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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-07-2020

    SECÇÃO: Destaque


    30.º ANIVERSÁRIO DA ELEVAÇÃO DE ERMESINDE A CIDADE

    História de Ermesinde nestes 30 anos de Cidade

    FOTO DA NOVA ESTAÇÃO DE ERMESINDE
    FOTO DA NOVA ESTAÇÃO DE ERMESINDE
    Foi no dia 13 de julho de 1990, que a Assembleia da República aprovou a elevação da então vila de Ermesinde a cidade. Ermesinde era vila há já 52 anos e um dia (desde o dia 12 de julho de 1938. Ao tempo era Presidente da República, Óscar Carmona; Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar; Presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde, Serafim Ferreira dos Santos).

    Entretanto, a antiga S. Lourenço de Asmes (só em 1911 mudou para o atual nome) tinha progredido bastante e, nas décadas de 1970 e de 1980, esta localidade cresceu ainda mais em número de habitantes, e consequentemente na malha urbana, pelo que se achava no direito de ter o título de cidade.

    Um conjunto de deputados, entre os quais o ermesindense e nosso colaborador José Puig, lutou de tal maneira por esse objetivo que o mesmo acabaria por ser alcançado, quase de forma natural, com a publicação da Lei n.º 40/90, de 10 de agosto de 1990, onde se escreve, em artigo único, o que o Parlamento havia aprovado em 13 de julho anterior e onde se afirma: «A vila de Ermesinde, do concelho de Valongo, é elevada à categoria de cidade».

    Era Presidente da Assembleia da República, Vítor Pereira Crespo; Presidente da República, Mário Soares; Primeiro-Ministro, Cavaco Silva; o Presidente da Câmara de Valongo era João Moreira Dias e o executivo da Junta de Freguesia de Ermesinde tinha a seguinte constituição: Jorge Manuel Gonçalves Videira (Presidente); Firmino José de Carvalho (Secretário); António Oliveira de Sousa (Tesoureiro); Manuel da Conceição Marques, Jorge Andrade, Carlos Azeredo e Lino Martins Pinto (Vogais).

    Nestes 30 anos de cidade, muito mudou em Ermesinde, no capítulo das acessibilidades e dos serviços.

    No primeiro aspeto, surgiram notórias melhorias tanto nas vias ferroviárias que servem a cidade como nos novos acessos rodoviários.

    As linhas do Minho e do Douro vêm, desde o último quartel do século XIX, juntas desde o Porto até Ermesinde, divergindo a partir daqui, uma rumo ao Norte (Linha do Minho) outra para Leste (Linha do Douro). Mais tarde surgiria a Linha de Leixões, entre Ermesinde e Leixões, na foz do Leça. Dado o avultado número de passageiros estas linhas foram sendo eletrificadas e duplicadas servindo um número cada vez maior de passageiros, vários milhões ao ano. Também uma nova Estação foi construída em Ermesinde, de finais do século XX (entrou em obras em 1997) ao início do atual século, tendo sido gastos à volta de 5 milhões de contos (25 milhões de euros). Entretanto, veio a era das autoestradas e Ermesinde passou a ser servida a sul, logo pelo primeiro lanço da A4 (1990) e a Norte pelo IC24 e, depois, A41 (ainda na década de 1990). Ermesinde passou a ter acesso rápido, também de carro para o Porto, para o Aeroporto, para Braga, Guimarães, Penafiel e para todo o país. A acessibilidade tornou ainda mais atrativa a fixação de habitantes, não fosse a cidade estar “fechada” em pouco mais de 7 km2 de área.

    No segundo aspeto, surgiram novos serviços, de âmbito social e cultural, novas coletividades, e uma diversidade de atividades culturais abertas à população que dela pode usufruir em pleno.

    Elevada a vila a cidade, muitos ermesindenses, alguns até com responsabilidades autárquicas, acreditaram que a cidade de Ermesinde podia sonhar, agora mais do que nunca, à emancipação administrativa. Quando Ermesinde fez 50 anos de vila (1988), surgiu a “Associação Amigos de Ermesinde”, legalizada no ano seguinte (1989), altura em que o Parlamento já se movimentava no sentido de conseguir a elevação a cidade. A principal finalidade desta associação era conseguir a emancipação administrativa de Ermesinde. Um dos momentos mais altos da luta de “Ermesinde a Concelho” culminou, com a entrega, na Assembleia da República, de um abaixo-assinado subscrito por quase 16 mil ermesindenses, no final do ano de 1992. Cinco anos depois, em finais de 1997, com a revogação da chamada “Lei Travão”, Ermesinde, e as outras 10 cidades que não eram concelho, voltaram a ter esperança numa reforma administrativa que resolvesse de vez tal questão. No ano seguinte (1998), a Associação Amigos de Ermesinde elaborou o projeto da criação do Município de Ermesinde, que entregou na Mesa do Parlamento, no dia 20 de fevereiro de 1998. Mas, não teria o desejado resultado; apenas três cidades se tornariam concelhos, nesse ano de 1998: Vizela, Odivelas e Trofa.

    Entre muitas alterações que ocorreram nesta cidade, e que permitem concluir que a mesma está cada vez mais dotada de vida própria, perdendo algumas das características de cidade-dormitório, vale a pena assinalar aquilo que tem sido feito em prol da cultura, nomeadamente a edição de livros monográficos, de que são exemplo, “Clube de Propaganda da Natação: 50 anos de História” (1993), “Bombeiros Voluntários de Ermesinde (1921-1996): Bodas de Diamante” (1996), “Ermesinde – Registos Monográficos” (2001), “Ermesinde: Memórias da Nossa Gente” (2008), “Ermesinde e a Primeira República” (2010), “Ermesinde – O Património e a Nossa Gente [Mosaicos e Historiais]” (2016). Surgiram também novas coletividades com objetivos eminentemente culturais, nomeadamente, O Centro Cultural Alberto Taborda (1998), Associação Académica e Cultural de Ermesinde (1999) e Ágorarte – Associação Cultural e Artística (2005).

    A cidade viu melhorar a acessibilidade interna com o melhoramento de algumas das suas ruas (que até permitiu tornar um pequeno troço da Rua 5 de Outubro, quase só pedonal), nomeadamente a Rua Presas de Sá, a construção do Túnel da Costa, o alargamento do cruzamento da Santa Rita, e a criação de novos espaços como a Praça da Estação o Largo frente à Capela de S. Silvestre (com o contributo do governo através do “Programa Pólis”); surgiram novos espaços verdes, como o Parque Urbano, bem no centro e o Fórum Cultural que representou um excelente aproveitamento de uma infraestrutura industrial devoluta, ou o Parque da Resineira, junto ao Leça; resolveu-se o crónico problema de falta de água quando aumentava o consumo, assim como os maus cheiros da Fertor; abriu-se a Loja do Cidadão perto da Vila Beatriz, outro espaço público de referência e a cidade passou a receber a organização de importantes eventos locais e até de interesse nacional, como o “ENTREtanto MIT Valongo – Mostra Internacional de Teatro”, “O Magic Valongo – Festival Internacional de Ilusionismo”, a “EXPOVAL – Mostra das atividades Económicas do Concelho de Valongo” e, entre outros, a “Feira do Livro e das Artes”.

    Entretanto, para que tudo isto fique para memória futura, o jornal “A Voz de Ermesinde” (é verdade que neste entretempo surgiram outros títulos de jornais locais, mas todos eles foram efémeros na sua existência) vai-se encarregando de divulgar todos os eventos que passam pela cidade, fazendo, assim, como é também a sua missão fazer a história do tempo presente.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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