode ser consideravelmente diminuído através de tratamentos eficazes.
Alguns dos factores que aumentam o risco da osteoporose são referenciados no quadro seguinte:
Factores de risco para as mulheres
• Falta de estrogénio (hormona produzida pela mulher) causada por:
- Menopausa precoce (antes dos 45 anos);
- Remoção dos ovários (antes dos 45 anos);
- Ausência de menstruação por períodos de 6 meses ou mais (excepto gestação).
Factores de risco para os homens
• Baixos níveis de testosterona (hormona produzida pelos homens)
Factores de risco
para ambos os sexos
• Uso de alguns medicamentos que inibem a fixação do cálcio;
• História familiar;
• Síndrome de Cushing;
• Problemas hepáticos ou de tiróide;
• Imobilidade, sedentarismos;
• Consumo exagerado de álcool e tabaco;
• Alimentação deficiente (dieta pobre);
• Peso inferior ao normal.
Esta doença apresenta uma instalação silenciosa e evolui sem causar dores. Em muitas situações só é detectada depois da ocorrência de uma fractura pois surgem, obviamente as dores. Após a fractura existem duas respostas que podem ser dadas pelo organismo à dor causada: a diminuição à medida que o osso se consolida (reconstrói) ou a manutenção de uma dor residual, mesmo depois do osso estar consolidado (reconstruído). As fracturas ocorrem sobretudo na zona da anca, na coluna e no punho.
O diagnóstico da osteoporose é feito pelo seu médico assistente com base na sua história clínica e em exames complementares (densitometria óssea; Rx; etc.).
As medidas preventivas têm sido, cada vez mais, divulgadas por todos os profissionais de saúde pois são a melhor forma de prevenir a doença e melhorar todo o nosso bem-estar. Tais medidas são:
• Dietas baseadas em lacticínios, verduras, cereais, grãos e peixe;
• Medicação de reposição hormonal (prescrita pelo seu médico);
• Exercício físico orientado e baseado nos princípios básicos da consolidação óssea (sob orientação de fisioterapeutas);
• Exposição à luz solar;
O tratamento desta patologia passa por terapêutica medicamentosa e por programas activos de consolidação óssea (exercícios monitorizados). Os resultados destes tratamentos são normalmente muito favoráveis e reflectem-se em curto/médio prazo.
Como nota final, referimos que a osteoporose é perfeitamente controlável, tem retrocesso e pode ser evitável. A Prevenção é sempre o melhor caminho a seguir. Um pouco de atenção na sua dieta, um pouco de exercício físico e um grande sorriso para a vida evitam esta e muitas outras lesões do seu esqueleto.
Por: Rui Marques *
* Fisioterapeuta na Cerma Ermesinde.
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