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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2016

    SECÇÃO: Saúde


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    DIABETES: Já lhe chamaram “a epidemia do século XXI”

    A Diabetes Mellitus (DM) é um distúrbio metabólico crónico que se traduz essencialmente por um estado de hiperglicemia, ou seja, níveis de glicose ("açúcar") elevadosno sangue. Dependendo de qual a causa da diabetes, a reduzida produção de insulina pelo pâncreas, diminuição da utilização da glicose ou a diminuição da produção da glicose, podem ser os factores que estão a contribuir para o aumento dos níveis de glicose no sangue.

    Só existe um tipo

    de Diabetes?

    Essencialmente pode dizer-se que existem quatro tipos de diabetes: diabetes tipo 1; diabetes tipo 2; diabetes gestacional e outros tipos específicos de diabetes (relacionados com defeitos genéticos).

    A DM tipo 1 caracteriza-se por uma deficiência na produção da insulina (hormona que controla os níveis de glicose) por parte do pâncreas. Felizmente este tipo de diabetes é relativamente rara e o início da doença afecta quase exclusivamente uma faixa etária mais precoce, nomeadamente crianças e jovens. Nestes casos, dada a falta de insulina no organismo para combater os níveis elevados de glicose, estes necessitam de obter insulina de forma "artificial" ou seja de administrar insulina injectável diariamente e durante toda a sua vida.

    Segundo dados da DGS em Portugal estima-se que cerca de 13% da população tenha diagnóstico de diabetes. A DM tipo 2 é a forma mais comum de diabetes e a sua prevalência está a aumentar, particularmente devido a factores que têm a ver com o estilo de vida do indivíduo como: hábitos alimentares errados, obesidade e sedentarismo.

    A diabetes gestacional é aquela que é diagnosticada durante o período da gravidez. Tendo a grávida diabética de ter uma gestação mais apertada no que se refere à vigilância e acompanhamento, uma vez que podem advir complicações graves para mãe e para o bebé.

    A Diabetes

    dá sintomas?

    Como se

    diagnostica?

    Podem aparecer sintomas como a perda de peso, cansaço fácil, sensação de fraqueza, necessidade de urinar muitas vezes, sensação de muita sede, visão enevoada, aparecimento recorrente de infecções fúngicas da pele ou dificuldade nacicatrização de feridas.

    O diagnóstico de DM pode ser confirmado através da pesquisa de determinados parâmetros no sangue (como a glicose determinada em jejum e/ou a Hemoglobina glicada A1c (HbA1c) - parâmetro que traduz o valor de glicose no sangue nos últimos meses)e quando estes estão associados aos sintomas acima referidos,a diabetes é mais provável ainda.

    Atenção que existe um grupo de indivíduos que não se enquadra nos critérios de diabetes, no que toca aos valores de glicose no sangue, porém estão num estádio em que já têm um valor aumentado. Nestes casos o risco de desenvolver diabetes e outras doenças cardiovasculares é elevado.

    Fatores de risco

    de Diabetes Tipo 2

    A história de diabetes na família (p. ex.: pai, mãe ou irmão com DM tipo 2) é um fator de risco para o aparecimento de diabetes e a probabilidade torna-se muito maior nestes casos, daí a importância da sua prevenção. Porém outros fatores de risco estão associados como: obesidade, sedentarismo, hipertensão (tensão arterial elevada, 140/90 mmHg), níveis elevados de colesterol e/ou triglicerídeos, história de doença cardiovascular ou de diabetes na gravidez.

    A Diabetes anda

    quase sempre

    acompanhada

    Desengane-se quem pensa que a diabetes é simplesmente um rótulo para quem tem "açúcar elevado no sangue", pois a diabetes não caminha sozinha, estando muito frequentemente associada a outras patologias, afectando vários sistemas do organismo. Quando a tensão arterial elevada e/ou colesterol elevado estão associadas à diabetes, o acompanhamento destes doentes tem de ser muito mais apertado e com alvos terapêuticos mais exigentes, pois estes têm um risco cardiovascular muito superior em relação à população em geral.

    A diabetes traz complicações graves e estas podem ser divididas em 2 categorias: aquelas que afectam os vasos de maior calibre (como a doença arterial coronária; doença arterial periférica e acidente vascular cerebral - AVC) e aquelas que afectam os vasos de menor calibre (como os vasos do rim, dos olhos e dos membros inferiores). Pode também atingir o sistema nervoso periférico (dos membros inferiores p.ex.) em que o doente diabético se queixa de sensação de formigueiro nos pés ou até mesmo perda da sensibilidade (não sente o quente nem o frio p.ex.). O pé do doente diabético deve ser periodicamente examinado, devido ao risco aumentado de aparecimento de úlceras e, em última instância e de grande gravidade, de amputação.

    Alimentação

    e exercício físico:

    os melhores

    amigos no combate

    à Diabetes

    A palavra-chave na prevenção e no tratamento da diabetes tipo 2 é a modificação do estilo de vida. E esta modificação assenta essencialmente em três pilares: alimentação, exercício físico e medicação.

    Das ideias fundamentais a fixar é que ser diabético não significa que tem de deixar de comer e que basta somente retirar o açúcar da dieta, mas sim ter uma alimentação equilibrada (rica em fibras e pobre em gorduras). É muito importante não ficar muitas horas sem comer, nem fazer jejum prolongado, porque o doente diabético pode fazer episódios de hipoglicemias graves (baixa de açúcar no sangue). Até indicação em contrário o diabético não deve passar mais do que duas a três horas em jejum durante dia (excepto durante o período do sono).

    Um plano alimentar e de atividade física deve ser elaborado de forma individualizada e personalizada ("os diabéticos não são todos iguais"), proporcionando ferramentas alimentares que permitem auxiliar na escolha de melhores alimentos em detrimento de outros. Saber ler os rótulos dos alimentos é deveras importante, ter em atenção que o primeiro elemento da lista de ingredientes é aquele que se encontra em maior quantidade.

    Todas estas medidas podem ajudar a prevenir a diabetes ou quando estabelecida a atrasar as suas graves complicações.

    Daniela Medeiros Coelho*

    Médica Interna de Medicina Geral e Familiar

    Pós-graduada em Geriatria Clínica

     

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