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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 31-01-2020

    SECÇÃO: Destaque


    COM A PRESENÇA DA MINISTRA DA SAÚDE:

    Apresentado em Ermesinde o Plano Municipal de Saúde de Valongo

    A Ministra da Saúde, Marta Temido, esteve a 17 de janeiro passado no concelho de Valongo, onde não só presidiu à apresentação pública do “Plano Municipal de Saúde 2019/2025 - Valongo: Mais e Melhor Saúde”, como também

    inaugurou os consultórios de saúde oral nos centros de saúde de Ermesinde/Bela e de Valongo, bem como o novo Centro de Saúde de Campo.

    Fotos CMV
    Fotos CMV
    A visita começou no Fórum Cultural de Ermesinde, onde foi então apresentado o Plano Municipal de Saúde de Valongo, o qual visa a promoção da qualidade de vida dos munícipes envolvendo governantes e responsáveis políticos na promoção de várias atividades. Este plano está, segundo a autarquia, alinhado com os objetivos da Organização Mundial de Saúde até 2025, sendo um documento estratégico elaborado em parceria com o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e que aposta na inovação, na dinamização de sinergias territoriais, na articulação de organizações e ações, bem como no envolvimento da comunidade.

    Para o presidente da Câmara Municipal de Valongo (CMV), José Manuel Ribeiro, «o nosso propósito é adequar as respostas públicas às reais necessidades da população. A qualidade de um município mede-se, cada vez mais, por índices de desenvolvimento humano. O que estamos a lançar agora são as condições para que Valongo consolide, nos próximos anos, a sua posição no pelotão da frente dos municípios saudáveis».

    Na sua alocução durante esta apresentação pública, o edil valonguense sublinhou que a saúde é uma área à qual o Município dá muita atenção e importância, recordando que Valongo foi dos primeiros municípios a aderir, em 2014, à Rede Europeia das Cidades Sustentáveis. Frisaria mais à frente que este projeto foi construído com muita paixão, tratando-se de um projeto que não só irá promover condições de vida saudável para todos em Valongo, como tornará a saúde um desígnio presente em todas as atividades municipais. Disse ainda que este plano resultou de um trabalho que envolveu toda a rede social e que representa a forma como «queremos ser atores na área da saúde, mesmo os municípios não tendo competências na área da saúde», ressalvando que as competências dos municípios são sim na área da prevenção, uma área «onde podemos fazer muito. Podemos capacitar as pessoas, envolver os atores, e com isso também quebrar barreiras e fazer com que as pessoas possam mudar comportamentos». Sublinhou pois que este plano tem como foco imediato a mudança de comportamentos com o intuito de obter resultados na redução de doenças a longo prazo, acrescentando que «se mudarmos os hábitos alimentares ou os comportamentos do ponto de vista de atividade física vamos ter uma consequência. E nós já fazemos isso há muitos anos e agora com a chancela do ISPUP, que sabe muito disto, estamos a trabalhar com mais certezas», disse o autarca. No seguimento da importância da prevenção, José Manuel Ribeiro ressalvou ainda o facto de na sua opinião as autarquias não olharem com a devida atenção para esta questão da prevenção, «que é uma área da máxima importância», pois através da prevenção as autarquias podem fazer muito nesta questão da saúde, ao contribuir para uma melhor qualidade de vida dos cidadãos.

