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    Arquivo: Edição de 30-09-2012

    SECÇÃO: Música


    Regressaram os Concertos Promenade ao Coliseu do Porto

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    O concerto inaugural da 8ª temporada decorreu dia 16 de Setembro com a Orquestra Clássica de Espinho, dirigida pelo maestro Jean Marc Burfin, a interpretar obras de Antonín Dvorák, Camille Saint-Saëns, Paul Dukas e Leroy Anderson.

    Este ano a presente temporada conta com a seguinte programação:

    14/10/2012

    Prelúdio à sesta de um Fauno de Debussy

    Orquestra Filarmonia das Beiras

    18/11

    Concerto para violoncelo e orquestra de Saint-Saëns

    Orquestra do Norte

    30/12

    Semper Fidelis de J. Philip de Sousa

    Banda Sinfónica Portuguesa e Monumental Circo do Coliseu do Porto

    20/01/2013

    Concerto para violino de Max Bruch

    Orquestra Académica Metropolitana

    17/02

    Um americano em Paris de Gershwin

    Orquestra da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo

    17/03

    Pedro e o Lobo de Prokofiev

    Orquestra ARTAVE

    14/04

    Quadros de uma Exposição de Mussorgsky

    Orquestra Sinfónica da ESMAE

    12/05

    In C de Terry Riley

    Drumming Grupo de Percussão

    02/06

    Carmina Burana de Carl Orff

    Orquestra Filarmonia das Beiras e Coro da Universidade de Aveiro

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    Os concertos começam sempre pelas 11h30h, a hora habitual a que já nos habituaram uma vez por mês aos domingos, com a duração aproximada de uma hora, com intervalo. É uma oportunidade de descobrir obras importantes de compositores de referência que ajudam à formação do público mais jovem. Em todas as orquestras e agrupamentos a formação é quase toda portuguesa e a sua diversidade regional demonstra o ecletismo da escolha que se mantém de outras temporadas. É uma aposta clara e uma necessidade de dar cada vez mais lugar aos mais novos para mostrarem o seu trabalho.

    Para este concerto, os músicos reuniram-se em estágio durante uma semana com o maestro francês Jean Marc Burfin, professor da Academia Superior de Orquestra e maestro titular da Orquestra Académica Metropolitana, sendo na temporada 2003/2004 diretor artístico desta última.

    Nas palavras de alguns músicos entrevistados «foi um trabalho muito intenso que se realizou», a que se juntou uma forma mais «aberta de diálogo» com todos os elementos de cada naipe/grupo de instrumentos por parte do maestro. No entender destes músicos, já habituados a lidar com vários maestros ao longo de uma temporada, «foi um maestro preocupado em ouvir as nossas preocupações estilísticas e formais e que explicava o porquê das suas decisões». A única nota negativa era a constatação de não saberem quando iriam receber os seus honorários.

    Houve uma introdução ao espírito destes concertos por parte do comentador Jorge Castro Ribeiro, antecedida de pequenas perguntas que apareceram na tela de modo a introduzir a personagem do Mickey Mouse ao palco, personagem central deste concerto com o qual o comentador fez algumas brincadeiras, para delícia do público, que preencheu boa parte dos lugares do Coliseu, trazendo pais e avós, num simbiose de 3 gerações.

    A orquestra apresentou-se primeiramente com a Dança Eslava Opus 72 n.º 2. Uma dança muito ao estilo romântico de valsa, cheia de floreados por parte do violinista solista. Nesta interpretação os restantes elementos das cordas acompanhavam com um pizzicato muito tímido e quase inaudível por vezes. A parte central lembra por vezes o estilo vienense de Mahler.

    De seguida ouviu-se a Dança Macabra de Saint-Säens. À parte algumas hesitações na entrada de alguns elementos de metais e da falta de vivacidade do violinista solista, que foi muito respeitador para com o tempo e pouco afeito ao efeito dantesco e subversivo de uma morte que andava por todo o lado (como contraponto ao tempo inflexível das cordas), as madeiras estiveram impecáveis no caráter jocoso e nas entradas e a parte dos xilofones que se assemelha ao som de ossos a bater, de um esqueleto a dançar lembrou outras peças relacionadas com a Morte, como o são as obras para piano e orquestra "Malédiction" e "Totentanz", ambas de Franz Liszt, compositor e pianista húngaro idolatrado por Saint-Säens.

    A peça central mostrou como música e imagem podem ser unidas numa obra prima.

    Enquanto se ouvia o Poema Sinfónico "O Aprendiz de Feiticeiro" de Dukas, eram projetadas na tela partes do filme "Fantasia", de Walt Disney (1940).

    A melhor forma de compreender este filme e a sua música será usando a analogia da "moral que aparece no final de cada história infantil". Um excelente filme de introdução das crianças ao que é o valor do trabalho feito passo a passo, da música enquanto caracterizadora de todos os nossos momentos vivenciados a cada dia e da importância que devemos dar aos nossos sonhos.

    Por fim, foram apresentadas três peças do norte-americano Leroy Anderson, introduzidas pelo comentador, como lembrando "os filmes de Woody Allen".

    Esta referência remeterá para filmes sobre casos amorosos, dúvidas existenciais e o mundo meio louco nova-iorquino? Talvez fosse melhor referir a música da Pantera Cor-de-Rosa ou as inesgotáveis aventuras de Tom & Jerry, conhecidas por todos.

    E se era música para banda que queriam apresentar, por que não apresentar excelente música portuguesa para Banda, já que até muitos dos elementos da orquestra por lá tocam e estão mais familiarizados?

    Fica aqui o reparo para próximos concertos.

    Por: Filipe Cerqueira

     

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