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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-05-2019

    SECÇÃO: Desporto


    ENTREVISTA

    Com pouco mais de um ano de existência Ermesinde Clube de Karaté já “fabrica” campeões nacionais

    Fotos ALBERTO BLANQUET
    Fotos ALBERTO BLANQUET
    Poucos serão os clubes que se podem orgulhar de com pouco mais de um ano de existência ostentarem no seu palmarés cerca de três dezenas de títulos regionais e nacionais. Pois bem, a Cidade de Ermesinde é berço de um desses clubes talhados para vencer… desde o primeiro minuto de vida. Este emblema conquistador é o Ermesinde Clube de Karaté (ECK), clube que neste mês fomos conhecer e que nas próximas linhas passamos a apresentar. Estivemos à conversa com a presidente do ECK, Sílvia Freitas, uma jovem de 28 anos que além de dirigente máxima da coletividade também a representa na condição de atleta (é cinto negro) e de treinadora (acreditada pelo IPDJ). Isto, para além de ser ainda técnica de arbitragem. Como já referimos o ECK tem pouco mais de um ano de atividade. Foi fundado em janeiro de 2018, pese embora o grupo já esteja junto há 16 anos. E quando falamos em grupo aludimos a atletas e ao treinador Jorge Sousa, também ele uma figura com créditos firmados no karaté nacional.

    Este grupo começou por trabalhar junto, num ginásio em Ermesinde, passando depois para um clube no concelho vizinho da Maia. Com o seu crescimento (sobretudo ao nível de atletas, que ali chegavam vindos de vários pontos do país) o emblema maiato acabou por se “transformar” numa associação de clubes, fazendo com que muitos atletas e treinadores passassem a competir sob designações distintas, designações essas ligadas às freguesias de onde eram oriundos. Este facto aliado ao velho sonho de criar um clube fez com que o grupo ermesindense fundasse, no ano passado, o ECK.

    COMPETIÇÃO vs FORMAÇÃO

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    Volvidos cerca de 16 meses do seu nascimento o ECK tem atualmente 24 atletas (sendo a esmagadora maioria deles oriunda da nossa Cidade), com idades compreendidas entre os 7 e os 28 anos, sendo que muitos destes atletas são crianças entre os 7 e os 12 anos. É um clube que olha, sobretudo, para a formação, embora também tenha olhos para a vertente competitiva, sendo que no que concerne a categorias, a aposta tem sido mais vincada no escalão de cadetes, que é onde estão os atletas com mais objetivos competitivos. «Os mais pequeninos motivamo-los para que participem em algumas competições, mas por enquanto não tanto com aquele objetivo de ganhar títulos, mas mais pela componente formativa, para que percebam a importância do trabalho, do esforço da persistência para que se atinjam objetivos, que percebam quais são as suas fraquezas, os seus valores, que saibam lidar com as derrotas, com as frustrações. A componente formativa é o mais importante nas competições dos escalões de infantis», explica Sílvia Freitas, que acrescenta que o clube tem feito uma forte aposta nesta vertente da formação cívica e humana, tão característica do karaté. «Há cada vez mais crianças, e cada vez mais novas, a praticar modalidades de combate como o karaté. Nas aulas tentamos fazer com que eles (atletas) percebam valores como o respeito pelos colegas, o saber estar, o auto-controle, a confiança, o caráter, etc., que são valores que nós incutimos. Como qualquer desporto, a nossa principal função aqui é fazer com que eles sejam pessoas ativas, saudáveis e que sejam cidadãos conscientes e corretos. Este caminho tem sido uma aposta nossa. Tentamos ser um apoio às escolas e aos pais na educação deles, para que sejam cidadãos responsáveis no futuro».

    A nível federativo, o ECK compete anualmente em cerca de 20 provas por todo o país, isto para além da participação em vários opens, que são competições organizadas por clubes em que participam atletas não só nacionais como internacionais; bem como em alguns torneios a nível associativo em que o principal objetivo passa por promover a componente formativa do karaté, e que são provas mais ajustadas à participação e iniciação à competição por parte de atletas menos experientes.

    CONQUISTAS DE PESO!

