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    Arquivo: Edição de 31-07-2018

    SECÇÃO: Património


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    Ainda a palavra "Ermesinde" (17)

    Entendi que, terminadas que estão as descrições de todas as Ermesendas descritas por Humberto Beça, deveria tentar tirar algumas ilações. E nesse sentido resolvi elaborar uma lista de outras Ermesendas que viveram sensivelmente pelas mesmas épocas dessas, mas não necessariamente nesta zona. Esta investigação não foi exaustiva, e apenas abrangeu alguns livros, que estão identificados, e mesmo nesses livros não abrangeu todas, algumas foram excluídas por razões diversas.

    Como já havia referido anteriormente, sendo mais que evidente, a origem deste nome provém dos Godos, e particularmente, dos Visigodos, pois é um nome que atravessa transversalmente todos os "habitats" desta nação, desde o sul de França até toda a Península Ibérica. Outra das constatações é que está compreendida num determinado tempo (mais conhecido), desde o século IX ao século XIII, aqui já em quase desuso.

    IGREJA DE GONDOMAR
    IGREJA DE GONDOMAR
    Assim, a partir destas certezas, pode-se concluir, por outra forma ser essa a origem do nome Ermesenda, Ermesinda, Hermesinda, etc..

    Podemos ver quão era vulgar o uso deste nome nas mulheres durante este período de tempo, pela quantidade de pessoas que usavam esse nome.

    Passemos então à nova lista:

    • No livro “A Abadia de Pendorada” é referida uma Ermesenda (filha de Alvito Absaloniz e de Savio Seniores), e que terá origem numa família nobre decaída, provavelmente de infanzones. Originários de uma família de Vilacete, muito perto de Pendorada1 , tendo o seu avô Absalão doado a igreja de Vilacete (DP2 III 114, 231, 268, 492; e TT3 V 34). Documento datado de 1101.

    • Outra referida no mesmo livro, Ermesenda Trastemires (1107), na página 150, domna (DP 250), que dá um usufruto de um casale para Tedon, o abade de Pendorada. É também referido no livro “Portugal Primitivo Medievo”, nas páginas 31, 32, 81, faz em 1103, com o seu marido, uma doação a este mosteiro de vastos haveres dos Gascos. Filha de Trastamiro Aboaçar e de sua mulher Dordia Soares. Também referida no livro A Nobreza Medieval Portuguesa.

    • No livro “A Nobreza Medieval Portuguesa”, surgem-nos várias Ermesendas, sendo a primeira uma Ermesenda que viveu no século XI, e foi casada com um Bermudo Quiriaci, mãe de Ledegúncia Bermudes (1080). Com terras em Santo Tirso.

    • Na página 186, é mencionada Ermesenda Ataniz que foi casada com Diogo Eroniz, ainda vivia em 1121, aparece em documentos de Moreira da Maia (DP IV 267). Na mesma página, aparece outra Ermesenda, irmã do anterior e de Mendo Eroniz (1091-1131), aparecendo em documentos de Moreira, Cete e Sta. Cruz.

    • Ermesenda Dias, devota, (1113-1146), filha de Diogo Trutesendes e de Ilduara Cides, este com propriedades em Gondomar (TT Rio Tinto, I, 34).

    • Ermesenda Honoriques de Marnel, filha de Honorico Gonçalves de Marnel e de Gontrode Gonçalves terá vivido pelos anos de 1114, com bens em Águeda. Também referida no livro “O Monaquismo Ibérico e Cluny” na página 310.

    • Ermesenda Odores "Dulce" (c/c Fernando Vitisciliz, o próprio tinha uma irmã chamada Ermesenda "Matreona") (1072), doa ao bispo de Coimbra a sua parte no Mosteiro de Pedroso em 1103. Apenas aparece na Nobreza.

    MOSTEIRO DE S. JOÃO BAPTISTA DE PENDURADA
    MOSTEIRO DE S. JOÃO BAPTISTA DE PENDURADA
    • Ermesenda Pais (1061-1077) filha de Gonçalo Viegas e de Châmoa, com bens em Pedroso e Segadães, foi casada com Paio Gonçalves de Marnel, entre 1061-1077, que foi patrono de Pedroso. Para além do livro “A Nobreza Medieval Portuguesa” também é referida no “Monaquismo”.

    Aparecem algumas apenas referidas em, “O Monaquismo Ibérico e Cluny”, que são:

    • Ermesenda Mendes abadessa de Vairão, 1153-1155.

    • Ermesenda Moniz devota, filha de Maiorina, vendeu parte da villa de Valpedre a Paço de Sousa em 1104

    • Ermesenda Odores, 1103, (DP 95), não havendo mais referências.

    • Ermesenda Trutesendes, que foi patrona do mosteiro de Vilar (de Andorinho), Vila Nova de Gaia, antes de 1134.

    No livro “Portugalia e Monum”enta Historica encontramos:

    • Ermezenda Martins [Anaia] era filha do alcaide Martim Anaia, 1110, casada, primeiro com PeroRandufe, do qual teve 1 filho, seguidamente casou com o alcaide Vasco Pais.

    • Ermezenda Nunes [Maldoada] filha de Nuno Peres Maldonado e de Aldara Fernandes Turrichão, c. 1210, foi casada com Paio Mendes Serôdea.

    Espero que tenham sido do agrado dos leitores do jornal "A Voz de Ermesinde", estas palavras, que venho escrevendo à já algum tempo e que agora termino.

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    Por: Carlos Marques

     

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