Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 31-03-2023

    SECÇÃO: Ciência


    foto

    A importância do trigo

    Este mês de março focamo-nos num trabalho da prestigiada Faculdade de Ciências da Universidade do Porto com uma das culturas agrícolas mais antigas da humanidade, o trigo.

    Esta gramínea, enorme família de plantas à qual pertence o trigo e o arroz, é uma das mais cultivadas do mundo, perdendo apenas para o milho como a espécie agrícola mais cultivada. O grão de trigo (Triticum spp.), um dos alimentos base da nossa alimentação, é utilizado para fazer farinha e, com esta, o pão, na alimentação dos animais domésticos e como ingrediente, também, no fabrico dos mais diversos alimentos e bebidas, como a cerveja e a vodka por exemplo.

    Desta forma, a história da cultura do trigo está intimamente ligada à história da nossa espécie. O trigo é uma das culturas mais antigas e importantes do mundo, tendo sido cultivado há milhares de anos nas mais diversas partes da Terra. A importância do trigo ao longo da história deve-se, principalmente, ao facto de ser uma valiosa fonte de alimento, às suas características de fácil cultivo e de fácil armazenamento.

    Há milhares de anos que o trigo é uma cultura muito importante, desde logo no Médio Oriente, onde foi produzido pela primeira vez por volta do ano 8.000 a.C. Naquela época, o trigo era usado para fazer pão e outros alimentos básicos tornando-se uma parte fundamental da dieta das populações da região. É considerada uma cultura muito versátil, que pode ser cultivada em diferentes condições climáticas e geográficas. Na Europa, o trigo foi introduzido pelos romanos, e desde essa altura tornou-se uma cultura vital para a economia e a alimentação dos povos europeus.

    Este precioso grão é uma das principais fontes de hidratos de carbono, proteínas, fibras e vitaminas da nossa alimentação. Assim, o trigo é uma excelente fonte de hidratos de carbono complexos, que fornecem energia ao corpo. Também contém proteínas de alta qualidade, que são essenciais para a construção e reparação de tecidos no corpo. Além disso, o trigo é uma excelente fonte de fibras, que ajudam na digestão e na prevenção de doenças cardiovasculares e intestinais.

    O trigo também é rico em vitaminas e minerais essenciais, como vitamina B, ferro, zinco e magnésio. Estes nutrientes são importantes para manter o sistema imunológico saudável, regular o açúcar no sangue, fortalecer os ossos e os músculos, entre outros benefícios para a nossa saúde.

    Desta forma o trigo tem sido uma cultura fundamental para a humanidade ao longo da história. A sua versatilidade e adaptabilidade permitiram que se espalhasse pelo mundo todo e se tornasse uma cultura essencial para a alimentação e para a economia de muitas regiões. Agora estamos a contribuir para tornar esta espécie ainda mais saudável e permitir uma maior sustentabilidade no seu cultivo.

    foto
    “Investigadores da FCUP querem tornar o trigo mais sustentável e saudável

    Um cereal fundamental, mas, ao mesmo tempo, visto como um “vilão” por provocar alterações menos desejáveis no nosso organismo, como alergias e intolerâncias alimentares. Em causa está a composição do trigo, que poderá ser modulada pela microbiota, conjunto de microrganismos, do solo e da planta. Do solo ao prato, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), uma equipa de investigadores está a trabalhar no estudo da microbiota do trigo para chegar a um novo alimento à base da fermentação deste cereal que conjugue saúde e sabor na mesma receita.

    Para isso, vão primeiro estudar, no projeto europeu Wheatbiome, a microbiota do trigo, no solo e na planta para perceber como é que ela afeta a sua imunogenicidade (capacidade de desencadear uma resposta imunitária no organismo) e também a qualidade nutricional deste cereal.

    “As expressões de proteínas numa planta, que vão causar mais ou menos imunogenicidade, vão depender da cultura e da variedade de trigo e também de onde é produzido”, explica Rosa Perez-Gregório, investigadora do REQUIMTE (Rede de Química e Tecnologia) na FCUP e co-coordenadora do projeto. E exemplifica: “A mesma variedade de trigo produzida em locais diferentes (em Portugal e na Holanda, por exemplo) pode ter indicadores de qualidade nutricional e quantidade de proteína imunogénica diferentes. O que queremos avaliar é como a microbiota e a interação da microbiota do solo e da planta poderá modular este processo”.

    “Com base nesse conhecimento, e uma vez caracterizada a microbiota do trigo, podemos utilizar a microbiota da planta inteira ou partes dela para criar um novo alimento”, continua Susana Soares, docente da FCUP e investigadora do REQUIMTE também à frente da investigação no Wheatbiome.

    Os três S do trigo: saúde, sabor e sustentabilidade

    Rosa e Susana juntaram-se neste projeto para potenciar uma tríade de “s’s” no trigo: saúde, área de Rosa, sabor, a de Susana e sustentabilidade. As linhas de trabalho da Rosa e da Susana, que trabalham no Departamento de Química e Bioquímica, são complementares com o conhecimento dos investigadores e docentes da FCUP e GreenUPorto, Ruth Pereira, em edafologia e química agrícola; Susana Carvalho, em fisiologia e nutrição vegetal; e Luís Cunha, em ciências do consumo e nutrição humana.

    “O trigo é uma das culturas mais sustentáveis que existe, pois consome poucos recursos hídricos e energéticos, mas podemos torná-lo ainda mais sustentável”, conta Rosa. Um dos objetivos deste projeto é usar a microbiota também para regular as práticas agrícolas e fazer chegar esse conhecimento aos agricultores e outros atores envolvidos na cadeia de produção do trigo. “Se soubermos quais são as melhores condições bióticas e abióticas que afetam a microbiota e a qualidade do trigo, podemos tentar que o trigo seja cultivado noutros países da Europa, o que ajuda a reduzir a dependência da Ucrânia fomentando a agricultura local e mais sustentável”, defende. A sustentabilidade está também presente na componente de economia circular do projeto, com a reintrodução do subproduto do novo alimento na cadeia alimentar como ração para animais.

    Ensaios in vitro e in vivo

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

    Nota: Desde há algum tempo que o jornal "A Voz de Ermesinde" permite aos seus leitores a opção pela edição digital do jornal. Trata-se de uma opção bastante mais acessível, 6,50 euros por ano, o que dá direito a receber, pontualmente, via e-mail a edição completa (igual à edição impressa, página a página, e diferente do jornal online) em formato PDF. Se esta for a sua escolha, efetue o pagamento (de acordo com as mesmas orientações existentes na assinatura do jornal impresso) e envie para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o nome, o NIF e o seu endereço eletrónico para lhe serem enviadas ao longo do ano, por e-mail, as 12 edições do jornal em PDF.

    Mas se preferir a edição em papel receba comodamente o Jornal em sua casa pelo período de 1 ano (12 números) pela quantia de 13,00 euros.

    Em ambos os casos o NIB para a transferência é o seguinte: 0036 0090 99100069476 62

    Posteriormente deverá enviar para o nosso endereço eletrónico ([email protected]) o comprovativo de pagamento, o seu nome, a sua morada e o NIF.

    Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

    Associação Portuguesa de Imprensa”

    Por: Luís Dias

     

    Outras Notícias

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].