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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2023

    SECÇÃO: Ciência


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    A Ameaça Invisível aos Ecossistemas Aquáticos

    Neste mês de maio voltamos a um tema que tem sido um verdadeiro desafio ambiental: os microplásticos.

    Por definição, os microplásticos são fragmentos de plástico com menos de 5 milímetros de diâmetro. Estes elementos podem ser divididos em duas categorias: os microplásticos primários, que já são produzidos industrialmente com este tamanho, como as microesferas presentes em produtos cosméticos e de higiene pessoal, e os microplásticos secundários, que são originados a partir da degradação de objetos maiores, como garrafas de plástico e diversas embalagens plásticas.

    Na realidade os microplásticos têm-se revelado um grave risco não só para os ecossistemas aquáticos mas para todas as formas de vida do nosso planeta. Estudos recentes têm mostrado inclusivamente a presença de microplásticos no corpo humano, acumulando-se em tecidos e órgãos. Estes microplásticos podem entrar no corpo humano essencialmente através da ingestão de alimentos e água contaminados. Peixes, mariscos e outros alimentos marítimos têm sido identificados como uma fonte significativa de exposição humana aos microplásticos, uma vez que esses organismos podem ingerir partículas plásticas já presentes nos oceanos e nos rios. Para além desta fonte de exposição, a contaminação de alimentos com microplásticos pode ocorrer ainda durante o processamento, embalamento e armazenagem dos produtos.

    Atualmente ainda é complicado estabelecer os efeitos dos microplásticos na saúde humana, embora haja preocupações sobre os seus possíveis impactos. Os microplásticos podem conter aditivos químicos, poluentes e outras substâncias tóxicas que são absorvidas do ambiente onde se encontravam. Quando ingeridos, esses compostos podem ser libertados no sistema digestivo e potencialmente serem absorvidos pelo corpo, causando preocupações sobre os efeitos a longo prazo na saúde humana. Danos físicos aos tecidos e órgãos são ainda outras possibilidades, levando a inflamações e alterações fisiológicas do corpo.

    Nos organismos aquáticos o seu impacto não se resume à ingestão. Os microplásticos também podem afetar o comportamento, a reprodução e o sistema imunológico de diferentes espécies. Além disso, a presença destes elementos na água pode alterar a composição química do ambiente, afetando a qualidade da água e reduzindo a disponibilidade de oxigénio, essencial para os organismos aquáticos.

    Para lidar com a ameaça dos microplásticos, é fundamental promover a adoção de alternativas sustentáveis e reduzir a nossa dependência de plásticos descartáveis. Iniciativas como a proibição de microesferas de plástico em produtos cosméticos e a promoção de políticas de gestão de resíduos eficazes são passos importantes na direção certa. Além disso, é crucial investir em estudos para desenvolver métodos eficientes de deteção, remoção e degradação de microplásticos. É um desses estudos que trazemos este mês aqui no nosso espaço de ciência.

    Como é possível aprofundar no artigo, os microplásticos representam uma ameaça multifacetada para os diversos ecossistemas aquáticos e, cada vez mais, também para os ecossistemas terrestres. Compreender os impactos dessas partículas e tomar medidas para reduzir a sua presença e mitigar os seus efeitos é essencial para a conservação dos nossos ecossistemas e para proteger a saúde humana. É necessário um esforço conjunto entre indústria, entidades públicas e população para cumprirmos o objetivo de eliminar o plástico do nosso oceano.

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    “Investigadores desenvolvem bioprocesso para remoção de microplásticos nas

    estações de tratamento de águas

    Uma investigação, liderada pela Universidade de Coimbra, evidencia que os efluentes industriais não são os que apresentam maior contribuição para a contaminação por microplásticos quando comparados com efluentes domésticos provenientes de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’S) municipais. Os investigadores envolvidos estão a desenvolver um bioprocesso à base de resíduos agroflorestais para a remoção destas partículas.

    Este estudo, que tem como principal objetivo perceber qual o potencial de contaminação proveniente de efluentes industriais após tratamento nas estações de tratamento interno das empresas, está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) no âmbito do projeto “Make water cleaner”.

    De acordo com Solange Magalhães, investigadora do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) do DEQ, «já foi possível identificar qual a composição dos principais microplásticos encontrados, sendo que o mais abundante nos efluentes das diferentes indústrias é o polietileno tereftalato (PET), um polímero largamente usado em diferentes indústrias».

    Verificou-se ainda que «as propriedades físico-químicas dos microplásticos encontrados indicam que, na sua maioria, estes apresentam carga de superfície negativa, pelo que os biofloculantes que estão

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Universidade de Coimbra

    Associação Portuguesa de Imprensa”

    Por: Luís Dias

     

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