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    Arquivo: Edição de 31-05-2019

    SECÇÃO: Editorial


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    Portugal e a Europa

    Pela primeira vez o número de possíveis eleitores em Portugal ultrapassou os 10 milhões e meio, mas no dia 26 de maio, para as eleições parlamentares europeias, apenas votaram pouco mais de 3 milhões e 300 mil, fixando-se a abstenção em mais de 68%, apesar do apelo presidencial para que os portugueses não deixassem de votar.

    Parece ser cada vez mais difícil convencer os portugueses, e não só, de que ser cidadão europeu é também participar nas votações para o único órgão até agora eletivo, precisamente o Parlamento Europeu. Tem sido árduo o caminho no sentido de uma verdadeira Europa Política, a que o Brexit britânico nada ajuda.

    Recordemos hoje a ligação entre Portugal e a Europa comunitária. O primeiro contacto ocorreu na época marcelista, quando em julho de 1972, Portugal assinou um acordo de comércio com a então denominada CEE. Nesse tempo, a situação política do nosso país não podia viabilizar outro tipo de união, que só viria a concretizar-se depois do triunfo e consolidação da democracia, no pós-25 de Abril. Em janeiro de 1986, Portugal tornar-se-ia o 11.º estado membro da CEE (a vizinha Espanha, seria o 12.º, entrando no mesmo dia que Portugal). Desfeito definitivamente o Império, Portugal virou-se para a Europa comunitária, o que obrigou a nossa economia a uma maior competitividade.

    Depois disso, outros países europeus quiseram fazer parte desta construção europeia, que em 1995 contava com 15 membros, em 2004 já eram 25, em 2007 passou a 27, e em 2013, com a entrada da Croácia fechou em 28. Contra a maré de adesões, o Reino Unido em referendo, realizado há 3 anos, decidiu sair, o que representa um passo atrás naqueles que são os verdadeiros desígnios da Europa unida. Contudo, as negociações para a saída têm-se revelado complexas e dividido a opinião pública britânica, pondo-se atualmente a hipótese de nova consulta popular.

    Em termos económicos, a União Europeia (UE) é a maior potência mundial mas em termos políticos há ainda muito para fazer no sentido de concretizar o velho sonho da união política de toda a Europa. Tem-se notado, neste percurso comunitário, que as populações não querem perder mais da sua soberania. A Europa é, efetivamente, constituída por diferentes povos com milénios de história, com tradições muito próprias, que não querem perder de todo.

    A “Constituição Europeia” pensada no Conselho Europeu de Lacken (Bélgica), em dezembro de 2001, poderia ter sido um importante passo na concretização de uma verdadeira Europa Política se se tivessem realizado as expetativas do Tratado de Lisboa, em dezembro de 2007. Mas, com o tempo, por certo, outras formas de consolidar esta união se forjarão, pois esse parece ser o sentido do futuro.

    Voltando, no entanto, ao último ato eleitoral, podemos verificar que o distrito do Porto, foi o 4.º a nível nacional que mais votou (acima só temos Lisboa, Madeira e Braga). No concelho de Valongo, votaram 30 310 eleitores (o que corresponde a pouco mais de 36% dos recenseados), sendo que a freguesia onde a abstenção foi menor, foi precisamente a de Ermesinde, com quase 38% de eleitores a comparecerem nas secções de voto, o que representa uma participação acima da do distrito e da do país, sendo contudo francamente negativa e evidenciadora do fraco crédito que também aqui se dá ao valor das eleições parlamentares europeias.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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