    FAZER A DIFERENÇA NA VIDA DAS PESSOAS DO CONCELHO

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    Por sua vez, a Ministra da Saúde começaria por elogiar este “Plano Municipal de Saúde 2019/2025 - Valongo: Mais e Melhor Saúde”, acrescentando que saúde era precisamente aquilo que ali se estava a ver, ou seja, uma rede, «hoje fazer saúde exige uma visão integrada», disse, agradecendo por isso a todas as individualidades ligadas à saúde presentes por «serem um parceiro alinhado no cumprimento das metas do Plano Nacional de Saúde». Marta Temido felicitou Valongo por ter aderido desde a “primeira hora” à Rede Europeia das Cidades Sustentáveis, «tendo agora esta capacidade de levar o plano nacional de saúde para um nível municipal incorporando nele o que são as especificidades locais, aquilo que é a riqueza da região. E é isso mesmo o que se pretende, é que estes planos sejam compagináveis com aquilo que é a especificidade local sob pena de serem apenas exercícios de anúncios que não dizem nada à vida das pessoas. E aquilo que eu penso é que aqui em Valongo há a intenção de fazer a diferença na vida das pessoas. E diga-se a este propósito que é por estar imbuído nesta preocupação de fazer a diferença na vida das pessoas que Valongo aderiu desde a “primeira hora” ao Programa de Acesso a Consultas de Medicina Dentária nos cuidados de saúde primários, investindo na instalação de cadeiras de saúde oral nos centros de Saúde de Ermesinde/Bela e de Valongo. E o ponto comum de tudo isto são as pessoas, o seu bem estar, as pessoas são a riqueza de uma terra, de um concelho, de um país. E o que nos preocupa é que as pessoas possam ter vidas mais saudáveis, mais produtivas, mais felizes», frisou a Ministra, acrescentando que tem sido aposta do Governo melhorar a qualidade de vida e a saúde das pessoas. «Temos procurado centrar a nossa ação governativa nas pessoas. Creio que se todos nós, os agentes do poder local, os agentes da atividade governamental, e os agentes dos vários níveis de representação daqueles que têm obrigações perante a comunidade, não formos capazes de nos centrar naquilo que são as coisas práticas na vida das pessoas, abriremos as portas a um futuro mais sombrio. Se desistirmos de fazer coisas práticas que tenham tradução em documentos e que depois se materializem em projetos e planos como este que aqui temos não conseguiremos fazer aquilo que é esperado de nós neste início de 2020».

    O DEDO DA ACADEMIA NO PLANO

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    Já o Diretor do ISPUP, Henrique Barros, um dos responsáveis pelo desenvolvimento deste plano, começou por destacar que «estas quatro décadas foram marcadas por milhões de pessoas/ano que foram conquistadas e adicionadas à nossa sociedade permitindo aumentar os nossos recursos e, sobretudo, diminuir o sofrimento e o desperdício de vidas», sublinhando, contudo, que «permanecem desigualdades regionais, assimetrias das mais pequenas divisões geográficas e é também nossa função ajudar a combatê-las, a diminui-las, a mitiga-las». Henrique Barros disse ainda que quando este plano foi construído «pensamos que devíamos dar uma centralidade absoluta à participação pública. Sabemos que cada vez mais se acredita que as pessoas devem estar representadas nas decisões e essas decisões devem ser aquelas que determinam as políticas de saúde para serem mais eficazes. Mas o mais importante é que as pessoas estejam presentes em todos os níveis das decisões, e, por isso, se consiga um dos desígnios do desenvolvimento sustentável, que é não deixar ninguém para trás. Essa centralidade afirma-se e está neste plano não só na sua produção como seguramente na sua implementação e na sua avaliação».

    O Diretor do ISPUP salientou ainda o facto de a CMV ter «corrido o risco de se aliar a académicos que acreditam que as universidades são as instituições que a sociedade decidiu dar tempo e espaço para serem livres, para pensarem criativamente, para refletirem e sobretudo para não estarem dependentes de uma lógica mercantilista que infelizmente em Portugal nos tenta exigir a ideia inútil de que devemos servir as empresas. A empresa que servimos são as pessoas e é o acreditar de que é possível combater as desigualdades de que falamos, garantir os melhores resultados e assegurando que o serviço nacional de saúde chega a todo o lado».

