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    Arquivo: Edição de 28-02-2023

    SECÇÃO: Editorial


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    Um ano de Guerra

    O líder da Federação Russa, cujo país é membro permanente e com direito de veto no seio do Conselho de Segurança da ONU, que tinha, por isso mesmo, responsabilidade acrescida de tudo fazer para manter a paz, resolveu, ao contrário, iniciar uma guerra contra a vizinha Ucrânia, ainda que a haja denominado, algo pomposamente, como “operação militar especial”. Já lá vai um ano (que se completou no passado dia 24 de fevereiro).

    Entretanto, dados divulgados em janeiro de 2023 por fontes neutras, apontavam já para mais de 300 mil vítimas (entre mortos e feridos), sendo 180 mil mortos ou feridos nas hostes russas e 100 mil na parte ucraniana, havendo ainda a lamentar mais de 30 mil mortes de civis, entre as quais milhares de crianças. Milhões de ucranianos tiveram de deixar a sua terra para protegerem as suas vidas, mudando de local de residência dentro do próprio país ou abandonando-o mesmo para outros países, livres desta tragédia que é a guerra.

    Desde o início deste conflito, o presidente ucraniano tudo fez (e continua a fazer, evidenciando uma resiliência e uma coragem extraordinárias), em termos políticos e diplomáticos, para mobilizar os líderes mundiais para a solidariedade com a Ucrânia que, de um momento para o outro, se viu invadida. Sucederam-se, assim, uma série de pacotes de sanções à Rússia, por parte dos países ocidentais (Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia incluídos) que já vai no 10.º, assinado no dia 25 de fevereiro, e que tem como principal objetivo diminuir as capacidades russas em termos de indústria militar e a nível financeiro.

    Por ocasião do primeiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, o presidente Zelensky afirmou que acredita na vitória do seu país, na convicção de que os parceiros ocidentais continuarão a apoiar os ucranianos. Referindo-se à tragédia que atingiu o seu país, o presidente, a 24 de fevereiro, desabafou: «Quem não está em guerra, quem nunca perdeu ninguém, tem dificuldades em entender o que está a acontecer». A grande maioria dos países membros da ONU (141) já votou a favor do respeito pela integridade territorial da Ucrânia.

    Entre nós, quer os órgãos do poder central, quer a maioria dos partidos políticos continuam a manifestar inequívoco apoio à Ucrânia.

    O Presidente da República declarou o “apoio inquebrantável” de Portugal à Ucrânia; o presidente da Assembleia da República afirmou que a Ucrânia tem “não só o direito como o dever de se defender pelas armas”; António Costa louvou a coragem do povo ucraniano e falou de uma Europa “mais unida do que nunca”; o ministro dos Negócios Estrangeiros considerou que a derrota da Ucrânia seria a “vitória do imperialismo sobre o multilateralismo e o direito internacional”. Por seu lado, o PS acha que uma paz nos termos da Rússia será sempre provisória e “apenas adiará o fatal desaparecimento da Ucrânia como estado soberano”, o PSD disse que o “agressor russo tem que perceber que não verga democracias”.

    Em linha de leitura contrária, o PCP, quando se completou o primeiro ano da guerra da Rússia contra a Ucrânia, condenou a “intensificação da escalada belicista” a que se assiste, por parte dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia quanto a esta guerra, que Vladimir Putin, na mesma data, declarou ser responsabilidade do Ocidente.

    O desejável era que o Homem aprendesse, de uma vez por todas, a resolver os litígios de forma diplomática acabando com a bestialidade da violência que só gera mais violência e mais ódios.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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