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    Arquivo: Edição de 31-05-2020

    SECÇÃO: Economia


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    As possíveis consequências da pandemia na economia mundial

    A Ordem dos Economistas faz habitualmente, no início de cada mês, uma análise da conjuntura macroeconómica portuguesa, assim no início do mês de março foi feita esta análise, ver neste link(1). À data, apesar da rapidez com que tudo se alterou, muito distante estava o cenário de pandemia e crise económica que vivemos atualmente. Como tal, todas as projeções inscritas nesse mesmo documento não incorporavam as alterações drásticas do cenário económico atual.

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    A pandemia (2) tem levado governos a determinar o confinamento (3) da população, fechar fronteiras e à paralisação de todos os serviços considerados não essenciais. Embora este surto tenha começado na China, a Europa está-se a tornar o novo epicentro do coronavírus, com países como Itália, Espanha, França e agora o Reino Unido com o maior número de mortes e os serviços de saúde a ficarem completamente descontrolados.

    Estando agora a deslocar-se para a América, os países pobres sofrem, mas a incidência é bem maior nos grandes, Brasil a atingir níveis elevados, e os Estados Unidos a sofrerem o maior impacto, com o maior número de mortos do mundo.

    A China, onde se iniciou, está a conseguir ultrapassar esta crise, assim algumas atividades estão a retomar a atividade, no entanto, o coronavírus fechou fábricas e deixou regiões inteiras do país isoladas, com muitos cidadãos trancados em suas casas por medo do contágio, o que reduziu drasticamente o consumo e a produção industrial.

    Com a crise mundial do Covid 19, os países, habitualmente clientes de Portugal, irão comprar muito menos nos mercados internacionais, afetando por isso a economia portuguesa, pois as exportações têm um peso muito grande na riqueza do país.

    EM PORTUGAL

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    O tecido empresarial em Portugal é composto, na sua quase totalidade, por PMEs(4), representando 99,9% do total de empresas, sendo 96,1% referentes a micro, 3,3% a pequenas e 0,5% a médias (Pordata)(5). As PME representam cerca de 59% do contributo para o VAB(6) das sociedades não financeiras (SNF) (INE).

    As grandes empresas (+250 trabalhadores ou +50M€ Volume de Negócios) em Portugal representam menos de 0,1% do número total de empresas sendo, no entanto, responsáveis por 41% do contributo para o VAB das SNF(7).

    De tudo isto concluímos que a capacidade de capitalização da maioria das empresas é muito baixa, a capacidade de endividamento é também muito reduzida, logo a maioria das empresas estando em Lay-Off (ou seja, sem produzir), e suportando a maioria dos custos fixos, apesar da ajuda do estado está debilitada. Quanto às exportações e atendendo ao mercado externo, os principais países clientes de Portugal também estão com sérios problemas, vamos ter dificuldade com o reínicio da economia, o peso das exportações é de 44% do PIB(8).O outro grande componente da economia portuguesa é o turismo que caiu quase para 0 e vai demorar ainda bastante tempo a ser retomado.

    Assim, a recessão em Portugal é inevitável, e admitida por todas as instituições nacionais e internacionais, incluindo o Governo. Projeções do Banco de Portugal revelam que poderá haver um recuo de quase 6% no Produto Interno Bruto (PIB), num cenário mais adverso, e também a taxa de desemprego subir para 12%.

    Até à declaração do estado de emergência, apenas algumas empresas tinham encerrado devido à falta de matérias primas, depois da declaração as empresas e todos os negócios não prioritários tiveram de encerrar. O medo da doença está a paralisar a economia e também a vida das pessoas com o seu confinamento a casa.

    LOCALMENTE

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    Se as medidas tomadas pelo governo e pelas autarquias locais não forem no sentido do auxílio às empresas, e às pessoas para que estas consigam suportar os custos desta paralisação obrigatória, as consequências vão ser graves.

    Sou de opinião que o auxílio, siga no sentido do apoio da liquidez e não do seu financiamento, pois agrava a já débil situação de liquidez das empresas, evitar as falências o máximo possível, proteger o emprego. Tentar disponibilizar rendimento mínimo para as pessoas não caírem na miséria.

    Para dar resposta a tal, são necessárias ações nos seguintes eixos:

    • Uma diminuição da burocracia do Estado;

    • Diminuição das desigualdades;

    • Apoio incondicional às IPSS’s;

    • Uma resposta europeia (financiamento através do BCE);

    • Programas dirigidos aos mais atingidos;

    • Etc..

    (...)

    Leia este artigo na íntegra na edição impressa.

    1- http://www.ordemeconomistas.pt/xportalv3/file/XEOCM_Documento/61351686/file/Conjuntura%20Macroeconomica%20Portuguesa%20-%20Marco%202020.pdf

    2- No dia 12 de março, a Organização Mundial da Saúde decretou o estado de pandemia do novo coronavírus. A rápida disseminação da doença, batizada de covid-19, tem levado pânico a todas as áreas económicas.

    3- O recorrer à quarentena e paralisação, são medidas que remontam à Idade Média. Exemplo da peste negra, com cerca de 50 milhões de mortos.

    4- Pequenas e Médias Empresas.

    5- https://www.pordata.pt/Portugal/Pequenas+e+médias+empresas+em+percentagem+do+total+de+empresas+total+e+por+dimensão-2859-248024

    6- Valor Acrescentado Bruto.

    7- https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=354430710&DESTAQUESmodo=2

    8- Produto Interno Bruto.

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    Por: Carlos Marques

     

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