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    E por falar em atletas, há uma que neste ainda curto período de vida do ECK se tem destacado no que concerne à conquista de títulos. Beatriz Mendonça, de 14 anos, que compete no escalão de cadetes, e que nos passados dias 11 e 12 de maio esteve presente no Campeonato Nacional de Clubes, realizado em Portimão, que é tão só a prova mais emblemática do karaté nacional a nível federativo. E do Algarve a atleta trouxe o título de campeã nacional de cadetes femininos, na vertente de kumite. Este foi apenas mais um título desta atleta, que segundo Sílvia Freitas se tem destacado no plano competitivo com a obtenção de vários 1.ºs lugares a nível de provas da Federação Nacional de Karaté de Portugal (FNKP), entre outros bons resultados que têm enriquecido o palmarés do ECK. Beatriz Mendonça que no plano individual ostenta no seu currículo um título mundial de juvenis, também por equipas, obtido em finais de 2017, numa altura em que o ECK ainda não havia sido criado.

    O recente título nacional conquistado por Beatriz Mendonça acaba por ser uma motivação para os atletas mais novos do clube ermesindense, embora nem todos os atletas tenham o objetivo de competir e conquistar títulos, mesmo tendo todos eles já participado em competições, quanto mais não seja para experimentar.

    E por falar em títulos o ECK exibe nas suas vitrinas, até ao momento, um total de 29 títulos, nacionais e regionais. Com a temporada desportiva a chegar ao fim, a presidente do ECK fez um breve balanço daquilo que foi o desempenho do clube. «Foi uma época bastante boa, não só a nível competitivo mas também a nível formativo. Temos atletas que têm o cinto castanho e que estão a treinar para atingirem o cinto negro, sendo que aqui é uma espécie de competição mais pessoal em que o objetivo passa por melhorar a nível individual, de evoluir nas graduações, ou cinturões, como se chamam. Temos também dois atletas que estão no segundo dan do cinto negro (existem 10 níveis, ou dans, nesta graduação) e que estão a treinar para neste ano civil conseguirem evoluir para um nível superior. E é ainda de destacar que o nosso treinador tem estado nas últimas três épocas como diretor de provas da FNKP, ou seja, é ele que dirige todas as provas/competições a nível federativo e isso também é um ponto positivo para nós. E depois continuamos a apostar para que os mais novos continuem a evoluir nas graduações. De resto, a nível formativo foi um ano bom, tivemos novos atletas, o que faz desta uma época bastante positiva». Questionada sobre qual o segredo para o êxito alcançado pelo ECK num tão curto espaço de tempo, Sílvia Freitas é perentória em dizer que «muito trabalho, mas é também muito amor à camisola».

    CONTINUAR A CRESCER

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    Com tenra idade é com naturalidade que o ECK sente que pode crescer ainda mais, sendo que no futuro uma das metas passa por trazer mais atletas para o clube, apesar da muita concorrência, digamos assim, de clubes ou escolas que existem em Ermesinde para a prática da modalidade. E dentro deste objetivo há um sub-objetivo, por assim dizer, que passa por cativar atletas mais velhos a filiar-se no clube, estando para isso o ECK a equacionar levar a cabo algumas aulas de defesa pessoal para atingir um público mais adulto e que não goste tanto de puxar pelo físico, ou seja, que queira aprender aspetos mais úteis do karaté. «Estamos a pensar ir também às escolas e mostrar aos alunos a importância de saberem respeitar os outros, de se defenderem e não usar o karaté para magoar os outros. E claro, queremos continuar a ganhar títulos. Temos de trabalhar para continuar a dar respostas aos atletas que têm esses objetivos, pois temos atletas muito motivados nesse sentido. A Beatriz Mendonça, por exemplo, tem como objetivo participar em algumas competições internacionais, e em princípio irá competir na Youth League, uma competição de nível mundial organizada pela World Karate Federation, destinada a atletas juvenis, cadetes e juniores. É uma competição de alto nível e muito exigente em que ela em princípio irá participar, como disse antes, e esperamos que lhe corra bem, mas acima de tudo que ela aprenda e que possa evoluir».

    Quem tiver fascínio pela modalidade ou que a queira simplesmente experimentar o ECK tem as suas portas abertas (na Rua Dr. Egas Moniz, 121) semanalmente às 2.ª, 3.ª e 5.ª feiras, das 18H00 às 21H00.

    Por: Miguel Barros

     

     

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