O Amiga recusa-se a morrer!...
Plataforma mítica que mobilizou milhares de fans e rivalizou na área gráfica e do vídeo com os Macintosh, tirando partido da sua arquitetura muito original assente em três coprocessadores, o Amiga foi um computador muito especial dos anos 70/80, máquina de culto e fenómeno de popularidade que, entregue em sucessivas gestões danosas, acabou por praticamente desaparecer como aconteceu a muitas outras propostas fora da mainstream Intel/Windows. Todavia, com uma resiliência espantosa, ainda hoje, em 2012, o Amiga continua a dar sinais de vida.
Muito recentemente, a meio do corrente mês de março, o mais popular site dedicado à divulgação das propostas de distribuições de sistema operativo baseadas em software livre, o Distrowatch, no seu habitual espaço dedicado às novas distribuições em lista de espera para serem depois objeto de maior seguimento e atenção, entre várias propostas apresentadas, referia o Icaros Desktop 3.2.
E que é o Icaros? Nem mais nem menos do que uma encarnação do AROS, um desenvolvimento de software livre baseado no Amiga OS. No seu site, a distribuição é assim apresentada: «Icaros Desktop é uma distribuição desktop AROS preconfigurada para a plataforma PC, e distribuída num DVD Live. O AROS (Amiga Research Operating System) é um sistema operativo leve, eficiente e flexível, tendo como objetivo ser compatível com AmigaOs 3.1 a nível de API, melhorando este em muitas áreas».
Mas para além da sua própria novidade, o site do Icaros apresenta ainda outros motivos de curiosidade ainda relacionados com o mítico Amiga.
De facto, entre as informações aí presentes figura a de que o Icaros Desktop esteve presente, em 17 de setembro de 2011 no certame Amiganoid 2011, realizado em Essen, um certame – pasme-se – dedicado ao Amiga e no qual, por altura do 25º (!) aniversário da máquina, foram apresentados, para além do Amiga Os 4.x, várias propostas de sistema operativo para ela ou dela recentemente desenvolvidos – para além de Icaros e AROS, também Broadway e MorphOS.
Ainda no capítulo das distribuições de sistema operativo, recvorde-se aqui o já por nós por nós referido nestas páginas Commodore OS Vision, uma proposta de softwate livre, baseada em Linux Mint e destinada também à plataforma Amiga, e de cujos responsáveis falaremos mais à frente. Neste momento o site Distrowatch apresenta o Commodore OS Vision na posição 41 entre as distribuições mais populares, à frente, por exemplo, de Frugalware, Ubuntu Studio, Slitaz, Parted Magic, etc..
O site Amiga.org, ao serviço da comunidade Amiga desde 1994, continua a demonstrar uma atividade sem quebras, e sendo prova viva da vitalidade da máquina.
Mas o mais interessante e inesperado é o surgimento, a partir da Amiga, Inc.,de um um novo tablet Android Amiga, de 7’, por menos de 100 dólares, que se segue a um outro modelo anterior, a que reduz o preço quase a metade.
A mesma Amiga Inc. anuncia também a disponibilidade de um outro tablet, este mais poderoso, incluindo uma distribuição Linux completa (Ubuntu), com teclado bluetoth, por cerca de 580 dólares. 1 Gb de RAM, processador Atom, e ligação à internet por wireless.
Os autores do Commodore OS Vision, falemos então agora deles, são uma companhia norte-americana, também ela herdeira do mundo Amiga, e propondo além do sistema operativo já falado, algumas máquinas com o label Amiga.
É o caso do Amiga Mini, um computador muito leve e pequeno comn as seguintes características:
• O CPU é um Intel i7-2700k 3.5 Ghz Quad-Core (3.9Ghz Turboboost).
• 16 Gigs de RAM DD3.
• Placa gráfica nVidia Geforce GT 430 Graphics com 1 Gb de memória DD3.
• Capacidade de ligação a três monitores;
• Output DisplayPort (incluindo adptador VGA, HDMI e 2-Dual DVI.
• Som de alta definição 7.1.
• 6 Gb/s SATA.
• 4 portas USB 3.0 e 4 USB 2.0.
• Slot com drive de leitura Blu-ray e escrita DVDs.
• 2 antenas wifi.
• Disco Rígido de 1 Tb.
• Opcional a possibilidade de juntar drive SSD de 300 ou 600 Gb.
A Commodore propõe esta configuração por qualquer coisa como 2 mil dólares. Não sabemos da capacidade da companhia de fornecer a máquina à medida dos pedidos, nem do volume destes, mas é inegável tratar-se de mais uma prova de que o Amiga custa a morrer.
Por:
LC/AVE
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