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    Arquivo: Edição de 10-09-2011

    SECÇÃO: Saúde


    Investigadores universitários do Porto e do Minho distinguidos com Prémio Grünenthal Dor

    DIANA MONSISVAIS BOTELLO (YEZEBEK)
    DIANA MONSISVAIS BOTELLO (YEZEBEK)
    A Fundação Grünenthal acaba de distinguir com o Prémio Grünenthal Dor um grupo de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto/Instituto de Biologia Molecular e Celular (FMUP/IBMC) e um grupo de investigadores da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho.

    O Prémio de Investigação Básica, avaliado em 7 500 euros, foi atribuído ao trabalho “Papel da noradrenalina na facilitação da dor no encéfalo: estudos em modelos de dor crónica”, da autoria de Isabel Martins, Deolinda Lima e Isaura Tavares, da FMUP/IBMC.

    As cientistas descobriram um circuito neuronal que aumenta a dor através da libertação de um neurotransmissor (noradrenalina) e que deverá ser responsável pelo desencadear do mecanismo de alerta. O mecanismo de alerta da dor é um ‘sistema de sobrevivência’ que nos permite responder rapidamente à dor. Protege-nos de estímulos causadores de danos (faz-nos retirar rapidamente a mão quando tocamos numa superfície muito quente, por exemplo) e ensina-nos a não repetir acções que causem dor. Para chegar a estes resultados, foi essencial a colaboração com as Universidade de Groningen (Holanda) e da Carolina do Sul (EUA), que partilharam metodologias inovadoras e sofisticadas com a equipa da FMUP/IBMC.

    De acordo com Isaura Tavares, coordenadora geral deste trabalho, «o próximo passo é perceber de que forma o mecanismo de alerta se desregula quando existe dor crónica, e avaliar se um estado de alerta contínuo poderá relacionar-se com a presença de outras patologias, como a depressão, por exemplo».

    O galardão do Prémio de Investigação Clínica, também de 7 500 euros, foi entregue ao trabalho “Eficácia da associação de Carbamazepina com o bloqueio analgésico periférico com Ropivacaína no tratamento da Nevralgia do Trigémio”, da autoria de Laurinda Lemos, Pedro Oliveira, Sara Flores e Armando Almeida, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) e do ICVS/3B's - Laboratório Associado da Universidade do Minho.

    «Neste trabalho, é demonstrado que a associação do tratamento tradicional com carbamazepina ao bloqueio analgésico periférico com ropivacaína nos pontos-gatilho da dor nesta nevralgia, melhora significativamente o controlo da dor na nevralgia do trigémio, uma das patologias mais dolorosas que afectam o Homem», referem o investigador Armando Almeida e a médica Laurinda Lemos.

    De acordo com o regulamento do Prémio Dor 2010, o Júri decidiu, ainda, atribuir uma Menção Honrosa ao trabalho colocado a concurso por um grupo de investigadores da FMUP/IBMC, intitulado: “As neurotrofinas Factor de Crescimento Nervoso (NFG) e Factor de Crescimento Derivado do Cérebro medeiam a dor referida e a hiperactividade vesical que acompanham a cistite crónica”, da autoria de Bárbara Frias, Shelley Allen, David Dawbarn, Francisco Cruz e Célia Duarte Cruz.

    «Este trabalho de investigação insere-se no projecto europeu Combating incontinence from basic science to clinical practice (InComb). Um dos objectivos deste projecto é a compreensão dos mecanismos através dos quais as neurotrofinas NGF e BDNF contribuem para o desenvolvimento de hipersensibilidade dolorosa e hiperactividade da bexiga durante a cistite intersticial. Para isso, testaram-se proteínas sequestradoras de neurotrofinas e antagonistas dos respectivos receptores num modelo animal desta doença, com claro benefício dos animais tratados. Os resultados apontam as neurotrofinas como sendo importantes participantes nos mecanismos patofisiológicos desta doença, podendo ser eventuais alvos terapêuticos para o tratamento para o tratamento da dor visceral e disfunção da bexiga», menciona a investigadora Bárbara Frias.

    O Júri do Prémio Grünenthal Dor 2010 foi presidido pelo presidente da Fundação, Walter Osswald, e contou com a participação de mais seis personalidades médicas equitativamente designadas pela Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED) e pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

    Os Prémios Grünenthal Dor contemplam um valor pecuniário total de 15 mil euros, igualmente distribuídos pelo Prémio de Investigação Básica e pelo Prémio de Investigação Clínica. Criado pela Fundação Grünenthal em 1999, constituem o prémio de mais alto valor anualmente distribuído em Portugal, no âmbito da investigação em dor.

    A Fundação Grünenthal é uma entidade sem fins lucrativos que tem por fim primordial a investigação e a cultura científica na área das ciências médicas, com particular dedicação ao âmbito da dor e respetivo tratamento.

    Nota AVE: conservamos a grafia original nas frases citadas. No resto do texto respeitou-se o Acordo Ortográfico.

     

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