SECÇÃO: Editorial

Eleições autárquicas

Esta edição do nosso Jornal apresenta muitas das candidaturas que vão a votos, na cidade e no concelho, nas eleições autárquicas de Outubro próximo.

Com estas candidaturas, a somar às que foram igualmente divulgadas em edições anteriores de "A Voz de Ermesinde", fica preenchido o quadro com que, tradicionalmente, os partidos e as principais coligações se têm apresentado a essas eleições.

E só não se pode dizer que fica completo, porque ainda não abriu sequer o prazo para a formalização das candidaturas junto dos tribunais competentes, permanecendo em aberto a possibilidade de outras forças partidárias, ou grupos de cidadãos independentes, poderem igualmente ir a sufrágio, com propostas fora (ou dentro) do alinhamento tradicional.

É no nível autárquico, aliás, que os últimos anos têm revelado como é possível romper vitoriosamente a estabilidade do quadro político-partidário tradicional, através de candidaturas independentes capazes de conquistar a maioria das preferências dos eleitores - como foi o caso, aqui bem perto, de Rui Moreira, na cidade do Porto, nas últimas eleições.

Não há, no entanto, por cá e por agora, sinais de emergência de candidaturas independentes - verdadeiramente independentes, o que nem sempre sucede -, encontrando-se adormecidas as manifestações de autonomia que, há cerca de 25 anos, se a lei então o facilitasse como agora, poderia ter conduzido, pelo menos em Ermesinde, a candidaturas desse tipo.

Os candidatos que têm vindo a ser apresentados são, todos eles, conhecidos dos eleitores, já que têm, na generalidade, um percurso consolidado de serviço público ao nível do Município.

Será, portanto, mais fácil a escolha: os cidadãos podem avaliar as propostas apresentadas; mas podem igualmente julgar da competência ou da vontade dos candidatos para, uma vez eleitos, cumprirem o programa com que se apresentam.

"A Voz de Ermesinde" irá acompanhar, ao longo dos próximos meses, quer a pré-campanha, quer a campanha propriamente dita, cobrindo, em notícias, em reportagem, em entrevistas, a animação cívica que vai marcar este período.

Durante esse período, o Jornal estará naturalmente à disposição das diversas forças políticas, para melhor explicitação das suas propostas.

Só não daremos acolhimento a textos ou opiniões em que candidatos ou forças políticas opositoras sejam tratados em termos que considerarmos impróprios, ou menos civilizados - em condições de absoluta imparcialidade, já que todas as candidaturas nos merecem o mesmo respeito, todas honrando a regra primeira da democracia liberal sob a qual felizmente vivemos, que é de o poder assentar na escolha livre de cidadãos livres.

Como nós!

Henrique Rodrigues