Deputados do PCP analisam "in loco" a saúde no concelho de Valongo
A 26 de Junho último os deputados do PCP Honório Novo e Jorge Machado, estiveram de visita ao concelho com o objectivo de conhecer de perto a realidade do sistema de saúde local. Os deputados, do círculo do Porto, contactaram com três das cinco unidades de saúde do concelho em Campo, Valongo e Ermesinde, local este onde efectuaram uma reunião com o director da unidade, Carlos Valente.
No final expressaram a ideia de que a situação da saúde do concelho está bem longe de responder de forma satisfatória às necessidades da população.
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Foto MANUEL VALDREZ |
Integrada no mandato aberto sobre a temática da saúde que a Coordenadora Concelhia da CDU de Valongo tem por objectivo levar a cabo nos próximos tempos, os dois deputados do PCP no Parlamento vieram ao terreno conhecer a realidade da área da saúde do concelho de Valongo. Acompanhados por elementos da CDU de Valongo, nomeadamente a presidente da Assembleia Municipal (AM) Sofia de Freitas, o deputado da AM José Caetano, o coordenador geral Adelino Soares e ainda três representantes da Assembleia de Freguesia de Campo, Honório Novo e Jorge Machado denunciaram a falta de condições existentes, tanto a nível de infraestruturas como a nível de recursos humanos, nas extensões de saúde de Campo e Alfena e do Centro de Saúde de Ermesinde.
Numa descrição mais detalhada sobre esta visita a três das cinco unidades de saúde valonguenses Honório Novo começou por se referir à situação da extensão de saúde Campo como muito preocupante. «A situação que se vive em Campo é extremamente problemática, onde 30% da população não tem médico de família. Além disso a unidade funciona em instalações provisórias há 13 anos, num pré-fabricado sem quaisquer tipo de condições para os utentes».
Mas as debilidades não se ficam por aqui, como fez questão de sublinhar o deputado, já que Ermesinde e Alfena também não vivem realidades muito diferentes daquela que existe em Campo.
Em relação à freguesia de Ermesinde, Honório Novo denunciou o facto de existirem cerca de 8 900 utentes sem médico de família, o que equivale em termos percentuais a 20% da população. Um número que o deputado comunista espera que venha a ser diminuido após a contratação de um médico e de um chefe de serviço, como aliás está previsto, prevendo-se desta forma que o número de utentes sem médico de família em Ermesinde seja reduzido para 6 000. «Em termos de infraestruturas vamos estar muitos atentos ao compromisso público para a construção de um novo edifício – desdobramento da actual unidade de saúde ermesindense –, se irá ou não ser cumprido. É inadmissível que numa unidade sem capacidade e dimensão como esta estejam inscritos 48 000 utentes. Esperamos também que as obras de readaptação da extensão de saúde de Alfena sejam concretizadas a curto prazo, conforme nos informaram», frisou o deputado.
Sem problemas visíveis quer ao nível de instalações quer ao nível de recursos humanos encontram-se, segundo o deputado comunista, o Centro de Saúde de Valongo e a extensão de saúde de Sobrado, pelo facto de se tratarem de instalações recentes e com uma dotação de recursos humanos adequados.
A terminar, Honório Novo frisou que o estado da saúde do concelho de Valongo está bem longe de ser a melhor, necessitando a mesma de uma atenção redobrada quer da parte dos autarcas locais quer da parte do Ministério da Saúde.
Por:
Miguel Barros
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