    Henrique Barros afirmou ainda que o principal desígnio é serem capazes de alinhar com a Organização Mundial de Saúde e com a Assembleia Extraordinária das Nações Unidas, que marcaram os objetivos em relação ao combate às doenças crónicas não transmissíveis. «Espero que dentro dos anos previstos estejamos aqui a dizer que cumprimos as metas e que é possível haver mais parcerias criativas entre as academias e o poder local», finalizou.

    Isabel Ramos, docente e investigadora do ISPUP, falou mais pormenorizadamente sobre este Plano Municipal de Saúde de Valongo, começando por dizer que «planeamos um documento que visa essencialmente ser o primeiro passo para que todas as políticas do Município tenham a saúde na sua essência aos diferentes níveis de atuação, permitindo que a escolha e os pontos relevantes para a saúde sejam o mais participados possível». Explicaria que as prioridades que foram definidas para este plano partiram do diagnóstico local e tiveram em conta as estratégias nacionais e internacionais, nomeadamente para a escolha e redução das patologias com maior impacto na perda de vidas precoces, e na perda de qualidade de vida e bem-estar.

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    Acrescentaria que este plano está estruturado em dois grandes eixos, um designado por “Melhor Saúde”, o qual descreve as estratégias e as atividades que visam melhorar os indicadores de saúde nesta população; ao passo que o segundo eixo é designado por “Mais Governança” e descreve as estratégias delineadas para que a execução deste plano seja o mais efetiva possível, incluindo nele a monitorização e avaliação de tudo aquilo que for delineado e implementado.

    O Plano Municipal de Saúde de Valongo assume oito objetivos estratégicos, nomeadamente, reduzir o consumo nocivo de álcool e o uso de tabaco; reduzir a inatividade física e melhorar a ingestão alimentar; inverter a tendência na evolução da prevalência de obesidade, particularmente de obesidade infantil; diminuir fatores de isolamento da população; melhorar a saúde mental; diminuir e prevenir a violência interpessoal; melhorar a comunicação e a literacia em saúde; e melhorar o acesso aos cuidados de saúde. Estes objetivos foram estruturados em quatro grupos: Comportamentos e Estilos de Vida; Saúde Mental; Comunicação e Literacia, e Prestação e Acesso.

    Para cada um destes grupos foram definidas metas a alcançar até 2025, sendo que o grupo de Comportamentos e Estilos tem como metas, por exemplo, reduzir em 10 por cento o consumo nocivo de álcool, reduzir em 30 por cento o uso de tabaco, ou reduzir em 10 por cento a inatividade física.

    No grupo Saúde Mental encontramos metas como reduzir em 10 por cento o sentimento de isolamento, reduzir em 10 por cento a sintomatologia depressiva, ou aumentar em 10 por cento a qualidade de vida. No que concerne ao grupo Comunicação e Literacia encontramos como uma das metas: garantir a divulgação mensal de novas informações de saúde através dos meios de comunicação e divulgação da edilidade; ao passo que no grupo Prestação e Acesso uma das metas passa por aumentar em 25 por cento a adesão aos rastreios nacionais.

    CENTRO DE SAÚDE DE ERMESINDE JÁ TEM DENTISTA

    Após esta apresentação a Ministra da Saúde deslocou-se ao Centro de Saúde de Ermesinde/Bela onde ali inaugurou o consultório de saúde oral. Na sua breve alocução à comunicação social após esta inauguração, Marta Temido começou por agradecer o esforço do ACES Maia/Valongo e da CMV por ajudar a concretizar uma das metas que o Governo traçou desde a anterior legislatura, que era dar aos portugueses mais saúde oral. A governante lembrou que no início da anterior legislatura o Governo traçou a meta de que a saúde oral integrasse os cuidados de saúde primários. «Esta era uma área que só estava coberta no nosso país através do cheque dentista, que era uma resposta que abrangia apenas algumas partes da população. E aquilo que queremos é uma saúde oral integrada, e uma saúde oral integrada começa nos cuidados de saúde primários.

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    Por: Miguel Barros

     

     

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